Um belo vídeo produzido pela Farol (*) para a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla(**), com realização de Joaquim Pavão, música de Rodrigo Leão, poema de João Negreiros e som de Tânia Oliveira e Luís Ribeiro! Parabéns aos autores e actores...
Tenho mas não todos os dias http://www.vimeo.com/23369740 Anabela Areias, Elisa Antunes, Catarina Borges, Carlos Campos, Carlos Heleno, Luisa Sachetti
(*) Farol (faroldavida.pt) (**) Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (http://www.spem.org/)
Pela qualificação do debate público sobre o futuro da Avenida
(publicado hoje no Diário de Aveiro)
A Avenida Lourenço Peixinho representa, para muitos aveirenses e para a cidade, um espaço de particular relevância simbólica e funcional que tem vindo a sofrer nos últimos anos um profundo processo de desqualificação e descaracterização que se traduz numa crescente desvalorização como espaço residencial, comercial, de serviços e de lazer, com impactos significativos na vida da cidade e da região.
A conferência organizada pela autarquia em Novembro de 2008 sobre o futuro da Avenida foi recebida com expectativa e particular interesse, pois respondia a uma preocupação colectiva, propunha a definição de um novo instrumento de planeamento para aquele território e manifestava o desejo de envolver a comunidade na construção colectiva desse projecto. O documento produzido nessa sequência (30 princípios) sendo um esforço relevante foi também entendido como um resultado redutor do potencial de envolvimento da comunidade que a conferência indiciava.
No final do ano passado, a autarquia deu conhecimento da criação de uma nova equipa técnica de coordenação do projecto, liderada pela Universidade de Aveiro. Desde então têm sido realizados momentos de inquérito e auscultação de grupos de interesse, como se pode constatar pela publicação de algumas notícias na comunicação social.
Passados alguns meses sobre o arranque dos trabalhos, existe a expectativa de que em breve possa decorrer um primeiro momento de debate público, com a participação de todos os cidadãos interessados e com os responsáveis técnicos e políticos do projecto.
Esse momento de debate é tanto mais importante quanto o facto de notícias recentes (Requalificação da Avenida vai rondar os quatro milhões, DA, 21/4/2011; A avenida mais criticada também é a mais estimada, Público 1/05/2011) terem deixado algumas dúvidas sobre a forma como a autarquia entende o desenvolvimento deste projecto de qualificação.
A primeira prende-se com a natureza da encomenda, isto é a natureza do instrumento de planeamento em desenvolvimento. Se se trata, como as notícias sugerem, sobretudo de um projecto de arranjo do espaço público (para fazer obra), será esse o instrumento adequado para responder às transformações e necessidades da Avenida? E como fica garantida a coerência global às intervenções urbanísticas referidas para as áreas adjacentes (Rossio e Estação) e da proximidade (PP Centro e PP Pólis)?
A segunda está relacionada com os objectivos da operação. Tendo em conta a importância das dinâmicas sociais e económicas para a revitalização da Avenida, de que forma estas vão ser consideradas, desenvolvidas e potenciadas no projecto? E qual o papel que a autarquia entende dever ter nos esforços de dinamização e animação funcional da Avenida (um papel liderante ou reactivo)?
A última está relacionada com o envolvimento dos cidadãos no processo. Tendo em conta a importância da operação, não seria útil que a comunidade pudesse conhecer de forma detalhada os seus objectivos e discutir a sua pertinência com os responsáveis políticos? E não será nesta fase, em que ainda não se conhecem com detalhe as propostas, que a intervenção dos cidadãos deve ocorrer, com benefícios óbvios quer para a qualificação do projecto, quer para a necessária aprendizagem de participação que estes projectos devem estimular? E se existe a vontade de mobilizar os cidadãos e os agentes sociais e económicos não deveria haver uma ampla informação (logo desde o início e de diversas formas) para criar oportunidade para formar opinião, dar solidez ao conceito e programa e mobilizar esforços para a acção (por exemplo, para a identificação de projectos âncora ou para criar sinergias entre parceiros)?
Algumas destas dúvidas foram já colocadas por alguns dos cidadãos auscultados no processo técnico de elaboração do projecto de requalificação da Avenida e enviadas oportunamente à presidência do Executivo Municipal.
A publicação destas dúvidas pretende dar um contributo para a reflexão sobre o processo e para o arranque do debate público sobre o futuro da Avenida Lourenço Peixinho, envolvendo todos os cidadãos e forças vivas da cidade. Para além disso, aproveitamos a oportunidade para convidar todos os cidadãos a produzir um pequeno testemunho sobre a sua visão para o futuro da Avenida e a enviar os contributos para amigosdavenida@gmail.com. Esta informação será oportunamente tornada pública no blogue dos AmigosdAvenida e enviada à autarquia.
José Carlos Mota, Gil Moreira, Filipa Assis, Joaquim Pavão, Cristina Perestrelo, João Martins, Gaspar Pinto Monteiro e Pedro Aguiar
Décadas passadas, de todas as avenidas que existem em Aveiro, a única que preserva o valor e a dignidade de projecção além fronteiras, é a Avenida Lourenço Peixinho.
