Volto triste ao Alboi, em vésperas de inauguração do PdS. Tenho muitas dúvidas que a solução projetual que hoje temos tenha sido a mais adequada. Por várias razões. Transformou o jardim num corredor de passagem (ver pavimentos e colocação de bancos), contrariando o seu carácter e função e exagerando a expressão da ligação contínua (Rossio) Canais da Ria - Parques st. António e D. Pedro. A concepção foi feita sem o devido envolvimento dos moradores e muitas vezes contra eles (ignorando as suas dúvidas e receios), com uma insistência estranha num atravessamento rodoviário sem justificação técnica sólida e difícil compreensão (e que se evitou, graças aos moradores). Tudo isto consumiu energia cívica útil. Destruíram-se as árvores e o coberto vegetal (e fauna associada) sem necessidade e contra opinião de especialistas na matéria. Houve uma redução drástica do estacionamento sem oferta alternativa, sobretudo para moradores (onde irão estacionar à noite, quando estiver ocupado com os utilizadores dos bares?). Por último, existe hoje o risco da mudança do carácter de bairro residencial para um bairro de vida nocturna (com impactos associados, vandalismo e afis). Mas está tudo mal? Não, claro que não. Mas o Alboi perdeu a alma. E isso é um preço demasiado alto a pagar. Mesmo que seja com fundos europeus!
JCM
A malhada dos Santos-Martyres, no local onde hoje é o bairro do Alboi em Aveiro. As malhadas eram o locais onde se colocava o moliço antes de ir para as terras. Uma postura municipal referia que os moliços aí depositados não poderiam «demorar-se n'ellas por mais de quinze dias, sob pena de 1$000 réis» porque podiam ser geradores de graves problemas de saúde pública (António do Nascimento Leitão, A Baçia Hydrographica de Aveiro e a Salubridade Pública, 1906). Mais de cem anos passados, a cidade de Aveiro ainda não conseguiu resolver a sua relação com a laguna, lamentavelmente ainda vivem de costas voltadas...
JCM
Malhada (*) dos Santos-Martyres (Bairro do Alboi) - data provável 1906
Recomendo vivamente a leitura do documento
A Baçia Hydrographica de Aveiro e a Salubridade Pública (1906)
António do Nascimento Leitão
Alboi. 755 mil euros depois o Largo Conselheiro Queiroz aparece com cara renovada. Lamento que se tenha perdido a oportunidade de fazer um projecto COM e NÃO CONTRA os moradores (para memória futura aqui fica contraoalboicortadoaomeio.blogs.sapo.pt). Julgo que a obra ainda não está pronta pois faltam as árvores, os bancos, o parque infantil, o estacionamento alternativo para os moradores e visitantes (onde fica?) e as regras para sua utilização preferencial (pelos primeiros), a vida cultural e social para a qual estas intervenções se fazem (que dinâmicas e actores vão ser envolvidos). Mas está tudo mal? Claro que não, mas podíamos estar a celebrar um outro futuro e uma outra forma de o construir. Assim, lamento, mas não consigo...
JCM
Com a devida autorização da autora, publico artigo de Teresa Castro 'O ALBOI DE ONTEM e o Alboi de hoje' que saiu esta semana nas Cartas ao Director do Diário de Aveiro.
JCM
«Há diversas teorias acerca do histórico bairro do Alboi, tanto quanto aos seus primeiros habitantes, como quanto à sua toponímia.
Numa tentativa de compreender melhor o local onde resido e, até, talvez, encontrar as razões que levam a Câmara de Aveiro a deferir um golpe mortal, à imagem do bairro e a toda a sua dinâmica, tenho vindo a fazer algumas leituras.
Quando, após pesquisa, encontrei um excerto sobre o Alboi, escrito por João Pereira de Lemos no livro Os Gafos da Ilha de Sama (uma edição da CMA), fiquei impressionada.
