Terça-feira, 1 de Novembro de 2011
Confesso que me continua a custar perceber como é possível que, no actual contexto de grandes constrangimentos financeiros (municipais e do país) e num momento em que nos são pedidos tantos sacrifícios, a nossa autarquia mantenha a intenção de gastar quase um milhão e meio de euros na construção de duas pontes pedonais cuja necessidade, utilidade e localização é muito discutível e cujas implicações e consequências (caso se façam os investimentos) podem ser particularmente penalizadoras para a cidade.
No que concerne à Ponte do Rossio, é difícil entender a aposta quando um dos principais argumentos utilizados para defender a sua construção, o eventual ganho de tempo de deslocação entre margens, quase não tem expressão (1/2 minutos?). E este argumento é tanto mais frágil quanto recentemente (no âmbito do projecto europeu Active Access) a própria autarquia defende que é razoável (e desejável) que se ande a pé na cidade em deslocações de 5, 10, 15, 20 e até 28 minutos (ver mapa anexohttp://ape.aveiro.pt/templates/GenericDetail.aspx?id_object=35448&TM=2260&id_class=2260&CssClass=DefaultTitle). Faz por isso algum sentido gastar tanto dinheiro por causa de tão parco e discutível benefício e de tão pesadas consequências? Por tudo isto, e tal como ocorreu no caso do Alboi, não seria esta uma boa oportunidade para se criarem as condições para uma reavaliação destes investimentos do PdS e para uma reafectação dos meios (do QREN e muncipais)? Não haverá outras prioridades de investimento para além destas pontes pedonais, outras áreas de aposta, mesmo no âmbito do tema da parceria? E não nos cabe a nós cidadãos, alertar as instituições e o poderes públicos (locais, regionais e nacionais) para a necessidade de se repensarem e reponderarem as opções?
JCM