É espantoso como uma cidade com pouco mais de 50.000 habitantes é a sede do centro de investigação da maior empresa de telecomunicações nacional (PT), da associação nacional de empresas do sector TICE (INOVARIA), que juntava, em 2011, 66 empresas e representava 240 milhões de Euros e 2400 colaboradores e do centro de investigação de empresas de nível mundial (Nokia Siemens), possui uma universidade de referência na formação e investigação nos domínios da electrónica e telecomunicações e foi o local onde se criou o maior portal tecnológico nacional (SAPO).
Por tudo isto, Aveiro deveria 'respirar' tecnologia. A cidade deveria ser uma referência na internet wifi gratuita, cada bairro deveria ser um laboratório de utilização de novos produtos e serviços (testando o conceito de ‘living lab’), em locais especialmente preparados deveria produzir-se a ligação entre a tecnologia, economia, a arte e o design (por ex. na forma de ‘fab lab’), os serviços à distância deveriam aqui estar particularmente desenvolvidos.
No entanto, paradoxalmente, não é isso que acontece. Não é visível para quem nos visita (por razões negócios, de lazer ou turismo) ou para quem aqui trabalha ou vive, que Aveiro tenha esse historial, potencial instalado ou que esteja particularmente mobilizado para se afirmar como uma referência nesse domínio (apesar de alguns relevantes esforços).
É por isso uma feliz coincidência que o Expresso, na comemoração dos seus 40 anos, tenho escolhido a cidade para reflectir sobre o papel das ciências e das tecnologias no futuro do país (LINK) deixando-nos a sempre inquietante questão - será que ainda vamos a tempo de ser…? Será que vamos, Aveiro?
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