Pela segunda semana consecutiva organizam-se, no mesmo dia e à mesma hora, dois eventos culturais relevantes em Aveiro.
Pode haver várias leituras sobre este facto. A primeira, mais generosa, é que a dinâmica cultural em Aveiro é de tal modo intensa que já não é possível encontrar datas alternativas. Uma segunda, é que os promotores não têm uma plataforma de diálogo e por isso sobrepõem os seus eventos.
Qualquer que seja a razão julgo que por ser tão intensa a dinâmica a cidade só ganharia com uma (maior) coordenação na sua programação cultural.
Tendo em conta a multiplicidade de programadores e produtores culturais, a questão que coloca é saber quem deve procurar assumir esse papel de coordenação.
Também aqui há várias alternativas. Uma delas, e atendendo às suas atribuições no domínio do planeamento da actividade cultural, poderia justificar para a autarquia esse papel de coordenação da programação, mesmo sabendo que uma parte significativa dessa produção não é da sua responsabilidade.
Uma outra alternativa, poderia passar pela criação de uma estrutura de coordenação da programação cultural, que poderia ter uma forma ligeira - tipo Agenda Cultural comum (como já existiu em tempos), ou mais musculada, com a forma de uma"Plataforma para a Programação Cultural", uma estrutura institucional constituída por representantes dos diversos agentes públicos e privados ligados à cultura.
Este "protocolo de entendimento" deveria procurar articular a programação da actividade cultural e, eventualmente, a sua divulgação (tirando partido de projectos interessantes já existentes), com espírito de abertura e articulação às actividades que se realizam em municípios vizinhos (Ilhavo, Estarreja e Agueda).
Este trabalho conjunto poderia abrir um outro leque de oportunidades, em particular o desenvolvimento de projectos culturais que assumam o desafio da fusão entre várias disciplinas (como defendeu recentemente Carlos Fragateiro, com uma aposta nas valências onde Aveiro tem as suas competências mais relevantes - a música, o teatro, e as tecnologias), organizando eventos que ajudem a projectar no exterior a excelência da produção ao nível das artes e da cultura que por aqui se vai fazendo, ou a dinamização da participação cívica em projectos de cultural como as que os Amigosd'Avenida estão a tentar promover.
Julgo que esta inciativa poderia ser um importante legado destas comemorações dos 250 anos da cidade. Têm a palavra os responsáveis... e os Amigosd'Avenida....
(continua)
José Carlos Mota
Internacional
Aveiro
Media Aveiro
Cidadania
Actualidade
Cidades
Clube dos Amigos e Inimigos da Dispersão
Cultura e Criatividade
Mobilidade