O Projecto de Regulamento de Gestão dos Canais Urbanos da Ria de Aveiro está em processo de apreciação pública, durante o período de 30 dias úteis. O documento pode ser lido em http://dre.pt/pdf2sdip/2011/12/250000000/5121951227.pdf
Miguel Pedro Araújo escreve hoje no Diário de Aveiro uma oportuna crónica sobre 'o futuro da Rua Direita', a propósito da crescente preocupação com a perda de dinamismo comercial deste espaço central da cidade (texto pode ser lido no blogue Terras de Alavarium).
O caso tem enorme relevância porque, como bem refere, a questão coloca-se na Rua Direita, na Avenida Lourenço Peixinho e em muitas outros zonas comerciais da cidade.
A revitalização funcional das zonas urbanas centrais é um tema complexo e delicado, não havendo respostas fáceis e imediatas ou soluções mágicas.
Existe a tentação de acorrer ao problema com soluções pontuais, novas funções, permanentes (serviços públicos) ou eventuais (animação de rua), arranjo do espaço público (mobiliário urbano e pavimentos), ou mesmo mudanças no sistema de mobilidade e estacionamento (no caso presente o Presidente da JF da Glória reequacionou recentemente a reabertura da rua ao trânsito, DA 23/12).
Utilizando uma metáfora culinária, bem ao jeito da quadra actual, julgo que a questão não passa só por encontrar os ingredientes (usos, funções, regras ou incentivos adequados), mas sobretudo por saber combiná-los de forma adequada e nas proporções certas (a receita certa para cada local) e por ter a equipa adequada e mobilizada para a execução da receita.
E é aqui que a questão se torna delicada. No caso de Aveiro existem ingredientes de qualidade, receitas experimentadas, e especialistas em diferentes sabores e paladares. Talvez ainda não seja claro quem se queira assumir como o ‘master-chef’ desta delicada operação. Uma coisa é certa, sem ele dificilmente teremos a ‘consoada’ desejada!
Um bom ano de 2012
José Carlos Mota
Caríssimos
Desejo-vos umas festas felizes e boas entradas.
Aproveitemos o arranque de 2012 para pensar o futuro (*)
Abraço
José Carlos Mota
(*1)
Pensar o futuro – Aveiro em 2020
https://www.facebook.com/groups/ideiaslowcostcidades/
http://aveiro2020.blogs.sapo.pt/
(*2)
O futuro das cidades – Cidades pela Retoma e Transição
https://www.facebook.com/groups/cidadespelaretoma/
http://noeconomicrecoverywithoutcities.blogs.sapo.pt/
(*3)
O futuro do planeamento – Collaborative Planning
https://www.facebook.com/groups/collaborativeplanning/
(*4)
O futuro da economia, território, cultura e criatividade – ‘Rede Ibero-americana 'Comunidades, Territórios & Economia Cultural e Criativa’
https://www.facebook.com/groups/TerritorioCriativo/
http://industriasculturaisecriativas.blogs.sapo.pt/
(*5)
O futuro dos movimentos cívicos – Global City 2.0
'As piscinas do Beira-Mar, em Aveiro, estão ao abandono. Fechadas pelo clube no Verão de 2009, foram mais tarde vendidas a uma imobiliária num processo polémico. No Verão passado, as enormes vidraças foram retiradas e o edifício apresenta sinais de vandalismo. O presidente diz que o clube não autorizou a retirada de material'
[Pensar o futuro - Aveiro em 2020]
A propósito do futuro da Avenida Lourenço Peixinho recomendo a leitura ao documento sobre o futuro das Avenidas Centrais ('High-Streets'), produzido pela consultora inglesa Mary Portas para o Governo do Reino Unido (http://www.maryportas.com/news/2011/12/12/the-portas-review/).
O documento sugere que as Avenidas Centrais voltem a funcionar como ‘o coração das cidades, devendo ser repensadas como espaços de encontro social (‘centro cívico’), de cultura, bem-estar, criatividade e aprendizagem, isto é a sua função não andará somente à volta do comércio’.
A consultora defende que o programa funcional a promover deve ser ‘um mix de lojas comerciais, mas também de habitação, serviços, escolas e outros empreendimentos sociais e comerciais’ e os centros devem tornar-se ‘locais de encontro e socialização, onde fazer compras será uma das múltiplas actividades possíveis’.
Interessantes ideias, sem dúvida, que deveremos tomar em conta no planeamento da nossa Avenida.
JCM
[Pensar o futuro - Aveiro em 2020]
Palavras muito oportunas do Bispo de Aveiro a propósito do fim do projecto da Fábrica de Baterias em Cacia. Primeiro, apelando aos diversos poderes para que não desistam e mobilizem os seus esforços para a manutenção e continuação do projecto. Segundo, alertando para a necessidade de construir o futuro ‘cada vez mais a partir das empresas locais, da iniciativa e do empreendedorismo desta gente de Aveiro e menos nas multinacionais’.
JCM
[Pensar o futuro - Aveiro em 2020]
O Diário de Aveiro refere na sua edição de ontem que o comércio local está a ter 'quebras superiores a 50 por cento'. Lamenta-se na notícia as restrições orçamentais que condicionaram as iluminações de Natal.