Uma artéria da cidade, na malha urbana densamente povoada em zona central, mantêm hoje um segmento histórico que não se adequa à imagem projectada em décadas, as mesmas que assistiram ao desaparecimento das pessoas e à fixação do automóvel. Mesmo taxado, por aqui continua; os que não estacionam, passeiam-se cima a baixo ou simplesmente atravessando a cidade; sim, uma artéria da cidade histórica que ao longo dos anos, viu a sua utilidade remetida a zona de passagem e de atravessamento.
O futuro!
O futuro da Avenida passa pelas pessoas, não somente as que passam e passeiam, mas as que usufruem: do espaço, das dinâmicas comerciais, das zonas de lazer, das zonas urbanas, do mobiliário urbano, espaços verdes, tecnologia, serviços de proximidade; assumir-se-á um contexto de inovação e de competitividade.
Um espaço urbano agradável, que convive, interage e potencia a permanência de cidadãos.
Uma Avenida histórica, deve no momento em que se equaciona a mudança, de ser capaz de ler no seu percurso os erros e as fracas politicas de ordenamento do território.
A mobilidade na Avenida, deve fazer-se num futuro próximo, num único sentido; deve acabar toda a zona de estacionamento, permitindo somente estacionamento pontual para carga e descarga de materiais e produtos para abastecimento das unidades comerciais ali presentes. O estacionamento dará lugar à duplicação do actual passeio pedonal, e neste, espaços de lazer e descanso, como esplanadas e bancos de apoio.
Espaços verdes, luz e tecnologia, serão os factores de atractividade. A Avenida deverá estar na moda; deverá ser moda.
Estar na moda, porque vai apoiar-se em 30 anos de história aveirense; e deverá ser moda, porque saberá que nos próximos 30 anos as pessoas vão deixar de gastar aquilo que não têm e vão privilegiar o contacto pessoal de uns com os outros; espaços públicos de reunião e confronto de ideias; serão mais exigentes, mas decididos mais informados e mais capazes; tão capazes como o espírito aveirense que perdura no legado de homens e mulheres valentes.
A Avenida é das pessoas e deve-lhes ser devolvida. O automóvel deve remeter-se aos espaços criados na periferia, e deve ser dado privilégio aos transportes públicos e às novas tecnologias de mobilidade.
Na impossibilidade de manutenção das fachadas originais, devem ser catalogadas medidas apertadas e uniformes de intervenção. Deve ser identificada a traça da Avenida, e sobre ela gizar-se-á a recuperação do edificado que o tempo ditará.
Habitação, comercio e serviços alinhavam o futuro da Avenida, que tem as pessoas como pano de fundo. A Avenida será das pessoas e de toda uma dinâmica de cidade, própria da malha urbana central.
Um primeiro problema que a nossa Avenida tem é a descaracterização e o abandono a que foi deixada pelos diferentes governos autárquicos. A permissividade de acrescentos (como dizia um ilustre Aveirense) "galinheiros" no topo dos prédios, bem como as medidas aceites do IPAR, mas propostas pela comissão municipal, que restringem a implementação de um novo tipo de cércea para toda a Avenida, tem colocado este espaço urbano como zona de alto interesse público se tratasse. Isto tudo, ligado a toda uma série de "erros" urbanísticos licenciados pelos distintos executivos. Em meu entender, sobre todas estas ideologias urbanísticas para a Avenida, recai uma nova concepção de reorganização sobre o número de projectos urbanísticos existentes, que possam eles próprios serem rentabilizados em termos estéticos, económicos e sociais. Esta nossa Avenida deve ser local de afectos sociais e humanos onde os aveirenses se sintam identificados, mas que não menosprezem o direito económico de quem através de regras claras possam ver realizadas as suas mais-valias. .Sem me alongar nos considerandos, a minha proposta é um alinhamento de cérceas pela cota do edificado existente mais elevado, mas obrigando à recuperação e manutenção das fachadas e do retirar dos "galinheiros" existentes; .Um grande passeio central, com mobiliário urbano e esplanadas, bordejado com árvores tipo cerejeira ornamental (Prunus sp.) ajudam a colorir e alegrar a paisagem (conceito cidade jardim) com vias laterais onde circulem condicionados os carros e interliguem o enquadramento do traçado viário existente; .Sectorização do comércio, implementando "quarteirões de moda" (comércio por sectores: Banca; moda, serviços, alojamento, etc) com preferências para as marcas portuguesas; .Implementar um quarteirão cultural, impulsionando e divulgando o que de melhor se faz no concelho e na região ao nível das artes, da cultura, dos espectáculos, etc; .Construção de um parque de estacionamento subterrâneo aproveitando o túnel da estação; Manuel Cartaxo
O futuro não se prevê, constrói-se, recordava o Professor João Ferrão numa conferência realizada há dois anos no Porto sob o tema "Planning in times of uncertainty".
Dizia, na altura, que num momento de particular dificuldade a nível nacional e global urge, de facto, equacionar os meios adequados para construir colectivamente melhores respostas para os problemas das nossas cidades.
Decorrente da sua experiência governativa, o Professor João Ferrão recomendava também que se levasse mais ‘inteligência colectiva’ para os processos de decisão, apostando nos instrumentos que estão relacionadas com a democracia deliberativa de forma a combater duas culturas perniciosas: a 'ingenuidade tecnocrática' e o 'autoritarismo iluminista'.
Acrescentava ainda que a experiência de aprofundamento da democracia deliberativa nas nossas autarquias estava longe de ser devidamente estimulada e trabalhada.