Passo a citar:
“Junto à Ribeira há o Alboi, aglomerado onde habitam famílias inglesas, irlandesas, holandesas e de outras nacionalidades que são quase na sua totalidade mercadores e marinheiros. É frequente as naus trazerem na tripulação mareantes das mais diversas nacionalidades que, encantados pela Vila, pelo ambiente aparentemente próspero e pelo clima, fugiram e se fixam na zona da Ribeira. É uma aljamia constante, e só se entendem por gestos. No trapiche em madeira, desde a Rua das Barcas até ao Esteiro do Paraíso ou da Promaceira, atracam as barcaças da trasfega das naus carregadas de bacalhau, ferro, aduelas, esparto, linho, alcatrão, breu, vidro e pólvora. Paus de carga são manobrados com mestria. Armazéns acolhem as cargas. Envolvem o aglomerado das casas estendais para secar o bacalhau. O Alboi, devido à composição dos seus habitantes, tem um comportamento diferente do da Vila. Há casas de tavolagem, tavernas, casas de mulheres devassas, e as ruas são alvorotadas pelas rixas nocturnas de mareantes ébrios e barulhentos.”
É que graças a este texto, agora, percebi!
É que realmente existe um paralelismo, quase profético!
Há séculos atrás, o Alboi, foi um bairro que atraíu mercadores e marinheiros . Hoje quando o Projeto do Parque da (In)sustentabilidade ficar pronto, os“mercadores e marinheiros” vão ser atraídos para fora do bairro.
Há séculos atrás existia um caminho tosco de madeira entre a rua José Rabumba e o cais do Paraíso. Hoje vão surgir esplanadas de madeira ao longo do cais do Alboi.
Há séculos atrás as barcas atracavam nos cais existentes. Hoje os residentes estacionam as suas viaturas na zona pedonal, devido à diminuição drástica de lugares de estacionamento, e as estradas estreitíssimas complicam a fruição do trânsito quando veículos efetuam cargas ou descargas.
Há séculos atrás, o bairro era uma confusão de línguas, em que os moradores só se entendiam por gestos. Hoje os moradores gesticulam contra o que se está a fazer ao bairro.
Há séculos atrás as movimentações de cargas eram feitas sem problemas. Hoje quem quiser carregar as suas mercadorias, ou somente passar, através da escada que liga o Alboi à Gulbenkian, vai ter, novamente, que usar paus de carga.
Há séculos atrás atracavam as barcas que transportavam os produtos das naus. Hoje vão estacionar autocarros na, agora atrofiada, rua Magalhães Serrão.
Há séculos atrás existiam armazéns para guardar mercadorias. Hoje construíu-se, na baixa de Sto António, um armazém como apoio aos campos de ténis.
Há séculos atrás os seus habitantes, tinham um comportamento muito característico. Hoje, têm um comportamento insubmisso e continuam a resistir contra obras que nunca quiseram.
Há séculos atrás havia casas de jogo, tavernas, prostituição e o sossego era comprometido pelas confusões noturnas de gente embriagada. Hoje continuam a existir distúrbios no Alboi, que, com toda a certeza, se vão extremar graças ao previsto corredor entre os locais de diversão noturna, com direito a passagem por baixo da Dubadoura.
Será que a História se vai repetir?»
Teresa Castro
É uma insanidade o que se está a fazer ao Albói!
(artigo de opinião de Pompílio Souto, Diário de Aveiro, 27 NOV 2012)
É uma insanidade o que se está a fazer ao Albói!
Por omissão, ignorância ou interesses mesquinhos, vai-se infernizar a vida dos residentes para dar espaço à diversão noturna e oportunidade ao desmando, bebedeira e outras coisas ainda piores.
1)
Os Bairros antigos não são, apenas, "cenários" - bucólicos ou esquisitos -, nem os residentes "espécimes" - humanas extravagantes -, que se expõem à voragem parola de quem usa o recato e singularidade dos espaços para comportamentos indevidos ou fruições voyeuristas.
Os Bairros são comunidades, lugares e espaços, íntimos, ricos de uma vida com memória e laços com história. Tal como as famílias, gostam e sabem acolher visitas, mas rejeitam intrusos. E intruso é, não apenas quem se intromete, mas também quem lhe cria a oportunidade.
Num Bairro, o comércio e os serviços são os próprios disso – são apoios à residência – e a animação é a própria da vida que ai se faz – tem um carater gregário.
Obviamente que há festa, como em nossas casas, feita para os amigos e outros que presamos –, coisa que acontece nos dias e horas que nos convêm, ou, quanto muito, quando não nos perturbam.
Não perceber isto, é não perceber nada do que é básico na organização e gestão do espaço urbano e da vida das pessoas que o habitam: os cidadãos. Desrespeitar isto é uma violência, um disparte que todos pagaremos caro.
