Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010
A ponte [contributo de César Costa]
Em primeiro lugar compete-me fazer uma declaração de interesses. A opinião que aqui expressa, é pessoal, e vincula-me apenas a mim e só a mim.
Tenha assistido com muito interesse à discussão sobre a ponte Alboi-Rossio, num misto de "obrigação" profissional e paixão por Aveiro, que os mais próximos conhecem
Ao contrario do que aconteceu no concurso da empena da Praça Melo Freitas, esteve muito bem a Câmara Municipal e o seu executivo, no desenvolvimento deste processo. Um concurso internacional nos moldes em que foi lançado, com um bom nível de participação, é a forma mais justa e transparente de escolher a melhor solução para uma nova travessia.
O ponte não pode ser "desligada" do Parque da Sustentabilidade, operação talvez ainda pouco conhecida mas que pode dar uma volta completa a uma área no coração da cidade, pela recuperação da área verde composta pelo Parque D. Pedro e Baixa de Santo António e que é por excelência a charneira entre a cidade propriamente dita e a Universidade/Hospital.
Tanto quanto me foi dada a conhecer, a ligação prevista deste "novo" parque ao Alboi é feliz, e em articulação com a nova ponte pode criar um novo e interessante percurso pedonal/ciclável entre a área de estudo/trabalho e a área residencial/divertimento.
Na minha modesta opinião, numa zona tão sensível do ponto de vista paisagístico, seria desejável que as limitações orçamentais presentes no enunciado do concurso, fossem mais "largas", no sentido de condicionarem em menor escala a escolha. Mas numa altura em que "apertar o cinto" é a palavra de ordem no pais, quem quiser que atire a primeira pedra.
De todas as propostas que vi na exposição ( e esta é também de saudar; muitos concursos públicos prometem exposições que nunca se realizam.) na Casa Major Pessoa, há soluções plasticamente mais bem conseguidas. Tenho no entanto algumas dúvidas que as que considero mais interessantes coubessem no orçamento.
A solução classificada em primeiro lugar é equilibrada. Tem menor impacto que muitas patentes a concurso, garante várias ligações ao longo das margens, interfere muito pouco com estas, em particular com palmeiras do Rossio, e parece estar acautelada a passagem dos moliceiros com a proa no lugar.
Do lado do Rossio perece dirigir as pessoas na direcção contraria ao percurso "lógico", mas isto é uma "teoria" sobre a qual não tenho números e que por isso mesmo pode (ou não.) ser desmentida por eles.
Tem algum impacto visual, mas não é fácil fazer pontes sem impacto e, com os limites orçamentais de que já dei conta, menos ainda.
Para terminar, é de fazer notar que houve um concurso aberto, leal, honesto, algo em vias de extinção em Portugal.
Só por isso, e não é pouco, merece a Câmara Municipal de Aveiro a minha "chapelada".
César Lima Costa
De Anónimo a 1 de Fevereiro de 2010 às 13:17
Não lhe parece que o projecto Pólis, do Arquitecto nuno Portas devia ser considerado?
Por que não respeitaram essas indicações? Trata-se de um crime urbanístico mexer naquele sítio.
Cumprimentos
Clara Sacramento
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