A sugestão do Professor João Ferrão, as circunstâncias actuais (que o Carlos Jalali refere no artigo publicado no Plataforma Cidades) e a realidade em Aveiro permitem tirar algumas ilações.
Primeiro, que a construção do futuro da cidade é frequentemente entendida como um exercício de fé na razão técnica, que não oferece espaço para discutir ou reflectir sobre a racionalidade dos processos e das soluções que tem produzido (o caso do Alboi é um exemplo paradigmático).
Segundo, que existe uma diferença significativa entre o discurso (‘governação participada, em que todos os seus parceiros serão interlocutores indispensáveis’; ‘as sociedades mais prósperas colocam os cidadãos como o centro da sua atenção das suas políticas’) e a prática conhecida, existindo vários exemplos que mostram que existe uma concepção redutora, mitigada e mesmo conservadora do papel dos cidadãos na vida colectiva.
Por último, que num momento difícil como o que atravessamos, de grande contenção de recursos financeiros, o governo local não tem sabido utilizar o vasto capital cívico existente, que por diversas vezes tem demonstrado querer ser um parceiro útil para encontrar melhores soluções.
As difíceis circunstâncias em que nos encontramos exigem o aprofundamento da reflexão sobre os métodos, as práticas e a cultura de governo local e o estabelecimento de um novo quadro de relacionamento entre o poder e os actores locais.
Este Domingo dia 29, das 10h as 11h no programa Alvinex da Antena 3, Luís Alves (equipa de pré-produção do filme Aqui!Here!; Cine-Clube de Avanca) e Pedro Gomes (Amigosd'Avenida) estarão à conversa com Fernando Alvim sobre o filme "Aqui/Here" e o seu Concurso de Sinopses em presente execução! Não Percam! http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=4452&e_id&c_id=3&dif=radio > Façam-se amigos do https://www.facebook.com/AquiHere e participem no concurso de sinopses. E se puderem divulguem o projecto!
A revitalização da Avenida Lourenço Peixinho: notas para uma estratégia e um programa
Alberto Souto de Miranda
A Avenida Lourenço Peixinho está moribunda. Urge uma operação de reabilitação integrada, que lhe devolva a vida que tem vindo a perder.
1. As bruscas mudanças na estrutura do comércio
Primeiro foi a invasão dos serviços (em especial os bancários), com a imolação de cafés/instituições como o Arcada, o Avenida, o Trianon, etc. Depois, foi o progressivo esvaziamento das habitações, com os jovens e menos jovens casais a afastarem-se para ofertas menos centrais e mais confortáveis. Enfim, a chegada das grandes superfícies comerciais constitui uma ameaça letal num certo tipo de vivência.
O resultado é que uma das mais bonitas avenidas do País está desfigurada, transformada num espaço de atravessamento automóvel pouco aprazível, urbanisticamente desarticulado, desfeado e comercialmente nada atractivo. Importa reagir.
É claro que – embora isso não tenha sido sempre compreendido – a emergência do grande comércio era irreversível e necessária para Aveiro. E, realmente, assistimos, nos dois mandatos autárquicos anteriores, à chegada do Jumbo/ Glicínias, do Carrefour e médias superfícies associadas, do Fórum, do Retail Park, do Lidl, etc. Foi um período muito curto e comercialmente ciclónico, que testemunhou uma profunda mudança de paradigma no pequeno comércio aveirense. As feridas eram inevitáveis. A procura não podia ter tanta elasticidade que permitisse o pequeno comércio resistir como até então: muitos sucumbiram, outros vão sobrevivendo, poucos puderam adaptar-se.
Neste contexto (a que se junta uma persistente redução do poder de compra das famílias e uma oferta acrescida de novos centros comerciais em cidades concorrentes, como Coimbra, Viseu e Porto e de ofertas comerciais na Internet), a Avenida Lourenço Peixinho não pode ombrear com o Fórum Aveiro. Não pode, se se mantiver o marasmo. É preciso que o poder público intervenha.
2. A solução para a Avenida: planeamento estratégico, projecto urbanístico de excelência, integração de políticas públicas
2.1. Um conceito estratégico
(a) Os eixos marcantes
Em primeiro lugar importa saber planear estrategicamente: Aveiro no seu centro urbano tem dois eixos comerciais marcantes: (a) o que vem do Rossio/Praça do Peixe, passando pelas Pontes e segue pelo Fórum, até à nova zona comercial que deverá aparecer junto ao Lago da Fonte Nova, em linha com os canais; (b) o que vem das Pontes, definido pela Avenida, até à Estação, até à nova zona comercial que também ali deverá aparecer.
Estes eixos principais cruzam-se com o eixo menor dado pela Rua Direita/Arcos e podem ser “amarrados” entre si pelos pólos da Alberto Souto/Rotunda do Oita/ManuelFirmino/nova frente do canal do Côjo.
(b) Uma zona comercial de excelência
Para além desta percepção urbanística - que importa perceber para valorizar - do que é o casco comercial tradicional do centro de Aveiro, o planeamento estratégico de salvação da Avenida obriga à sua afirmação como o “Centro” Comercial de Aveiro: um espaço de encontro e zona comercial de excelência. Leia-se: uma zona onde seja agradável ir e estar, para encontrar os outros, uma zona onde valha a pena ir às compras e onde valha a pena vender, não só porque a oferta é de qualidade e personalizada e diversificada, mas porque as pessoas aí afluem com facilidade e vontade. Nada disto se passa actualmente.
