É espantoso como uma cidade com pouco mais de 50.000 habitantes é a sede do centro de investigação da maior empresa de telecomunicações nacional (PT), da associação nacional de empresas do sector TICE (INOVARIA), que juntava, em 2011, 66 empresas e representava 240 milhões de Euros e 2400 colaboradores e do centro de investigação de empresas de nível mundial (Nokia Siemens), possui uma universidade de referência na formação e investigação nos domínios da electrónica e telecomunicações e foi o local onde se criou o maior portal tecnológico nacional (SAPO).
Por tudo isto, Aveiro deveria 'respirar' tecnologia. A cidade deveria ser uma referência na internet wifi gratuita, cada bairro deveria ser um laboratório de utilização de novos produtos e serviços (testando o conceito de ‘living lab’), em locais especialmente preparados deveria produzir-se a ligação entre a tecnologia, economia, a arte e o design (por ex. na forma de ‘fab lab’), os serviços à distância deveriam aqui estar particularmente desenvolvidos.
No entanto, paradoxalmente, não é isso que acontece. Não é visível para quem nos visita (por razões negócios, de lazer ou turismo) ou para quem aqui trabalha ou vive, que Aveiro tenha esse historial, potencial instalado ou que esteja particularmente mobilizado para se afirmar como uma referência nesse domínio (apesar de alguns relevantes esforços).
É por isso uma feliz coincidência que o Expresso, na comemoração dos seus 40 anos, tenho escolhido a cidade para reflectir sobre o papel das ciências e das tecnologias no futuro do país (LINK) deixando-nos a sempre inquietante questão - será que ainda vamos a tempo de ser…? Será que vamos, Aveiro?
JCM
AveirÍlhavo
um território que soma 120.000 habitantes, 24.000 dos quais se movem diariamente entre concelhos.
Com a devida autorização da autora, publico artigo de Teresa Castro 'O ALBOI DE ONTEM e o Alboi de hoje' que saiu esta semana nas Cartas ao Director do Diário de Aveiro.
JCM
«Há diversas teorias acerca do histórico bairro do Alboi, tanto quanto aos seus primeiros habitantes, como quanto à sua toponímia.
Numa tentativa de compreender melhor o local onde resido e, até, talvez, encontrar as razões que levam a Câmara de Aveiro a deferir um golpe mortal, à imagem do bairro e a toda a sua dinâmica, tenho vindo a fazer algumas leituras.
Quando, após pesquisa, encontrei um excerto sobre o Alboi, escrito por João Pereira de Lemos no livro Os Gafos da Ilha de Sama (uma edição da CMA), fiquei impressionada.
Passo a citar:
“Junto à Ribeira há o Alboi, aglomerado onde habitam famílias inglesas, irlandesas, holandesas e de outras nacionalidades que são quase na sua totalidade mercadores e marinheiros. É frequente as naus trazerem na tripulação mareantes das mais diversas nacionalidades que, encantados pela Vila, pelo ambiente aparentemente próspero e pelo clima, fugiram e se fixam na zona da Ribeira. É uma aljamia constante, e só se entendem por gestos. No trapiche em madeira, desde a Rua das Barcas até ao Esteiro do Paraíso ou da Promaceira, atracam as barcaças da trasfega das naus carregadas de bacalhau, ferro, aduelas, esparto, linho, alcatrão, breu, vidro e pólvora. Paus de carga são manobrados com mestria. Armazéns acolhem as cargas. Envolvem o aglomerado das casas estendais para secar o bacalhau. O Alboi, devido à composição dos seus habitantes, tem um comportamento diferente do da Vila. Há casas de tavolagem, tavernas, casas de mulheres devassas, e as ruas são alvorotadas pelas rixas nocturnas de mareantes ébrios e barulhentos.”
É que graças a este texto, agora, percebi!
É que realmente existe um paralelismo, quase profético!
Há séculos atrás, o Alboi, foi um bairro que atraíu mercadores e marinheiros . Hoje quando o Projeto do Parque da (In)sustentabilidade ficar pronto, os“mercadores e marinheiros” vão ser atraídos para fora do bairro.
Há séculos atrás existia um caminho tosco de madeira entre a rua José Rabumba e o cais do Paraíso. Hoje vão surgir esplanadas de madeira ao longo do cais do Alboi.