2)
No Albói a coisa – as esplanadas para a diversão noturna; o tráfego de atravessamento; a segmentação do jardim e os vários desrespeitos da lei –, faz-se em nome de um projeto estratégico e estruturante e transversal e incontornavelmente, dito – obviamente – "sustentável": o Parque da Sustentabilidade (PdS).
Para viabilizarem tal coisa – o PdS – a câmara a universidade e mais uns quantos, tiveram de se organizar numa "parceria" – "parceria para a regeneração urbana" -, e à volta deste conceito, num mesmo território, montaram um projeto que é a soma dos projetos do interesse de cada um.
À pala disso todos os envolvidos receberam algum do dinheiro que nós, e outros europeus, já antes tínhamos mandado para Bruxelas, dinheiro esse ao qual tiveram, obviamente, de juntar mais algum, neste caso apenas nosso e para somar ao(s) calote(s) (pelo menos de alguns).
Estava montada a cena: ninguém era – sozinho –, responsável pelo que andava (e anda) a fazer o parceiro, e a câmara, "coitada" – a mais causticada -, dizia-se "coberta" pelos doutos pareceres de uns e pelos silêncios coniventes dos demais, circunstância que a todos lá ia permitindo fazer o seu e passar, incólume, por entre os pingos da reclamação cívica.
Mas não passarão pelo julgamento das pessoas-de-bem, e da história. Quer os daqui que fazem, quer os outros que lhes dão a massa e o mando; quer os que se calam mas consentem, quer os que se demarcam mas se ficam: todos serão convocados.
Tudo isto e todos estes têm nomes e para memória futura, ou para quando o caldo entornar, e alguém vier a julgar os resultados – nalguns casos ilegais –, temo que o que prezo, quem estimo e os amigos envolvidos, não fiquem a salvo.
3)
Não chega que a Universidade – pela voz do Reitor, Prof. Doutor Manuel Assunção –, e que a ADERAV – pela do Eng.º Lauro Marques – se distanciem do processo e se demarquem de alguns resultados (*1). Não chega que outros parceiros (sem que se saiba), tenham desistido ou rejeitem a coisa. Não chega que, na Comissão de Acompanhamento do Projeto, o Prof. Doutor Carlos Borrego denuncie a insustentabilidade geral e específica, quer da iniciativa, quer de muitos das suas intervenções (*2). Não chega que um conjunto muito importante de cidadãos comuns (*3), ou com formação e desempenhos de referência (*4), venha a insurgir-se com o que se passa. É preciso que todos sejamos mais claros e consequentes.
Espera-se que todos esses – e mais os outros, a começar pelos parceiros e quem os apoia (*5) –, venham a público dizer o que se lhes oferece sobre o essencial do PdS e, muito concretamente, sobre o projeto de que aqui hoje se fala: o da instalação de diversão noturna no Albói.
Ao contrário doutros, penso que (pelo menos) alguns o farão, apoiados no bom senso ou na competência e, em qualquer caso, como expressão da verticalidade da respetiva postura cívica.
Veremos!
(*1), Ver Diário de Aveiro de 5/11/2012 e 15/11/2012, respetivamente
(*2), Em reunião da Comissão de Acompanhamento do Projeto realizada em 16/03/2012
(*3), Amigos da Avenida, Plataforma Cidades e muitos outros individualmente
(*4), Júlio Pedrosa, Carlos Borrego, Casimiro Pio e outros, nomeadamente, no manifesto de Plataforma Cidades de 28/05/2010.
(*5), Fernando Marques, da Junta de Freguesia da Glória; Artur Calado, da Inova-Ria; Vítor Torres do Clube de Ténis de Aveiro; Manuel Assunção, da Filarmónica das Beiras e Jorge Silva, da Associação Comercial de Aveiro. Bem como Vitor Correia, da Companhia de Teatro "O Efémero"; Eduardo de Sousa (Atita), dos Amigos do Parque; Paulo Rebocho, da Associação Água Triangular; Fátima Mendes, Florinhas do Vouga; Ordem Terceira de S. Francisco; Paulo Domingues, da QUERCUS Aveiro. E ainda, Nuno Vasconcelos, da IHRU; Gonçalo Couceiro, do IGESPAR. E finalmente, Ana Abrunhosa e – sobretudo -, Pedro Saraiva, da CCDR-C.