Ir à Avenida Lourenço Peixinho tem de voltar a ser um prazer e, aí comprar, tem de ser sinónimo de se ter comprado no sítio onde a oferta é a melhor. A Avenida tem de voltar a estar “in”. O que não tem nada de elitista. O Mercado Manuel Firmino e o Mercado do Peixe também têm de saber estar “in”.
2.2. Um programa de requalificação urbana
Requalificar a Avenida é uma operação muito sensível e de enorme responsabilidade. Aveiro tem de ser muito criterioso e exigente nesse exercício. Não basta sequer rendermo-nos aos resultados de um qualquer concurso público de concepção. Recordo-me que no mandato autárquico anterior ele chegou a ser feito e os resultados não corresponderam às expectativas. É preciso saber o que se quer e não nos conformarmos com soluçõezinhas medianas ou estapafúrdias.
Do meu ponto de vista há algumas ideias força que devem ser condicionantes. Assim: (a) manutenção do trânsito automóvel. As propostas de pedonalização total destroem a Avenida enquanto tal, a sua identidade, o seu conceito histórico e agravam mais os problemas comerciais e de acessos. Escalas à parte, seria como que pedonalizar a Avenida da Liberdade ou os Campos Elísios. É uma heresia excessiva. O trânsito deve manter-se, mas será uma função acessória e condicionada, com um tipologia de piso e largura que o torne lento, e maximize o alargamento dos passeios.
(b) Criação de condições para o aumento da qualidade da fruição pedonal, designadamente, através de, pelo menos, a duplicação da área dos passeios laterais, a criação de passadeiras francas de circulação entre os dois lados e a instalação de esplanadas de qualidade. Os passeios actuais deverão transformar-se em largas e aprazíveis calçadas à portuguesa, com temas desenhados por artistas portugueses convidados. Um espaço de referência.
(c) Manutenção e reconstrução da marcação clássica dada pelas árvores originais, com valorização da placa central para as pistas de Bugas, para a estatuária existente e para nova estatuária de valia internacional.
(d) Redução drástica, senão total, do estacionamento de superfície. A duplicação dos passeios (até à entrada do túnel) é necessária para valorizar a relação com as frentes comerciais, mas implica a supressão de algumas dezenas de lugares. Ao contrário do que possa aparentar, não se trata de uma intervenção dramática: já hoje apenas existem umas dezenas de lugares de estacionamento.
(e) Criação de oferta de estacionamento de proximidade, que deve ser maximizado a partir do terreno contíguo à “rotunda do Oita”, com saídas directas para a Avenida, sem esquecer o parque silo já existente no edifício Ana Vieira, o Parque do Fórum, e o Parque do Manuel Firmino. A solução de um novo Parque subterrâneo, não deve ser excluída liminarmente, mas tudo depende de uma análise custo urbanístico/benefício funcional, que deverá ser efectuada na comparação com outras alternativas e, em todo o caso, sempre minuciosamente escrutinada ao nível do projecto (locais de entradas e saídas, viabilidade de manutenção das árvores, etc).
(f) Salvaguarda da possibilidade futura de circulação do eléctrico de superfície – como aliás o túnel já previu.
(g) Substituição e uniformização de todo o mobiliário urbano e iluminação pública.
(h) Manutenção e regularização do piso de paralelipípedo clássico em toda a extensão.
(i) Regras estritas sobre publicidades, cartazes, toldos, acessibilidade de pessoas com necessidades especiais, cargas e descargas.
2.3. Um programa interdisciplinar
A revitalização da Avenida passa também por uma integração de várias políticas públicas. Um bom projecto urbanístico de intervenção no espaço público soçobrará, se não for acompanhado de outras dinâmicas:
Assim: (a) Política de mobilidade adequada (oferta de estacionamentos de proximidade efectiva, uma rede de transporte colectivos amigável, quando não mesmo um circuito detransporte público dedicado).
(b) Promoção turística (designadamente por ocasião de congressos) e promoção de espaços hoteleiros e de restauração.
(c) Animação de rua apropriada e fomento de tempos de convivencialidade cívica.
(d) Política de marca (sacos, embrulhos, publicidade sob a mesma marca englobante da Avenida).
(e) Política activa de gestão urbanística que induza a resolução de impasses, crie expectativas fundadas e potencie os investidores a apostarem nesse novo centro comercial a céu aberto.
(f) Definições claras ao nível de planeamento sobre volumetrias e usos e imposição de usos mistos (comércio, serviços e habitação) numa abordagem de quarteirão, de modo a que morar na Avenida torne a ser um desejo – pela qualidade de vida - e uma possibilidade – pela oferta diversificada.
