Why Art and the Creative Class will Never Save Cities
(
http://urbanomnibus.net/2010/12/thomas-sevcik-why-art-and-the-creative-class-will-never-save-cities/)
Thomas SEVCIK desenvolveu numa palestra efectuada recentemente em Miami (
http://vimeo.com/17541511) um interessante argumento a propósito da tão falada e propalada aposta na criatividade e nas cidades criativas. O consultor referiu que o tema se tem prestado a diversas conclusões perigosas e abusivas sobre o real valor da criatividade para a economia urbana e referiu a necessidade de discutir as verdades adquiridas sobre esta matéria.
SEVCIK começa com o argumento de que as indústrias criativas são actualmente avessas à inovação, citando vários estudos [solicitar fonte] que referem que devido ao crónico sub-financiamento quando essas actividades descobrem uma formula de como podem vender um determinado produto (por exemplo um tipo de Web-site ou uma estratégia especial) tendem a reproduzir o mesmo sistema e a vender sempre o mesmo ou da mesma maneira.
O autor refere mesmo que comparando o sector cultural e criativo com os sectores da biotecnologia ou da indústria financeira, estes últimos revelam ser mais criativos.
Por outro lado, SEVCIK censura as queixas dos artistas sobre o crescente aumento das rendas imobiliárias (sobretudo nas grandes cidades), alertando para o facto das 'cidades baratas' serem cidades pouco interessantes do ponto de vista económico o que se tem traduzido, ao longo da história, e segundo o autor, por uma menor atractividade do ponto de vista artístico e cultural.
No entanto, o ponto central da crítica centra-se na forma como a criatividade é vista como a nova alquimia das cidades suportada pelo argumento de que as cidades se tornam vibrantes por uma mera aposta nas artes.
De acordo com alguns estudos [solicitar fonte], o que se passa é exactamente o contrário, isto é as cidades importantes do ponto de vista artístico são as cidades capitais do mundo financeiro.
O autor refere que o uso da arte e da cultura (e das indústrias culturais) como uma mera ferramenta de marketing, ou como uma forma superficial de dar algum protagonismo à cidade, tem sido particularmente inútil e mesmo desvantajoso para as cidades.
Em alternativa SEVCIK recomenda uma aposta na educação, onde existe um potencial relevante de desenvolver a cultura, a criatividade e, em consequência, as cidades. Esta aposta não se traduz, de forma imediata, em resultados visíveis, que os protagonistas políticos tanto desejam, mas é uma metodologia mais 'bottom-up' que tenderá a mudar e a valorizar o 'potencial cultural e social' das cidades.
Os ingredientes tantas vezes pronunciados sobre as qualidades da cidade criativa (FLORIDA) raramente são acompanhados das metodologias (pistas de 'receitas' ou 'fórmulas') para a sua combinação.
Sem estas preocupações metodológicas para suportar um desenvolvimento orgânico da criatividade e inovação, as cidades podem tornar-se 'conchas vazias', aparentemente atractivas mas sem conteúdo.
(tradução livre)
JCM