Não esquecendo, obviamente, os académicos e os investigadores (de algum modo ligados ao Projeto), nomeadamente, Artur da Rosa Pires; Liliana Xavier de Sousa; José Claudino Cardoso.
Mas também, Carlos Marques, do Conservatório de Música de Aveiro; Manuel Assunção, da Universidade de Aveiro e Lauro Marques, da ADERAV, que já se afastaram do projeto, ou se distanciaram de alguns resultados, mas nada disseram deste – o do Albói – que é, obviamente, o que maior impacto sociocultural terá, para os cidadãos, no curto prazo.
http://www.pompiliosouto.blogspot.com
Aveiro_20NOV12; Pompílio Souto; Arquiteto
Custa-me perceber a razão pela qual a autarquia se recusa a prestar esclarecimentos aos moradores do Alboi quanto à obra que está a ser feita no jardim Conselheiro Queiroz (no âmbito do Parque da Sustentabilidade).
É que, de facto, tal como os moradores referem (*1), a obra não parece corresponder ao que foi deliberado na reunião do executivo em 14 Outubro 2011 que define o seguinte:
JARDIM DA PRAÇA CONSELHEIRO QUEIROZ - A versão actual substitui as zonas de pavimento preparadas para o atravessamento por zonas ajardinadas
(ver imagem abaixo e deliberação em *2)
Ou será que estou a ver mal?
JCM
Divulgação de apelo da comissão de moradores do Alboi
'Consta-se que haverá uma estrada a atravessar o Largo Conselheiro Queirós (a autarquia não esclarece a comissão de moradores sobre a natureza da obra em construção). Perante esse facto propõe-se que amanhã, às 14 horas, se organize uma concentração no Largo'
Como todos saberão a autarquia aprovou em reunião de Câmara (14 de Outubro 2011) uma proposta de alterações ao projecto "Reabilitação do Alboi e Largo José Rabumba" que previa três modificações ao projecto base. Uma delas passa 'pelo não atravessamento viário do actual jardim'.
É por isso estranho que um vídeo produzido em 20/09/2012 (deduz-se que seja pela empresa que está a trabalhar a comunicação do projecto do PdS para a CMA) considere uma imagem do projecto que não corresponde à proposta aprovada pela autarquia!
Recordo que na imagem disponibilizada pela autarquia após a aprovação da proposta é referido o seguinte na legenda:
1- Jardim da Praça Conselheiro Queiroz: a versão anterior considerava o atravessamento viário da praça; a versão actual substitui as zonas de pavimento preparadas para o atravessamento, por zonas ajardinadas.
Tendo em conta o enorme desfasamento entre a imagem virtual e a proposta aprovada, aguarda-se que numa eventual futura apresentação pública do vídeo esta situação seja corrigida!
JCM
NR. Aparentemente o vídeo foi colocado online de forma extemporânea pela empresa e não reflecte o projecto actual. Ainda bem!
(Foto: Largo do Alboi em obras, por Milene Matos)
‘Movimentos cívicos de Aveiro fundamentam artigo de investigadores da UA’
http://uaonline.ua.pt/detail.asp?lg=pt&c=24584
Uma singela homenagem aos moradores do Alboi, cidadãos do movimento cívico por Aveiro e aos Amigosd’Avenida, no fundo a todos os cidadãos de Aveiro engajados na participação cívica por uma cidade melhor.
JCM
A minha Rua é pequenina. Como vive ao lado da ria tambem se chama Cais.
Num verão nasceram-lhe esplanadas nos passeios.
A minha Rua, fica num Bairro antigo, onde existe uma Capela.
Tambem existem espaços verdes que, por acaso, já foram muito mais verdes
Ao lado do meu Bairro ficava o Bairro da GulbenKian. Bastava subir ou descer uns degraus e mudávamos de Bairro.
Agora os Bairros ficam longe um do outro.
No meu Bairro ainda nos conhecemos pelo nome.
Porque é pequenino.
Como a minha Rua.
Envio fotografias para se situarem...