(g) Indução de canais de comunicação atractivos entre o Fórum e o Pólo da Fonte Nova com a Avenida, de modo a que este centro possa ser sentido com um todo de qualidade e vivência homogéneas. Neste aspecto, equipamentos como a Capitania, a biblioteca, os Armazéns de Aveiro, o edifício do saudoso Teatro Avenida, as traseiras da Avenida /nova frente para o canal do Côjo, o decrépito Oita, a Fundação António Pascoal, a nova dinâmica que pode ser criada na velha estação da CP, o mercado Manuel Firmino e a Casa da Juventude, podem desempenhar uma importante função agregadora. E há projectos estagnados que podem ser importantes: a ligação da galeria da Alberto Souto à Lourenço Peixinho, o edifício do antigo Centro de Saúde, o da antiga Garagem Atlântico, etc…
3.Financiamento e modelo de gestão
Uma intervenção assim tem um orçamento significativo. Mas mais significativo por omissão é não ter um orçamento. Os fundos disponíveis para a reabilitação urbana devem poder ser utilizados. O problema não me parece que seja o financiamento. O problema é a falta de estratégia. Importa captar fundos consignados à modernização dos estabelecimentos comerciais e à formação profissional.
O comércio deve estar ciente da sua oportunidade e das características do contexto; a oferta deve primar pela qualidade, pela diversidade, pelo atendimento personalizado. Só assim valerá a pena e ganhará sentido uma política de marketing agressiva, que o promova como “centro” comercial com marca de excelência.
Uma intervenção assim só pode ser bem sucedida se tiver um poder autárquico forte, capaz de ganhar os agentes envolvidos e de induzir confiança na sua capacidade de realização para um projecto exigente como este. Uma Câmara bem estruturada e liderada pode fazê-lo. Propendo no entanto a pensar que, nas condições actuais, o modelo Pólis – com provas dadas – é o que melhor se adequa à sensibilidade desta intervenção. Reunindo competências especialmente dedicadas e uma equipa profissional que consiga consensualizar um projecto de grande qualidade e executá-lo com rigor.
Às sextas na Cidade...em Águeda. Mais uma iniciativa para promover o debate e a reflexão sobre o território que temos e o que queremos! http://gis.cm-agueda.pt/pru/noticia8.html
O Diário de Aveiro e o Jornal de Notícias referem na edição de hoje [*1, *2] que a CMA se prepara para deliberar a adjudicação da obra do Alboi (com valor próximo dos 700 mil euros). Relembro que se trata de um projecto com intervenções que mereceram a significativa reprovação dos residentes (de acordo com notícia publicada no DA [*3]), a contestação de vários cidadãos aveirenses em diversos apelos públicos [*4, *5, *6, *7, * 8, *9, *10,*11]) e observações críticas de organismos independentes ('Associação Portuguesa de Planeadores do Território 'considera que a proposta para o Alboi é "excessiva" por provocar uma "ruptura" com a actual "morfologia" do bairro' DA *13). Para além disso, e na minha opinião, a iniciativa contraria mesmo alguns dos princípios do projecto 'Parque de Sustentabilidade'( *12). De todo este processo retenho a ideia que não foi (ainda) esgotado o estudo de alternativas à questão que eventualmente terá dado origem à decisão de propor a 'rua pelo meio do jardim' (estrangulamento no cruzamento entre Rua Magalhães Serrão e Rua da Liberdade, em frente à CivilCasa). Julgo que com alguma 'boa vontade' será possível encontrar um alternativa barata e fácil de implementar, e com isso resolver uma parte deste 'problema'. Para além disso, com um pouco mais de esforço também será possível olhar para as outras questões que levantam dúvidas aos residentes e cidadãos (esplandas, animação urbana, estacionamento). Num momento de crise económica e de racionalização do investimento é um pouco estranho assistir à aplicação de dinheiros públicos em projectos que deveriam visar a melhoria da qualidade de vida das pessoas e que ao contrário de irem ao encontro das suas necessidades geram uma elevada contestação!!! JCM
Testemunho/Reflexão - O Futuro da Avenida Decidi escrever este testemunho depois de ler na diagonal os outros. Eu acho que o que falta na Avenida são pessoas. Actualmente é um sítio de passagem a algumas horas do dia, mas preferia que a Avenida tivesse pessoas a quase todas as horas do dia, não a irem de um lado para o outro mas a desenvolverem actividades. Não gosto da ideia Avenida da Arte, acho muito rebuscado e com pouco empenho, gostaria realmente que houvesse um tema para a Avenida, mas acho que todos em conjunto conseguimos arranjar um tema melhor do que esse. Realmente preferia que na Avenida as pessoas se deslocassem preferencialmente a pé, mas a minha experiencia em Aveiro, mostra-me que sempre que se retira a circulação automovel a um sitio, esse sitio acaba por perder vida. Sou a favor que se limite ou até se corte mesmo o tráfego automóvel na Avenida, mas numa fase posterior em que já se tenha tornado um habito para Aveirenses e visitantes exteriores, usar a Avenida de outra forma. Sou a favor do aumento dos passeios e da eliminação de todos os lugares de estacionamento, mas como referi, numa fase posterior, não nos podemos arriscar a ter uma avenida vazia. Gostaria que a Avenida Lourenço Peixinho fosse a artéria central da circulação em bicicletas em Aveiro, um sítio onde todos e todos os utilizadores de bicicleta se pudessem encontrar, e até onde pudessem ir, de qualquer ponto da cidade, de forma segura, e aberta a todos (independentemente da capacidade física, idade, e habilidade para andar de bicicleta no meio dos carros). Não gostaria que houvessem esplanadas, cafés e restaurantes na Avenida, sinceramente, parece-me que já há suficientes em torno do Largo do Mercado Manuel Firmino, e os demais parece-me que se deveriam instalar neste sítio - caso sejam precisos mais. Não creio que tenhamos população ou visitantes suficientes para suportar ainda mais cafés, restaurantes e esplanadas, nesta zona da cidade. Preferia ver pessoas a fazerem piqueniques nos relvados da Avenida, à sombra de uma arvore. Não tenho nada contra ninhos de artistas, mas sinceramente acho que deveríamos aprender com alguns erros. Não temos população suficiente para termos ninhos de artistas em todos os distritos, quanto mais em todos os concelhos, a decisão dos sítios onde se devem implantar estes ninhos, não me parece que deva ser somente de uma cidade ou de um concelho, devia ser no mínimo regional. Para que no fim tivéssemos um ninho com qualidade e massa critica, e não varios ninhos totalmente desprovidos de impacto. Finalmente, gostaria que a Avenida fosse de todos e para todos, Aveirenses, Estudantes Universitários, visitantes, turistas, imigrantes, etc. Joel José Ginga, cidadão e outras coisas mais.