Há séculos atrás as barcas atracavam nos cais existentes. Hoje os residentes estacionam as suas viaturas na zona pedonal, devido à diminuição drástica de lugares de estacionamento, e as estradas estreitíssimas complicam a fruição do trânsito quando veículos efetuam cargas ou descargas.
Há séculos atrás, o bairro era uma confusão de línguas, em que os moradores só se entendiam por gestos. Hoje os moradores gesticulam contra o que se está a fazer ao bairro.
Há séculos atrás as movimentações de cargas eram feitas sem problemas. Hoje quem quiser carregar as suas mercadorias, ou somente passar, através da escada que liga o Alboi à Gulbenkian, vai ter, novamente, que usar paus de carga.
Há séculos atrás atracavam as barcas que transportavam os produtos das naus. Hoje vão estacionar autocarros na, agora atrofiada, rua Magalhães Serrão.
Há séculos atrás existiam armazéns para guardar mercadorias. Hoje construíu-se, na baixa de Sto António, um armazém como apoio aos campos de ténis.
Há séculos atrás os seus habitantes, tinham um comportamento muito característico. Hoje, têm um comportamento insubmisso e continuam a resistir contra obras que nunca quiseram.
Há séculos atrás havia casas de jogo, tavernas, prostituição e o sossego era comprometido pelas confusões noturnas de gente embriagada. Hoje continuam a existir distúrbios no Alboi, que, com toda a certeza, se vão extremar graças ao previsto corredor entre os locais de diversão noturna, com direito a passagem por baixo da Dubadoura.
Será que a História se vai repetir?»
Teresa Castro
Apesar da hora, o debate de anteontem foi muito interessante e participado. A ACA está a produzir um levantamento da uso dos edifícios/fracções na Avenida e Rua Direita. Os dados vão ser disponibilizados em breve, mas o DA deu ontem destaque ao reduzido número de moradores na Rua Direita e ao número de fracções devolutas.
Interessante os 3.000 indivíduos presentes não residentes na freguesia da Glória (estudantes da UA, presumo).
Outro dado relevante tem a ver com as implicações na nova lei das rendas. A percepção que fica é que a Lei vai ter consequências sociais muito graves, pois vai facilitar os despejos. Por outro lado, o agravamento do IMI nos imóveis devolutos (3 vezes mais em edifícios com 1 ano sem ocupação) pode estimular formas 'mais criativas' de arrendamento.
https://www.facebook.com/IvJornadasDeAdministracaoPublica
Dia 9, 10 e 11 de Abril não percas as “IV Jornadas de Administração Pública” promovidas pelo teu núcleo!
Temas a trabalhar:
-CIDADES INTELIGENTES: AVEIRO
-REFORMA DO ESTADO: SAÚDE
-SECTOR PRIMÁRIO: IMPULSIONADOR DA ECONOMIA
-EMIGRAÇÃO JOVEM: DESAFIOS E OPÇÕES
Estas jornadas decorrerão em ambiente de educação não formal e contarão com o apoio de especialistas em cada uma das áreas. O objectivo é a promoção do debate construtivo, estimulando o surgimento de novas ideias e formas de abordar estes temas, dando voz aos estudantes da licenciatura de Administração Pública e respectivos Mestrados de coerência científica. Através disso esperamos ajudar a criar um caminho diferente para um “Portugal do Futuro”, capaz de melhorar a vida das próximas gerações.
Inscrições: neapublica@gmail.com
DDL Argamassas
Criar, desenvolver argamassas tradicionais para a reabilitação de edificio antigos
http://massivemov.com/ddlargamassas
Três alunos da Licenciatura em Administração Pública do DCSPT (Daniel Yaguas, Olívia Moreira e João Temporão) tiveram a ideia de criar uma nova 'janela' de comunicação no seio da Universidade de Aveiro. No âmbito de um projeto de dissertação do 2º ano de mestrado em Comunicação Multimédia - Audiovisual Digital, desenvolvido por Emilio Fuentes, Rita Almeida e Sara Dias e orientado pelos docentes Fernando Ramos e Hélder Caixinha, foi conduzido um estudo sobre as novas potencialidades da rádio na internet em três perspectivas diferentes: Docentes; Estudantes e Famílias dos Estudantes. Como resultado desse estudo e do encontro de motivações nasceu a DeCA_WebEx, a webrádio universitária experimental.
http://decawebex.web.ua.pt/
https://www.facebook.com/decawebex
https://twitter.com/DeCA_WebEx
(*) Rádios universitárias na Web 2.0: perspetivas e potencial
Aveiro, 2 de Abril 2013, 15-18h, Teatro Aveirense
Tecnologia e Ciência. Ainda vamos a tempo de ser a Califórnia da Europa?