Um abraço
Teresa Castro
1-Esplanadas
2-Espaços verdes
2.1-Baixa de Santo António
2.2-Largo Conselheiro Queirós
3- Acesso entre os Bairros do Alboi e da Gulbenkian
4- Capela dos Santos Mártires
“Começa a tornar-se rotina o corte indiscriminado de árvores, sem que haja uma justificação plausível"
http://www.diarioaveiro.pt/noticias/aveiro-biologas-contestam-abate-de-choupos-no-alboi
As biólogas Milene Matos e Rosa Pinho advertem que “em Aveiro começa a tornar-se rotina o corte indiscriminado de árvores, sem que haja uma justificação plausível e devidamente fundamentada”. Em causa está o abate de cerca de 20 choupos no Alboi, que a Câmara justificou com as “situações de fragilidade muito preocupantes que poderiam pôr em causa a segurança das pessoas e bens”.
Milene Matos e Rosa Pinho - esta última responsável pelo herbário da Universidade de Aveiro - asseguram que das árvores abatidas “apenas uma pequena fracção estava efectivamente em más condições fitossanitárias”. E “mesmo nessas árvores doentes até o corte pode ser questionado, pois existem outras formas de contornar essa fragilidade”.
Num texto conjunto enviado para o Diário de Aveiro, as biólogas observam que a decisão do município comporta “claros impactos no bem-estar visual e paisagístico, tão característico do bairro, e desaparecido em três dias”. E formulam várias perguntas: “Saberão os responsáveis pelos destinos da nossa cidade o que nos dão as árvores? De que forma contribuem para o nosso bem-estar? Serão meros ornamentos numa cidade?”
Referindo-se ao corte das árvores, sustentam que “temos visto a sustentabilidade ambiental desta cidade ser bastante comprometida com acções desta natureza”.
“Substituir uma árvore velha por uma nova é um acto culturalmente irreversível e levará muitos anos até que a árvore nova possa contribuir para o meio ambiente da mesma forma”, alertam. Acrescentando: “Provavelmente, muitas das árvores que andam a abater na cidade viveriam mais anos do que nós, quiçá que os nossos filhos e netos”.
Acesso aos estudos
As investigadoras afirmam, por outro lado, que as áreas verdes “são dos principais locais de recreio, possuindo um enorme valor educativo, principalmente numa época em que se assiste ao cada vez maior desapego dos jovens aos valores naturais”.
As autoras assinalam que “as pequenas comunidades arbóreas (em conjunto com os arbustos existentes em jardins urbanos) resultam em bosquetes de importância fundamental para a ocorrência e manutenção de fauna, ao nível urbano”. “A urbanização crescente”, explicam, “leva à inevitável perda de habitat que funcione como local de refúgio ou nidificação para a fauna silvestre. Portanto, em pleno tecido urbano, todas as pequenas parcelas verdes existentes têm imperativamente de ser mantidas”. “As árvores antigas apresentam uma importância já profusamente estudada. Esta importância é particularmente relevante para as aves, pois apenas árvores antigas apresentam cavidades naturais que servem de local de abrigo e nidificação”, esclarecem.
“Numa época tão sensível (a de reprodução das aves), não se percebe a urgência do abate das árvores”, argumentam. Notando ainda que “o processo de abate das árvores antigas feito de forma brusca e radical não permite assegurar uma adequada transição das funções ecológicas e ambientais que aí ocorriam”.
As biólogas pedem o acesso aos estudos camarários: “Gostaríamos de conhecer o estudo prévio que justificou tais acções e que tenha fundamentado a situação de perigo eminente para os transeuntes”. “Em concreto, o estudo que tenha contraposto a fitossanidade das árvores vs a sua importância paisagística, faunística e reguladora”.
ÁRVORES DO MEU JARDIM
Nasci no Bairro do Alboi à 50 anos atrás.
Aquelas árvores já lá estavam.
Quantas vezes lamentei o seu mau trato (anos e anos sem tratamento e devida poda).
Conheci-as a todas, subi a todas elas nos jogos da minha meninice.
No passado sábado visitei o meu bairro, o meu jardim e chorei.
Chorei a morte das minhas árvores, sentindo que haviam cortado um pouco de mim.
Sabendo antecipadamente da intervenção no jardim, temia que previssem retirar algumas delas.
Nunca imaginei que todas fossem arrasadas. E a morte é a morte, irreversível.
Não pude deixar de sentir que uma vingança tinha sido gerada pelo recuo na decisão de cortar o jardim ao meio para invasão do trânsito.