Um dia destes vou ter que repensar a relação com a minha Avenida. Há dias, dei conta que raramente a vejo. Passo por ela à pressa ou nem sequer lá vou, se quero ir mais depressa. Afinal, raramente preciso dela e quase nunca está lá algo que me leve a procurá-la! Saio, até participo na vida da cidade, mas isso raramente me leva à Avenida. Consumo coisas, mas não na Avenida. Vejo os amigos noutros pontos da cidade. E vou ao cinema, ao teatro e a concertos e nunca na Avenida. No meio da corrida, não passo sem um café, de preferência numa esplanada, mas não na Avenida. Trato de assuntos com a Administração, como qualquer cidadão, e trabalho, mas resolvo todas essas coisas fora da Avenida.
Tenho algumas ideias sobre o que a Avenida poderia ser. Considero, ainda, que ao fim de algum tempo, alguns de nós, no contexto de uma esfera pública relativamente restrita, fomos construindo um discurso sobre a Avenida, o qual, sem ser consensual, nos trouxe, pelo menos, para um novo nível de consciência sobre os problemas desta e sobre a sua dimensão. Haverá também, porventura, algumas propostas que seriam partilhadas sem dificuldades, porque no caminho entretanto feito houve trocas de ideias e aprendizagens colectivas que permitiram afinar a ideia da Avenida de um com a ideia da Avenida do outro. O processo argumentativo está, portanto, vivo e está na rua. Só é pena que não esteja em plena Avenida, ou seja, no espaço popular, na verdadeira esfera pública. Ouvir os especialistas é essencial para assegurar alguma eficácia e evitar a arbitrariedade, mas planear é também relativo ao desejo e à utopia, e isso começa antes do acto de projecto e do primado da técnica. Há outras, e muitas, Avenidas possíveis na Avenida Lourenço Peixinho. É, aparentemente, a mesma comunidade que a trouxe até aqui (a este estado), que a quer agora de outra(s) maneira(s). Mas é apenas aparentemente a mesma. As mesmas pessoas, e eventualmente algumas outras, são, ou querem ser, colectivamente outras, no que se refere à Avenida e a outros assuntos da cidade. Haverá espaço na Avenida para aceitar estas outras avenidas?
A nossa Avenida vai ser em breve outra Avenida. Pensado sobre o que a Avenida pode vir a ser para mim, só me ocorre: seja o que for que façamos, que seja possível eu mudar a minha relação actual com a Avenida; que eu possa, queira e precise de lá ir e que goste de lá estar.
De forma a ser objectivo no meu testumunho, passarei directamente à enumeração de alguns pontos, que na minha opinião, poderiam dinamizar a Av. Dr. Lourenço Peixinho.
- Criar condições para o aparecimento de esplanadas, nova restauração, de forma a cativar público para a Av.
- Alargamento dos passeios laterais com estacionamento e redução do separador central, anulando todo o estacionamento aí existente.
- Abrir concursos para a instalação de quiosques de restauração ao longo da Av. Um bom exemplo do que poderia ser feito: Na zona superior ao túnel, existe um espaço quadrado preenchido por pedras, que diga-se que estão no sítio certo, em cima de um túnel, que poderia ser perfeitamente utilizado como espaço para implementar um quiosque de restauração com esplanada.
- Isentar/reduzir os impostos praticados sobre novas construções na Av., de forma a incentivar a construção de novos edifícios. Preservar as linhas do património existente, mas incentivar também, sempre que possível o design e o modernismo.
- Apoio para proprietários que desejem restaurar os seus imóveis, de forma a requalificar o património imobiliário presente na Av.
- Aumentar as cauções sobre imóveis devolutos.
- Efectuar esforços para a implementação de uma loja dinamizadora na Av., do género de uma Fnac, de forma a servir de âncora, como em tempos a Zara o fez.
- Repensar o PDM para equacionar um estacionamento subterrâneo nos terrenos sitos entre a Rua Cmt Rocha e Cunha e Av. Dos Congressos da Oposição Democrática (actual estacionamento à superfície) para que quando a construção em altura se inicie, se construa previamente um estacionamento subterrâneo, que compense os lugares perdidos e continue a servir de apoio à Av.
- Repensar o pavimento.
- Colocar bancos ao longo da Av.
- Criar uma pista clicável.