A propósito de igual limitação vale a pena lembrar a iniciativa da autarquia de Lisboa que realizou um conjunto de instalações alusivas ao Natal feitas por arquitectos e designers portugueses.
Numa próxima oportunidade não seria possível fazer por cá algo semelhante?
JCM
A arquitectura contemporânea do Campus é um bom exemplo de um recurso da cidade com um enorme potencial.
Na recente cerimónia de comemoração do aniversário da UA o reitor lançou a proposta de dinamizar 'o museu aberto' da arquitectura contemporânea portuguesa' http://www.noticiasdeaveiro.pt/pt/23990/ua-quer-merecer-estatuto-de-museu-aberto-da-arquitectura/.
Uma proposta muito oportuna que a cidade não poderá deixar de apoiar.
JCM
A partir da análise de um conjunto de temas-chave para o desenvolvimento territorial (Economia Cultural e Criativa, Economia Verde (Construção Sustentável, Mobilidade Sustentável, Alimentação de Proximidade), Envelhecimento Activo), seleccionados com base nas orientações da Agenda ‘Europa 2020’ que a União Europeia tem em preparação, foi possível concluir que Aveiro dispõe de um conjunto de recursos (territoriais, produtivos, de conhecimento, organizacionais e cívicos) com valor e potencial muito relevante (*).
Acontece que não existe ainda evidência significativa que tenhamos sabido tirar partido desses recursos, eventualmente pelo facto de não lhes reconhecermos o devido valor, ou deles termos uma visão parcial ou sectorial.
O espaço de reflexão ‘Pensar o futuro - Aveiro em 2020’ (blogue http://aveiro2020.blogs.sapo.pt e grupo no Facebook https://www.facebook.com/groups/ideiaslowcostcidades/) pretende funcionar como um exercício de partilha de informação pertinente sobre o que (individual ou colectivamente) temos vindo a fazer naqueles (e eventualmente noutros) domínios, para eventualmente podermos equacionar colectivamente diferentes futuros para o conjunto de recursos e para a nossa comunidade.
Deixo-vos o desafio para participarem neste exercício colaborativo com os vossos contributos.
Cumprimentos
José Carlos Mota
(*) Alguma reflexão sobre este assunto foi iniciada aqui http://aveiro2020.blogs.sapo.pt/581.html;
Pensar o futuro - Aveiro em 2020. Inscreva-se, participe!
https://www.facebook.com/groups/ideiaslowcostcidades/
http://aveiro2020.blogs.sapo.pt/
A complexidade do momento em que vivemos e as dificuldades que temos de enfrentar exigem que nos distanciemos um pouco da agenda actual de discussão (centrada excessivamente na discussão da dívida) e que enquadremos a reflexão numa visão holística que problematize futuros possíveis e caminhos e passos necessários para os atingir.
Nesse particular, a União Europeia, no meio da turbulência conhecida, tem vindo a discutir uma agenda europeia para o crescimento - 'Europa 2020' (http://ec.europa.eu/europe2020/index_pt.htm), documento que tem sido objecto de amplo debate na maior parte dos países europeus.
Estranhamente, esta matéria não tem tido qualquer relevância em Portugal quer na agenda de debate político, quer mediático, algo difícil de perceber atendendo à importância das opções que aí se discutem para o futuro do país e para eventuais apoios financeiros europeus para o período 2013-2020.
Das várias questões que a agenda ‘Europa 2020’ aborda emerge a importância da aposta em políticas de desenvolvimento de base territorial, com particular enfoque para o papel das cidades, ideia corroborada no evento OpenDays 2011 (http://ec.europa.eu/regional_policy/conferences/od2011/index.cfm) e na recente reunião da Presidência Polaca da UE (http://www.mrr.gov.pl/english/Presidency/Main/Strony/Future_of_Cohesion_Policy_the_future_of_Europe_conferences_in_Poznan.aspx).
Vários países europeus estão a preparar este enfoque nas cidades com particular cuidado. Por exemplo, esta semana, o Reino Unido lançou um documento designado ‘Unlocking growth in cities’ onde se reconhece o papel das cidades como motores de crescimento económico e, ao mesmo tempo, se exige um novo papel do poder local para uma resposta qualificada aos desafios em presença (http://www.communities.gov.uk/publications/regeneration/growthcities).
Em Portugal são contraditórios os sinais sobre o reconhecimento do papel e potencial das cidades (e da governança local) na resposta aos desafios que o país enfrenta.
Por um lado, os poderes públicos nacionais reconhecem a sua importância, pois têm em execução um plano de investimento de mil milhões de euros através do instrumento ‘Parcerias para a Regeneração Urbana’ http://politicadecidades.dgotdu.pt/). Por outro, os agentes económicos alertam para o seu papel fundamental na atracção do investimento directo estrangeiro (ver estudo recente da consultora Ernst & Young ‘Portuguese Attractiveness Survey 2011' http://www.greensavers.pt/2011/12/11/portugal-tem-de-apostar-nas-cidades-para-atrair-mais-investimento-directo-estrangeiro/). Por último, a sociedade civil tem-se vindo a organizar para reflectir e sugerir caminhos alternativos (o movimento ‘Cidades pela Retoma’ tem feito várias sugestões nesse sentido - http://noeconomicrecoverywithoutcities.blogs.sapo.pt/).
