Richard Florida está a trabalhar em Miami onde desenvolve o conceito da Start-up City e a aposta nas 'urban tech' (Miami will explore 'urban tech'). Segundo notícia do Miami Herald, o projecto pretende aprofundar 'Miami's ongoing urban transformation and learn what it takes to evolve from arts and culture based transformation to technology transformation'.
Quando li esta notícia recordei-me do post escrito há uns dias, sobre a aposta da cidade de Aveiro no domínio das TICE e do Design, e também da intervenção que Tom Fleming fez em Aveiro, em Julho, a convite da IEUA.
Na altura fiz uma síntese das principais ideias e do conjunto de questões apresentadas, à luz da problemática que nos tem preocupado ultimamente - a regeneração do centro e a sua perda de atractividade, pareceu-me que seria interessante retomar alguns dos argumentos.
Segundo Fleming, a história recente da promoção do ‘empreendedorismo criativo’ teve alguns problemas ou equívocos, nomeadamente uma tendência para concentrar recursos na produção do ‘hardware criativo‘ (infra-estruturas/equipamentos), com repercussões na menor capacidade de apoio ao ‘software criativo’ (ideias , projectos e capacidades locais), uma menor preocupação com as competências ligadas à ‘criação de valor’ (negócios) dos profissionais criativos, uma menor atenção à valorização das ‘ecologias criativas’ específicas dos lugares (muitas vezes desconhecidas dos decisores e estrategas locais), uma cultura de funcionamento sectorial, fragmentada e pouco ágil por parte das instituições e uma inércia institucional e significativa burocracia dos financiadores.
Por tudo isto, ele sugeria que antes de promover a economia criativa era fundamental cuidar primeiro da ‘ecologia criativa’ específica do território (conhecê-la, mapeá-la, e interagir com ela), uma maior abertura das instituições (universidades, autarquias e centros de cultura) e estímulos para novas relações entre diferentes actores, mais horizontais, colaborativas e co-responsabilizantes (novas formas de partenariado), novos instrumentos de interacção, junção e fusão disciplinar, diferentes dos tradicionais (incubação ou transferência de tecnologia), novos espaços físicos (de natureza informal; open-space; ‘cozy spaces’) onde a interacção se pudesse dar, novas competências de intermediação para promover o trabalho colaborativo entre actores ligados ao empreendedorismo criativo e, finalmente, maior engajamento cívico dos empreendedores criativos, sobretudo em zonas deprimidas ou problemáticas.
A partir das palavras de Tom Fleming recoloco as questões que deixei para reflexão, a propósito do futuro de Aveiro:
JCM
PS. O Aveiro Empreendedor está a dar alguns passos no sentido do sugerido por Fleming. Estão agora abertas as candidaturas ao Concurso de Ideias IEUA Start até ao próximo dia 4 de fevereiro (www.ua.pt/ieua)
Internacional
Aveiro
Media Aveiro
Cidadania
Actualidade
Cidades
Clube dos Amigos e Inimigos da Dispersão
Cultura e Criatividade
Mobilidade