- Criar postos digitais de informação sobre a cidade, roteiros, gastronomia, história, etc.
- Repensar a iluminação, o design dos candeeiros. Permitir certa animação nocturna.
Estas são algumas ideias que penso que poderiam ser pensadas e estudadas, de forma a obter conclusões mais profundas sobre as reais soluções para a nossa Av. Dr. Lourenço Peixinho.
Não sei se a ‘minha’ Avenida já existiu, ou se só existe na minha cabeça. Por um lado, tenho a ideia que não se trata de algo verdadeiramente inovador. Num certo sentido, julgo tratar-se mesmo de um regresso ao passado, ou a um ‘certo passado’ da Avenida. Por outro, devo dizer que ela não é verdadeiramente ‘minha’, pois é feita de ideias de muita gente com quem tenho pensado nestas coisas.
Como ponto de partida devo referir que perante as diversas dificuldades e constrangimentos a ‘minha’ Avenida tem de ser ‘fácil’ de construir, barata, de resultados visíveis no curto prazo e construída por pequenos passos graduais.
Num primeiro momento começava por recuperar o conceito de ‘passeio público’ para se ganhar, de novo, o hábito (e o gosto) de andar a pé no centro da cidade. Para isso aumentava a dimensão dos passeios, reduzia o espaço do estacionamento, promovia esplanadas e os carros a andar devagar (com menos faixas ou mais estreitas). E (re)colocava as árvores no sítio certo, onde passam as pessoas.
De seguida mobilizava os cidadãos a participar na retirada dos cartazes que se amontoam nas paredes da Avenida e convidava artistas plásticos para intervenções de embelezamento e pintura dos edifícios devolutos (um ‘limpar de cara’ da Avenida). Dava vida temporária às lojas devolutas, negociando com proprietários e mobilizando artistas e criativos (músicos, pintores, escultores, escritores, cientistas, investigadores) para residências artísticas/científico-tecnológicas de curta duração, na esperança que algumas dessas funções ganhe vida própria, se fixe e gere emprego e actividade.
Ao mesmo tempo sensibilizava os agentes culturais (galerias, escolas de música, grupos de teatro e dança, fotografia) e das tecnologias (som, imagem, comunicação) para iniciativas de animação dos espaços públicos da Avenida e áreas marginais, desenhando e promovendo circuitos culturais que afirmem Aveiro como local de referência na animação urbana e cultural e a Avenida como ‘montra’ ou ‘laboratório’ principal desse esforço.
Paralelamente, iniciava conversas com proprietários de alguns edifícios nucleares da Avenida (Edifício Banco Portugal, Garagem Atlantic, Estação CF,…) para aí promover programas âncora que trouxessem funções estruturantes (ou estratégicas) para o centro da cidade.
Contudo, apesar de todos estes esforços teria o cuidado de explicar, ouvir e envolver os cidadãos e demais actores, desde o início do processo, na definição, clarificação e concretização desta visão.
Por último, teria a preocupação de perceber que a ‘minha’ Avenida será sempre um projecto inacabado, que precisa de avaliação e monitorização, de estudo e acompanhamento, e que é, acima de tudo, um exercício de aprendizagem de como se faz cidade.
Em Aveiro, chama-se simplesmente “Avenida” à Avenida Dr. Lourenço Peixinho, uma das mais antigas artérias da cidade e que é “rematada” com a Estação dos Comboios. A “Avenida” é, mais do que uma artéria da cidade, um assunto de debate, um pomo de discórdias e concórdias várias, um foco do investimento de reflexão crítica sobre a cidadania e sobre as possibilidades e modalidades de participação cívica na discussão sobre o futuro da cidade. E a “Avenida” representa e corporiza, simultaneamente, os piores vícios do passado e presente da cidade— alguma estagnação económica e urbana, alguma anemia cívica, alguma estreiteza de vistas, ignorância e má-fé de decisores políticos e promotores imobiliários (uns travestidos noutros, por vezes)— e alguma da esperança no seu futuro— há um importante movimento cívico que se auto-intitula Amigos d’Avenida, sobre ela se produzem reflexões várias, nela se projectam soluções de e para a cidade (vejam aquie participem no Facebook).
Eu confesso que tenho dúvidas sobre o que pode ser a Avenida. Desde pequeno, aliás. Há uns anos atrás, tinha mesmo dificuldade em entendê-la como Avenida, por se tratar, de facto, dum cul-de-sac que, na minha perspectiva, só podia ser uma boa solução urbana caso o transporte ferroviário tivesse o peso estratégico que devia ter nas políticas de mobilidade e transportes. Em vez disso, abriram-lhe um buraco para ela deixar de ser um cul-de-sac(trocadilho não intencional) e ligaram-na a uma grande rotunda numa política de municipalização da EN109 e, por isso, de aposta continuada no transporte rodoviário, sobre a qual tenho sérias dúvidas. A construção da nova Estação de Comboios sinaliza a modernização infra-estrutural da linha do norte, mas nada de estratégico ou impactante na política de mobilidades acontecerá por esta via. A linha do Vouga e as possibilidades de novas ligações (comboio ou metro de superfície) pelo menos até Águeda, continuam a ser uma miragem. A sectorização da linha do norte por parte da CP e o papel de Aveiro como ponto de encontro não articulado das ligações suburbanas ao Porto e “regionais” a Coimbra, colocam Aveiro numa posição estranha, no panorama ferroviário.