Contudo, ao mesmo tempo, existem sinais preocupantes. Por um lado, a orgânica governativa não reconhece a relevância da matéria, tendo deixado de haver uma referência explícita à tutela das cidades, encontrando-se esta diluída num ‘mega ministério’ que conta com a agricultura, o mar, o ambiente e o ordenamento do território. Por outro, o debate sobre o futuro do poder local, onde se deveria discutir os desafios da governança local e o papel crescente das cidades (http://www.portugal.gov.pt/pt/GC19/Documentos/MAAP/Doc_Verde_Ref_Adm_Local.pdf) ignora a maior parte destas questões centrando a sua energia em propostas de nova geometria e a geografia das freguesias. Por último, e talvez o dado mais relevante, existe o receio do investimento público da Política de Cidades (mil milhões de euros, insisto) não estar a ser devidamente aplicado e poder ser, uma vez mais, dirigido para apoiar a construção de infra-estruturas e não para dotar as cidades das ‘qualidades imateriais’ necessárias aos desafios do futuro.
Como se pode constatar Portugal tem neste tema das cidades uma oportunidade relevante para encontrar alguns caminhos para construir uma narrativa diferente para o seu futuro. Como em tantas outras situações o que irá fazer a diferença entre as boas intenções e a sua concretização é a arte que tivermos para alinhar esforços, dinâmicas e vontades. Espera-se dos poderes públicos (nacionais e locais) que liderem este caminho com uma postura colaborativa, sólida e credível, mobilizado os múltiplos saberes científicos, empreendedores, produtivos e cívicos em torno deste desígnio nacional – a aposta nas cidades como motoras do desenvolvimento e crescimento.
José Carlos Mota
Transmiti aqui na semana passada a minha perplexidade pela notícia da não continuidade de Ana Margarida Ferreira como Directora do Museu de Aveiro, tendo em conta a excelência do trabalho que o Museu, sob a sua direcção, tem vindo a desenvolver.
Tive oportunidade de ler as notícias que saíram sobre o assunto (em particular no Diário de Aveiro) e, por sugestão aqui deixada, de consultar o Diário da República (informação disponível no blogue dos Amigosd’Avenida - http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/698299.html).
Esperava encontrar nos documentos oficiais (DR) as fortes razões que levavam a tutela a não dar continuidade a uma direcção que nos últimos sete anos colocou o Museu como um equipamento museológico de referência nacional e local.
Lamento informar que não encontrei essas razões. O que se pode ler no DR é que após a análise das candidaturas o candidato escolhido reúne 'todos os requisitos do perfil pretendido' o que não significa obrigatoriamente que reúna os ‘melhores requisitos’. E julgo que todos concordarão que seria lamentável se tal não acontecesse!
José Carlos Mota
Anexa-se informação sobre o procedimento do concurso para o cargo de direcção intermédia do Museu de Aveiro.
JCM
Resultado da selecção para a Direcção do Museu de Aveiro
Foi publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 113 de 14/06/2011, e no Diário da República, 2.ª série, n.º 146 de 1 de Agosto, e na Bolsa
de Emprego Público na mesma data, o processo de selecção do titular do cargo de Direcção Intermédia de 1.º grau (Director do Museu de
Aveiro).
Analisadas as candidaturas verificou-se que o licenciado Paulo César Barreto Aquino dos Santos reúne todos os requisitos do perfil pretendido.
Visto estar-se perante uma candidatura que preenche as condições para exercer o cargo, conforme se constata pela nota curricular em anexo,
ao abrigo do n.º 8 do artigo 21.º da Lei n.º 51/2005 de 30 de Agosto, é nomeado em regime de comissão de serviço por três anos, renovável
por iguais períodos de tempo, o licenciado Paulo César Barreto Aquino dos Santos no cargo de Direcção Intermédia de 1.º grau, Director do
Museu de Aveiro.
A presente nomeação produz efeitos a partir de 1 de Dezembro de 2011.
24 de Novembro de 2011. — O Director, João Brigola.
Síntese curricular
Foi com alguma perplexidade que recebi a notícia de que Ana Margarida Ferreira vai deixar a Direcção do Museu de Aveiro, regressando ao Museu Dr. Santos Rocha na Figueira da Foz (http://www.terranova.pt/index.php?idNoticia=13288).
Trata-se de uma má notícia para a cidade que perde alguém que prestou um serviço de enorme relevância na condução da transformação do Museu de Aveiro numa referência museológica nacional e num belíssimo e relevante espaço cultural.
Por tudo isto, não posso deixar de lamentar o facto e de indagar as razões que possam estar por detrás desta mudança.
Por último, gostaria de mostrar publicamente a minha gratidão pelo magnífico trabalho que nos deixa, um legado que a cidade e a sua comunidade não deixarão certamente de reconhecer e agradecer.
José Carlos Mota
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