Quarta-feira, 3 de Março de 2010

 

[artigo de opinião de Joaquim Pavão]

Por vezes acontece os políticos tropeçarem na cultura. A queda é sempre ligeira. Umas quantas frases para o ar, nada mais. Nada mais, não por respeito a Poe, mas pelo determinismo objectivo de um pensamento niilista referente à matéria. Falar do que não se pondera obriga à falta de rigor. O rigor obtém-se com informação. Há um facto. Pedro Jordão é o director artístico do Teatro Aveirense. Um deputado municipal afirma que a sua programação é alternativa ao passado recente. Gosto da palavra. Claro que é necessário perceber o alternativo. Diferente? Estará a utilizar uma nomenclatura empresarial de um género? E se sim, dados? Quais obras? Quantas? Sem objectivação não há uma verdadeira questão, porque não me parece que exista grande dúvida.

Continuo a ler. Primeiro estranho e depois volto a ler. “Educar novos públicos demora mais tempo” - entre aspas sugere algo linear. O raciocínio surge-me aos poucos. Educar demora tempo, educar novos públicos demora tempo, demorar tempo é um problema. Um problema tem que ter solução. Logo vamos parar de educar, trazer novos públicos. E pronto, problema resolvido. Aliás acabe-se logo com todas as demoras. Se há coisa que o modernismo urge na sua necessidade é a rapidez.

Acção! Estamos na capoeira. Mas há preocupações neste paraíso galináceo. O milho. Sem milho a capoeira não existe. Entender a dimensão do problema resolve-se facilmente. É necessário estudar os dossiers, aprofundar as matérias. Servir a oposição, não é respirar conceitos empíricos. O que eu, pobre galináceo pergunto, é como é possível fazer tão bom trabalho com tanto desprezo orçamental? Quanto mais de humilhação estratégica podem os profissionais da cultura desta cidade aguentar? Quanto mais necessita de definhar um teatro, de uma rede nacional, de uma capital de distrito, para finalmente, quem legitimado para governar possa dizer: Que bons ovos!!!

Já o meu avô dizia sem bom milho, o galo torna-se um sarilho. O problema deste é que somos nós que o pagamos. Nós, os profissionais e o público. Há quem decida, quem opine que não é um, nem outro. E sem olhar para a capoeira ela não existe. Formar novos públicos demora tempo é certo. A urgência só urge nos políticos.

Joaquim Pavão

 

[nota: na sequência destas intervenções] 

MARQUES PEREIRA PREOCUPADO COM A SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DO AVEIRENSE.http://www.terranova.pt/index.php?idNoticia=2407

 

PEDRO JORDÃO DIZ QUE MARQUES PEREIRA TEM UMA IDEIA DESFASADA

http://www.terranova.pt/index.php?idNoticia=2425

 



publicado por amigosdavenida às 17:45 | link do post | comentar | favorito

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