notícia enviada pelo João Margalha
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in http://in-ner-city.blogspot.com/
27 NOV 18.30H FAUP
"Falar em cidade criativa implica, desde logo, denotar o papel da cultura, construindo um novo olhar sobre o contexto urbano, que permita ultrapassar as suas limitações, tornando-o mais agradável e desejável. Torna-se relevante compreender e intervir na cidade através do seu principal recurso: as pessoas e as suas qualidades e características. É a partir da criatividade de cada um e da combinação de criatividades múltiplas que se pode transformar a cidade num local melhor, num meio criativo e é neste sentido que o espaço público e, mais concretamente, o centro das cidades se assume como locus de criatividade e inovação. A ele está inerente a ideia de descoberta, de alargamento de horizontes, a ideia de desconhecido, de surpresa, experimentação e aventura. Além disso, também as oportunidades existentes nestes contextos espaciais surgem como estímulos à criatividade. Pense-se, por exemplo, naquelas que se relacionam com a pesquisa e a educação, com os canais de comunicação ou com aspectos culturais, que geram inspiração, auto-confiança, debate e troca de ideias, para além de criarem uma imagem da cidade capaz de atrair pessoas com “qualidades criativas”. Afinal, a criatividade não surge do nada. Pelo contrário, tem associada uma série de factores que, em interacção, contribuem para a sua emergência, desde factores mais pessoais, a factores mais colectivos; factores concretos e factores mais inteligíveis. Assim, parece pertinente desenvolver uma nova literacia urbana, isto é, uma nova forma de pensar a cidade, caracterizada por um carácter holístico e completo, agregador de diferentes contributos e modos de compreensão e interpretação da vida urbana. No âmbito desta nova literacia, ganha destaque a figura da “cidade aprendiz” ou da “cidade que aprende”. De facto, a cidade do futuro é uma cidade que aprende com as suas experiências e com as experiências dos outros, compreendendo-se a si mesma e reflectindo constantemente sobre essa compreensão. É, por isso, também uma cidade reflexiva. Qualquer cidade pode ser uma cidade que aprende, que é criativa na forma como lê e interpreta a sua situação e no modo como encontra soluções para os seus problemas. É essencial que a aprendizagem assuma um lugar central nas actividades da cidade para que as pessoas possam continuar a desenvolver as suas capacidades. O desafio é promover as condições para que tal ocorra. Uma cidade que aprende não é apenas uma cidade cujos membros têm elevadas competências. Mais do que isso é uma cidade em que as pessoas e as organizações são encorajadas a aprender sobre as condições em que vivem e sobre as suas transformações, é uma cidade que aprende a mudar as condições da aprendizagem democraticamente e, acima de tudo, é uma cidade que aprende a aprender, mobilizando a reflexividade como instrumento central da imaginação e inovação".
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