40 anos Expresso
O encontro que a Associação Comercial de Aveiro promove amanhã à tarde pode ser uma excelente oportunidade para juntar proprietários, inquilinos e futuros empreendedores para conversar sobre as oportunidades e riscos que a nova lei das rendas pode trazer para a vida de cada um e para a regeneração urbana do centro da cidade. A não perder!
https://www.facebook.com/events/443820139035614/
Inscrições através do email: geral@acaveiro.pt
http://www.diarioaveiro.pt/noticias/camara-de-aveiro-abate-dezenas-de-choupos-em-s-bernardo
Segundo DA 'foram derrubadas dezenas de árvores à volta da Escola EB 2,3 de São Bernardo, no concelho de Aveiro, e nos passeios das moradias em frente, concretizando, assim, um plano da Câmara, ... que aponta pata o abate dos choupos, considerados pouco adequados à zona'. Os moradores não compreendem o abate das árvores e justificam o mau estado das árvores com o 'corte de raízes que emergiram no passeio com o objectivo de alisar o piso'.
No colóquio 'Árvores, que futuro?' o Sr. Vice-Presidente da CMA, Eng.º Carlos Santos, prometeu publicamente que não haveria nenhum corte intensivo de árvores, referindo-se em particular à Av. 25 Abril.
#1 - Territórios, artigo de Paulo Silva, docente do DCSPT-UA
http://planeamentoregionaleurbano.blogs.sapo.pt/17817.html
Murtosa é o município onde mais se utiliza a bicicleta
http://www.diarioaveiro.pt/noticias/murtosa-e-o-municipio-onde-mais-se-utiliza-bicicleta
Faça like, divulgue esta causa colectiva e subscreva o apelo.
Está em jogo o interesse colectivo e o futuro da nossa cidade!
Página Facebook: https://www.facebook.com/EstacionamentoemAveiro
Apelo disponível no link http://estacionamentoemaveiro.blogs.sapo.pt/
Este foi o retracto das 'árvores que caíram com o vento' produzido pelos cidadãos de Aveiro no final de Janeiro. Dois meses depois os cidadãos, as organizações e associações locais e a autarquia sentam-se à mesa para falar do futuro. Logo à noite, às 21h na Assembleia Municipal de Aveiro. Não falte!
http://goo.gl/maps/nwxvt
[lembrete] É HOJE!
Tertúlia 'As árvores caíram. E agora?'
Uma oportunidade para reflectir sobre as políticas municipais de rearborização urbana, a partir do caso de Aveiro. A não perder, amanhã à noite!
https://www.facebook.com/events/151173275044458/
Oradores:
Arq.ªs Celeste Maia e Maria João Tavares, CM de Aveiro
Professor Jorge Paiva, botânico, Universidade de Coimbra
Professora Teresa Andresen, arquitecta paisagista, Universidade do Porto
Receitas de Estacionamento 2011 (LINK)
Receitas anuais de cerca de 940.000€.
As receitas de estacionamento (parquímetros) correspondem a 23% do total das receitas da MoveAveiro.
Na sequência do que já foi escrito sobre as dúvidas relativas ao concurso público para a construção dos parques de estacionamento, partilho cópia do relatório do Plano Municipal de Mobilidade de Aveiro (Julho 2012 - http://www.cm-aveiro.pt/www/Templates/TabTemplate.aspx?id_class=3047&TM=38847 & http://files.cm-aveiro.pt/XPQ5FaAXX36930aGdb9zMjjeZKU.pdf, pag. 291)
Na sequência dos vários pedidos de envio do apelo, deixo aqui cópia do documento. Se o desejar subscrever, mande uma mensagem para josecarlosmota@gmail.com. O apelo será remetido amanhã ao executivo municipal.
JCM
APELO A UM DEBATE PÚBLICO SOBRE A
'CONCESSÃO DO ESTACIONAMENTO À SUPERFÍCIE E CONSTRUÇÃO DE PARQUES DE ESTACIONAMENTO SUBTERRÂNEOS'
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Aveiro,
Dr. Élio Maia
Tomámos conhecimento de que a CM Aveiro abriu um concurso público de concessão do estacionamento à superfície de todo o centro da cidade por cinquenta anos e de construção de quatro parques de estacionamento subterrâneos (Rossio, Avenida, Centro de Congressos e Hospital).
