(Publicado hoje no Diário de Aveiro)
Relembro o projeto da construção de uma ponte no Canal das Pirâmides. Após algum tempo, na Rotunda do Marnoto, o relógio do programa Pólis parou e o projeto ficou parado, tal como o relógio.
Posteriormente, ouvi falar de uma ponte que a Câmara queria construir no Canal Central.
E ouvi falar dela, porque havia pareceres muito negativos da parte de vários arquitetos.
Entretanto “descobri” que também queriam “cortar o Alboi ao meio”.
E eu, sem os mínimos predicados para movimentos, vi-me movimentada como moradora do Bairro do Alboi… E quando se concluiu que afinal o Largo Conselheiro Queirós, não iria ter uma estrada a atravessá-lo (acreditei que haveria um novo e consensual projeto para o local) voltei à minha vida, de cidadão anónimo.
Ainda, houve momentos em que tive a ilusão que a via pelo meio do Alboi tinha sido posta de parte por mérito dos moradores… mas a decisão foi conhecida na altura da Festa dos Santos Mártires… e a conjuntura económica não parecia favorável a grandes obras…
Pareceu-me que devido à situação financeira e à necessidade de intervenções na cidade, a muitos níveis e em estruturas já existentes, um novo equipamento não tinha razões para nascer. E da Ponte me esqueci, porque pensei que a situação estaria resolvida, e a dita não fosse construída.
Por isso concordo com o que escreveu o Sr. Jorge Greno no seu blog. Eu sou uma das aveirenses que “ mesmo estando cá todos os dias, estiveram ausentes ao longo de todo o processo, apenas acordando quando o estaleiro começou a ser instalado”.
Foi exatamente quando reparei que um estaleiro estava a ser montado no Rossio que caí em mim e concluí que o que pensei estar posto de lado, afinal, estava pronto para andar para a frente.
Infelizmente como eu, há imensos aveirenses.
Mas ainda os há, piores… Há aqueles que nem com o estaleiro, acordaram… Ou se acordaram… não se nota! É mais o estilo “Ovos Moles”…
Este não será o momento para fazer contestação… Certo!
Contudo não consigo mostrar-me indiferente! E são tantas as objeções!
Porem, uma delas, salienta a razão de tanta obstinação pela construção desta Ponte que vem desembocar, através de um “buraco” na Ponte da Dobadoura, a uma Rua com cerca de 200m. (e, que eu já supunha, pois para o Cais do Alboi estão também previstas esplanadas num “deck” sobre a ria ao longo do Canal).
“A construção de uma ponte pedonal sobre a ria, a ser construída junto ao Monumento à Aviação Naval, para ligar o Rossio à zona do Alboi, como apoio aos bares e restaurantes desta área, é apenas um dos projectos do "Parque da Sustentabilidade" que a Câmara de Aveiro juntamente com a Universidade de Aveiro e parceiros privados vão desenvolver …” Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional, IP (http://www.ifdr.pt/content.aspx?menuid=22&eid=2225)
Este objetivo, que ainda não tive oportunidade de ouvir da parte do Município faz-me pensar nas razões óbvias, mas nunca evocadas, e que levaram à construção , há algumas décadas, da Ponte Pedonal no Canal do Paraíso, para ligar a zona dos Bóias ao Alboi (Cais do Paraíso ao Cais do Alboi).
Não eram os trabalhadores da Fundição que precisavam de um meio de atravessamento do Canal ao deslocarem-se para os Boias.
Nessa altura tinha nascido um espaço de diversão noturna no Alboi.
Os erros repetem-se… E infelizmente com maior dimensão!
Aveiro, 18 de Fevereiro de 2012
Teresa Castro
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