Observando a polémica em torno do ‘Estádio de Aveiro’ não posso deixar de sentir a mesma necessidade, não só por razões individuais de preocupação cívica mas, sobretudo, pela oportunidade que esse envolvimento pode gerar. Em primeiro lugar, por estarmos perante o ensejo de ultrapassar a tentação de centrarmos os esforços e energia na atribuição de culpas por decisões passadas, com três riscos inerentes: deixar arrastar e agravar o problema; desmobilizar os potenciais ‘parceiros da solução’; passar para o exterior uma imagem de incapacidade colectiva perante uma dificuldade (ver ‘Estádio de Aveiro’ em http://news.google.pt/). Em segundo lugar, por termos a ocasião de aprofundar a reflexão sobre a natureza e dimensões do problema em questão (que Carlos Naia, Alberto Roque e Jorge Greno começaram, desde já, a fazer). Os contributos que têm vindo a dar permitem perceber a necessidade de questionar e reequacionar: o modelo de ordenamento territorial da envolvente ao Estádio (equacionando outras funções âncora?); a política desportiva (construção da Academia e apoios à prática desportiva); a política de atracção de (grandes) eventos culturais (que tipo de eventos? logística?); por fim a política de mobilidade (que alternativas de transporte podem amenizar a localização periférica do parque). Em terceiro lugar, podemos aproveitar o momento para aprendermos colectivamente a resolver problemas, começando por observar e analisar experiências nacionais e internacionais relevantes. Retive, numa breve pesquisa, dois exemplos que me pareceram particularmente interessantes e pertinentes: Conferencia Guimarães, 17NOV http://www.sportseventmanagement.com/). Estas observações colocam uma última questão que é a necessidade de criar uma nova cultura de política pública que mobilize a comunidade para aprender a pensar sobre os seus problemas, a identificar (com algum distanciamento emocional) as suas causas, a olhar para experiências inspiradoras, e, finalmente, a procurar encontrar um conjunto de soluções, mobilizando para a sua concretização o tecido empresarial e associativo, as instituições do conhecimento, a autarquia e a comunidade em geral! Aveiro está assim perante um problema que se pode transformar numa grande oportunidade!
No rescaldo das últimas eleições autárquicas, Clara Ferreira Alves lançou um repto ao novo executivo lisboeta para que este não deixe de envolver a comunidade nas decisões sobre o futuro da cidade (DIGAM-NOS O QUE PODEMOS FAZER PELA NOSSA CIDADE! - Expresso, 17 Out).
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