Desconhecemos os dados técnicos que fundamentam esta opção. Os dados disponíveis (CMA, 2009 e Tese de mestrado de Joana Santos, 2009) referem que a oferta de parques de estacionamento pagos subterrâneos no centro de Aveiro (Fórum, Marquês de Pombal, Manuel Firmino, entre outros) tem uma baixa taxa de ocupação, menor que 30%, existindo uma capacidade instalada não utilizada próxima dos 1.800 lugares. Mesmo o estacionamento pago à superfície tinha em 2009 uma taxa de ocupação próxima dos 80%.
Para além disso, Aveiro possui uma elevada taxa de utilização do transporte individual, mais de 70% das deslocações com origem em Aveiro são feitas em automóvel (para uma média nacional de 61%, Censos 2011). Contudo, destas, 37% são de curta duração, até 5 minutos (PIMTRA, 2013), o que poderia permitir com as orientações adequadas inverter a tendência de uso do automóvel e promover o uso dos modos suaves ou o transporte colectivo.
Entendemos, assim, que a proposta que está em cima da mesa pode ser um enorme retrocesso na aposta de uma mobilidade mais sustentável que a autarquia tem vindo a procurar promover e fornecer os sinais contrários ao desejado.
Tememos que esta proposta possa ter enormes consequências no planeamento do futuro do centro da cidade, condicionando qualquer esforço de inversão da tendência do uso do transporte individual, de valorização dos modos suaves e do transporte colectivo e da revitalização do centro da cidade.
Tendo em conta o previsível impacto da proposta, vimos por este meio solicitar os seguintes esclarecimentos:
- Que estudos técnicos fundamentam esta opção?
- Como fica acautelado o interesse colectivo, perante os riscos deste investimento (geotécnicos, financeiros,…)?
- As equipas técnicas que estão a produzir planos (de mobilidade e de intervenção na Avenida) e os consultores da área da mobilidade foram ouvidos nesta decisão? E qual a sua opinião?
Por último, dentro de um espírito de procura de consenso perante decisões estruturantes para o futuro da cidade, gostaríamos de apelar à abertura de um amplo debate público, antes de qualquer decisão sobre a matéria.
Agradecendo a sua atenção, despedimo-nos com os melhores cumprimentos
Colectivo de cidadãos de Aveiro
José Carlos Mota, M. Oliveira de Sousa, João Martins, Tiago Castro, Joaquim Pavão, Gil Moreira, Anabela Ribeiro, Cristina Perestrelo, Filipa Assis, Gaspar Pinto Monteiro, Teresa Castro, Sara Biaia, Catarina Souto, Artur Figueiredo, Maria José Curado, Paulo Marques, Diogo Marques, Gustavo Tavares, Francisco Vaz da Silva, Gustavo Vasconcelos, Manuel Janicas, Sara Ventura da Cruz, Natália Cunha, Ricardo Santos, Sofia Senos, António Morais, Francisco Gamelas, Ilídio Carreira, Pedro Neto, Ricardo Fino, Manuela Cardoso, Maria João Leitão, Carlos Naia, Manuel Pacheco, Elisabete Figueiredo, Daniel Pinto, Ivo Pinto, João Duarte Pinto, Maria de Lurdes Pinto, Antonio Garcia, Rui Aristides, Mario Martins, Manuela Melo, Pedro Vieira, José Pedro, Mariana Delgado, Natália Cardoso, João Catarino, José Carlos Marinho, Rui Oliveira
PMMA - Plano Municipal de Mobilidade de Aveiro
http://www.cm-aveiro.pt/www/Templates/TabTemplate.aspx?id_class=3047&TM=38847
Vídeo do Colóquio 'A reforma do Estado' (2h40m)
LINK: https://educast.fccn.pt/vod/clips/hnu7hefxo/flash.html
Um dos desafios da política pública municipal de mobilidade deveria passar por conseguir fazer com que as deslocações em transporte individual (TI) de curta duração (até 5 minutos) fossem feitas noutro modo de transporte (autocarro, a pé ou de bicicleta). Esta proposta podia ter um enorme impacto pois o peso destas deslocações é significativo já que totaliza 40% do total das deslocações em TI na região de Aveiro e 37% no concelho de Aveiro (PIMTRA, 2013).
