DN, hoje
"Estudar para aprender a preservar, conhecer para conservar." Foi em 1996, nas páginas de Cultura do DN, que Maria João Fernandes iniciou o que viria a revelar-se uma longa caminhada, inicialmente quase solitária, em nome da Arte Nova em Portugal. Até aí, e também após esses anos, muito do edificado nascido sob essa égide do Belo sucumbira à demolição, não raras vezes integral.
Então sem inventariação sistemática e deixado à margem de mecanismos de protecção legal, parte dele sucumbiria também às mãos de processos de descaracterização violenta - de interiores, de fachadas, da envolvente imediata; de desenho, de técnicas, de materiais -, que os destituíram de escala, sentido e relação.
"Condenado por interesses imobiliários" vorazes, grande parte desse património perdeu-se pelo caminho de forma irremediável, como recorda Maria João Fernandes ao DN, mas o que persistiu espelha, apesar de tudo, o alcance da enorme riqueza que Portugal poderia hoje deter neste campo se a tivesse sabido olhar em devido tempo.
Crítica de arte e poeta, Maria João Fernandes apresenta hoje um retrato detalhado desse percurso, em monografia resultante da sua tese de mestrado, e em exposição, também comissariada por si. Fá-lo-á em Aveiro - ainda e sempre "capital da Arte Nova em Portugal", na definição de José-Augusto França -, em homenagem a seu bisavô: Francisco da Silva Rocha (1864-1957), um dos nomes mais representativos da Arte Nova no nosso País e "autor da quase totalidade dos edifícios" que consolidaram essa gramática naquela cidade.
Será um retrato complementar, centrado no contributo de Silva Rocha na qualidade de arquitecto, artista plástico, pedagogo e homem de Cultura: prefaciado por Álvaro Siza Vieira, Francisco da Silva Rocha (1864-1957): Arquitectura Arte Nova, Uma Primavera Eterna será apresentado na Assembleia Municipal de Aveiro, por Emília Nadal, presidente da Sociedade Nacional de Belas-Artes. No Museu de Arte Nova de Aveiro (antiga Casa Major Pessoa, que o arquitecto igualmente projectou), será inaugurada, paralelamente, a exposição "Francisco da Silva Rocha: arquitecto artista (1864-1957)".
Defendida em 2000, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Francisco da Silva Rocha (1864-1957): Arquitectura Arte Nova, Uma Primavera Eterna foi a primeira tese de mestrado a abordar a produção Arte Nova em Portugal e, mais especificamente, a trajectória e a criação - arquitectónica, plástica e pedagógica - do autor".
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