Mas, para lá deste aspecto “operativo” da Avenida e duma das suas potenciais funções que, obviamente depende do peso que pretendemos dar, colectivamente, ao equipamento que é o seu limite e remate natural, como é que se pode intervir sobre os restantes 1400 metros de Avenida e qual a natureza e objectivos dessa intervenção? Porque é que a Avenida é importante? Para que serve?
Aveiro, como terra pequena que é, e com os seus tiques provincianos adoráveis, é sensível a discursos que mistificam a Avenida como símbolo da cidade, espaço de memórias e qualidades urbanas perdidas. Eu, que vivi em Aveiro uma boa parte dos meus (curtíssimos) 34 anos de vida, não me lembro dessas qualidades urbanas. Lembro-me de alguma vitalidade mais bem distribuída, lembro-me de menos parcelas devolutas, lembro-me de mais arquitectura ordinária e menos arquitectura osbcena… mas lembro-me dum afastamento e desinteresse face a este espaço que, colectivamente, explica a sua degradação, as intervenções desqualificadas, a perda sistemática de funções urbanas e um desrespeito inacreditável pelas poucas peças de arquitectura com algum valor, que suscitaram apenas uma indignação passageira, ainda que apaixonada, em alguns casos.
A Avenida de Aveiro, de que agora todos queremos ser “amigos”, esteve “abandonada” à sua sorte durante muitos anos. Décadas. Temos que ser capazes de assumir esse abandono, colectivamente, e perceber as suas causas, antes de grandes intervenções cosméticas, seja qual for a receita de “regeneração urbana” aplicada.
Porque, acima de tudo, não podemos presumir que está toda a gente “mortinha” por ir para a Avenida e utilizar os seus espaços, logo que eles estejam requalificados.
Envio notícia sobre uma iniciativa que o governo inglês está a lançar designada 'Free advice for communities to support neighbourhood planning' no âmbito da política do 'New Localism' (agenda de descentralização e de redução do papel do Estado, onde se insere também a 'Big Society' http://www.thebigsociety.co.uk/). Segundo a iniciativa (http://www.communities.gov.uk/news/newsroom/1886591) as comunidades locais passam a ter apoio técnico especializado gratuíto assegurado por um conjunto de instituições de referência (The Prince's Foundation, Locality, The Royal Town Planning Institute, National Association of Local Councils in partnership with the Campaign to Protect Rural England) para as ajudar a construir os seus planos locais em 'colaboração' com as autarquias locais. A proposta de assessoria especializada gratuíta aos cidadãos (e comunidades) é muito interessante ainda que o quadro de desresponsabilização do papel do Estado no planeamento do território em Inglaterra seja preocupante. Mas julgo que seria interessante criar em Portugal mecanismos de 'empowerment' e capacitação das comunidades locais feitos gratuítamente por organismos especializados (na linha do movimento 'Cidades pela Retoma' https://www.facebook.com/CidadespelaRetoma). Seria uma boa forma de começarmos a mudar a realidade do poder local, com benefícios para o País. JCM
'O futuro da Avenida Lourenço Peixinho' [grupo Facebook]
https://www.facebook.com/home.php?sk=group_210534045644503 Este é um espaço criado para ajudar a reflectir sobre o futuro da Avenida Lourenço Peixinho, para contribuir para qualificar o debate e para estimular a participação dos cidadãos. Participe na reflexão e convide os seus amigos para esta tertúlia!
Peça de Teatro "CLOSER", Enc. de Jorge Fraga - Estaleiro Teatral - 13 e 14 de Maio, às 21h30
"Era uma vez uma vez uma Freira Doceira", por Cláudia Stattmiller - Museu de Aveiro - APOMA Venham descobrir a história do Museu de Aveiro, a vida da Princesa Joana e aprender como é que as freiras faziam a doçaria mais deliciosa do Convento. Papos de anjo, barrigas de freira e os irresitíveis ovos-moles! - 13 de Maio, às 18h30 - 14 de Maio, às 11h00 e às 16h30 - 15 de Maio, às 12h00 e às 16h30 Entrada Livre - Crianças e família!
"Toca a acordar os 5 sentidos!" - Start-teatro - Parque Infante D. Pedro Oficinas Ambientais - Actividade inserida no Parque da Sustentabilidade (CMA) - 15 de Maio, às 11h00 Entrada livre - crianças e família
A página 'Low-Cost & High-Value Ideas for Cities' (https://www.facebook.com/IdeasforCities) criada há poucos dias e dinamizada pelo Colectivo Cidades pela Retoma (https://www.facebook.com/CidadespelaRetoma) tem vindo a gerar um crescente interesse e atenção. Trata-se de um repositório de ideias relevantes e mobilizadoras que justifica uma visita, reflexão e acção!
?[Tom Fleming hoje na Universidade de Aveiro] 17h 'O dilema da criatividade: o que se segue para as cidades e regiões' Para acompanhar o Congresso Internacional através de streaming deve aceder http://europe-nations.web.ua.pt/index.htm
94,4% residentes contra estrada no Alboi Os resultados já foram apresentados ao presidente da Câmara, Élio Maia, e à população. A Comissão de Moradores ficou desagradada com uma proposta lançada pelo autarca