Este padrão de mobilidade tem custos significativos para o consumidor, para a cidade/concelho e para o ambiente. Uma análise do consumo de combustível por concelho permite constatar que nos últimos dez anos houve, em Aveiro, um aumento de 126%, contabilizando o concelho actualmente 42% do consumo dos 11 municípios da região de Aveiro (PIMTRA, 2013).
Por outro lado, estudos recentes referem que a oferta de parques de estacionamento pagos subterrâneos no centro de Aveiro (Fórum, Marquês de Pombal, Manuel Firmino, entre outros) têm uma baixa taxa de ocupação, menor que 30%, existindo uma capacidade instalada não utilizada próxima dos 1.800 lugares. Mesmo o estacionamento pago à superfície tem a taxa de ocupação que não ultrapassa os 80% (Santos, 2009).
A mudança do padrão de mobilidade e a promoção dos modos suaves deveria ser um desafio para Aveiro, que tem tido ao longo do tempo bandeiras relevantes nesta matéria. Acontece que para que essa mudança ocorra é fundamental que sejam mobilizados todos os instrumentos de política pública de transporte (dinamização do transporte colectivo, política de estacionamento, promoção da mobilidade suave) e de planeamento do território. Sendo poucos os instrumentos estes devem ser geridos com enorme prudência, devendo ser evitadas todas as medidas pontuais que possam perturbar a sustentabilidade da mobilidade e a penalização da vida urbana em Aveiro.
Seria pois importante que as propostas de privatização da concessão do estacionamento à superfície e a construção de mais parques de estacionamento subterrâneos que a CMA quer fazer no centro da cidade (publicadas na sexta-feira em Diário da Repúblcia) fossem objecto da mais ampla explicação pública, pois aparentemente contrariam o que deveria ser as boas orientações de política pública e as opções estratégicas de promoção da sustentabilidade que Aveiro afirma querer promover. Tendo em conta que a proposta irá ter um impacto espacial e temporal significativo (o prazo de concessão é de sessenta anos e abrange todo o centro da cidade) talvez se justificasse o desenvolvimento prévio de um debate público, antes de qualquer decisão definitiva sobre a matéria. A discussão poderia começar por esclarecer a fundamentação técnica da necessidade dos parques de estacionamento e de que modo é que estas opções (estacionamento e concessão) vão ao encontro dos objectivos e propostas dos planos (de mobilidade e da Avenida) que a autarquia tem em desenvolvimento.
José Carlos Mota
*1
Fonte: PIMTRA, 2013
*2
Fonte: PIMTRA, 2013
*3
Fonte: Censos 2011
Perguntava o Pedro Bandeira no grupo de discussão 'Pensar o futuro de Aveiro' se os dados da utilização da bicicleta eram explicados por uma menor taxa de motorização, isto é, se as pessoas andavam mais de bicicleta porque não tinham carro.
Segundo os dados do PIMTRA (2013), os dados da taxa de motorização (veic./1.000 hab) de Aveiro, Ílhavo e Estarreja são relativamente próximos 532, 507 e 503, respectivamente. A Murtosa tem um valor um pouco abaixo 416. A % de utilizadores da bicicleta nesses casos é de 2,5%, 9,7%, 6,8% e 16,9%, respectivamente. Portanto, julgo que pode dizer-se que existe um pouco essa relação (ainda que isso esteja dependente da qualidade de oferta de outros meios de transporte, o autocarro, por ex.).
Por outro lado, ter bicicleta não significa usá-la regularmente. O valor bicicletas/1000 habitantes mostra que Aveiro não tem um valor muito abaixo do de Ílhavo, Estarreja e Murtosa. No primeiro caso 462 e nos restantes 547, 598, 689, respectivamente. Mas mostra que existe o potencial para a mudança de meio de transporte.
Fonte: PIMTRA, 2013
Tendo como base o indicador dos Censos 2011 - 'população residente que vive a maior parte do ano no alojamento e que trabalha ou estuda, segundo o principal meio de transporte que habitualmente utiliza no trajeto de casa/ local de trabalho ou estudo', informação amavelmente cedida pelo Paulo Andrade, foi possível construir o seguinte conjunto de rankings das regiões, sub-regiões, concelhos e freguesias com maior número de utilizadores regulares de bicicleta (em valor absoluto e relativo).
Julgo que seria oportuno começar a desenhar políticas públicas (municipais, regionais e nacionais) que tenham em conta a realidade aqui descrita e que valorizem e potenciem os territórios que possuem já hoje dinâmicas significativas de utilização da bicicleta.
Ranking 1 (valor absoluto)
Ranking 2 (valor relativo)
Fonte: INE, Censos 2011
PIMTRA, 2012
'No que concerne à localização dos acidentes graves, estes ocorreram de forma bastante dispersa pelas vias da região, sendo que quase metade
dos acidentes ocorreu em arruamentos urbanos, tendo-se verificado uma maior incidência no concelho de Aveiro, que concentra cerca de 30% dos acidentes ocorridos neste tipo de via'
um alerta!
O fenómeno da Murtosa. Mais de 20% da população usa a bicicleta diariamente, contra 1% do valor nacional e 4% da região de Aveiro. Nas deslocações de crianças com 10-14 anos, na Murtosa 23% das crianças vão de bicicleta para a escola (dados 2012, PIMTRA).
Dados PIMTRA, 2013
Dados PIMTRA, 2013
Respigos do Congresso da Região de Aveiro II
Um outro dado importante que retive do congresso foi o facto de 80% do total das deslocações serem internas ao território da CIM da região de Aveiro. Ainda assim, existem fortes relações de interdependência entre concelhos, como as que se podem observar no mapa abaixo entre Aveiro e Ílhavo. Não deixa de ser estranho que esta forte relação esteja tão ausente dos instrumentos de política pública e da reflexão estratégica. Recordo, a esse propósito, o desafio lançado oportunamente pela Plataforma Cidades dinamizada pelo Arq.º Pompílio Souto (Espaço/comunidade AveirÍlhavo)
Respigos do Congresso da Região de Aveiro
Segundo a equipa autora do PIMTRA - PLANO INTERMUNICIPAL DE MOBILIDADE E TRANSPORTES DA REGIÃO DE AVEIRO, existem 28.100 viagens diárias entre Aveiro e Ilhavo (nos dois sentidos) e destas só 5% se faz em Transporte Colectivo. Se há medida exemplar a desenvolver no curto prazo do ponto de vista da mobilidade na região é alterar esta situação.
ESTUDO disponível no seguinte LINK
prever o futuro através da 'bola de cristal' ou com 'navegação à vista'?
respigos do Expresso de hoje, artigo de Pedro Adão e Silva
Há 255.000 contratos de arrendamento em Portugal. Segundo o Expresso, 20% dos inquilinos já pediu ajuda ao Estado e a outras organizações para negociar os aumentos significativos que os senhorios propuseram ao abrigo da nova lei. E quantos desconhecem as verdadeiras consequências da lei?
PLANO INTERMUNICIPAL DE MOBILIDADE E TRANSPORTES DA REGIÃO DE AVEIRO
http://www.regiaodeaveiro.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=29299&projectoId=25&pastaDocumentosId=33159
[Colóquio A Reforma do Estado - 13 Março 2013 - Universidade de Aveiro]
'O modelo que nós temos neste momento assenta num contracto social que é estabelecido entre o Estado e os cidadãos e, portanto, se nós queremos alterar este contracto tem que haver participação das duas partes.'
Teresa Carvalho, Docente do DCSPT - UA
13 Março 2013, 15:00-17:30- Anfiteatro 23.1.7. Complexo Pedagógico – UA
[Colóquio A Reforma do Estado - 13 Março 2013 - Universidade de Aveiro]
‘Isto é a Reforma do Estado? A criação de situações de instabilidade permanente?’
Eduardo Anselmo Castro, Docente do DCSPT - UA
13 Março 2013, 15:00-17:30- Anfiteatro 23.1.7. Complexo Pedagógico – UA
[Colóquio A Reforma do Estado - 13 Março 2013 - Universidade de Aveiro]
‘Torna-se vital os cidadãos participarem activamente no debate para dizerem que sociedade e que Estado querem nos próximos dez, quinze, vinte anos’
Carlos Jalali, Docente do DCSPT - UA
13 Março 2013, 15:00-17:30- Anfiteatro 23.1.7. Complexo Pedagógico – UA
Tertúlia : As árvores caíram. E agora, que fazer?
21 de março, às 21h00, na Sala do Plenário da Assembleia, sita no Edificio Sede da Assembleia Municipal (Antiga Capitania)
[DIVULGAÇÃO]
Ponte pedonal no Conservatório de Aveiro
http://www.avaaz.org/po/petition/Impecamos_a_ponte_pedonal_no_Conservatorio_de_Aveiro/?czbOmeb
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