Agora, vim a ler que o corte das árvores teria sido necessário dado o seu estado de degradação e perigo de queda.
Como se alguém se tivesse preocupado com isso. Como se tivesse havido algum respeito por elas...mais velhas e nobres que eles.
"Olha! Esta já tem podridão na sua base! Que sorte! Bora cortar as outras, tomara que mais apareçam assim!"
O crime transformado em virtude.
Todos morrem, árvores e homens, mas só os homens matam.
Morreram as árvores do meu Alboi, do meu jardim.
Morreu um pedaço de mim.
João Fernandes
FESTA dos SANTOS MÁRTIRES
BAIRRO do ALBOI
AVEIRO
14, 15, 16 e 17 de OUTUBRO
O Programa de Festas conta, entre outras coisas, com: Animação de Rua pelos alunos da Escola Secundária Homem Cristo; Atuação de Artistas do Bairro; Fogo de Artifício; Vários conjuntos musicais; Jogos Tradicionais; Pinturas murais pelas crianças dos Jardins de Infância e Festival de Tunas.
Contamos com a sua presença!
A Comissão de Festas
'Documentário sobre o Alboi engrossa protesto contra projecto' (Diário de Aveiro)
[publicado no Diário de Aveiro 24 JAN]
'Por diversos motivos, desloco-me por vezes a Aveiro, vindo do Porto.
Há tempos, li uma reportagem no jornal Público sobre o bairro do Alboi. Julgava não conhecer o local mas pela descrição feita depreendi que já tinha andado por lá perto, em deambulações a pé, meu modo preferido de me deslocar quando possível.
Falava-se da revolta dos moradores desse local perante um projeto de «requalificação». Eis uma palavra que me suscita as maiores reticências, de tal modo tem sido utilizada, desde há 15 anos sobretudo, para justificar por vezes intervenções desnecessárias e caras, abates indiscriminados de árvores, destruição de elementos urbanos valiosos e sua substituição por outros duvidosos, descaraterização de traços identitários da paisagem urbana.
Teriam os moradores razão na sua revolta?
Se fosse algo do género, certamente eu estaria de acordo com eles.
O enquadramento da intervenção que motivava o seu protesto num projeto designado de «sustentabilidade» foi outra coisa que me alertou.
A verdadeira «sustentabilidade» (ambiental, ecológica, social, económica, financeira) não só merece todo o apoio como é uma necessidade imperiosa.
Mas tal como com a palavra «requalificação», apercebi-me desde há uns anos que o termo é hoje utilizado com frequência para designar o exato oposto. É a famosa «novilíngua» (Georges Orwell) em que os termos são aplicados de modo a, passando por verdadeiros, mentir e falsear, neste caso fazendo aparentemente passar por obra meritória o que seria a sua exata negação.
Fiquei curioso. Quando fosse a Aveiro, iria querer saber onde é o Alboi e tentar perceber as razões dos moradores.
Deambulava vindo da Universidade e ladeava um quarteirão por onde já várias vezes antes tinha passado, quando, quase inadvertidamente, reparei que uma janela ostentava um humilde cartaz impresso a preto onde sobressaía a palavra «Alboi».
Entrei no bairro (que afinal conhecia mas apenas na periferia) e logo a seguir no jardim interior, ponto central e o mais afetado pela intervenção prevista e a que se opõem muitos dos moradores.
Em Aveiro, como na generalidade do país, há alguns bairros de construção «moderna» confrangedora onde uma real requalificação faria algum ou mesmo muito sentido. Mas entrar naquele bairro, modesto, gracioso mesmo sem possuir nenhuma obra «grandiosa», naquele jardim simples, sem pretensões, mas correto, agradável, acolhedor, é entrar numa dimensão de paz, de tranquilidade, de silêncio!, de oásis (apesar de Aveiro ser uma cidade de dimensão e trepidação suportáveis), que transporta o morador ou o visitante ocasional para outra dimensão.
De imediato era percetível que um espaço daqueles, a manter e a preservar com eventuais melhoramentos de pormenor muito cuidadosos, deveria no mais ser intocável. Numa era de degradação contínua da qualidade de vida em meio urbano, aquela joia ali quedada quase por milagre deveria merecer o espanto e o respeito de quem quer que sinta verdadeiramente o que é a alma de uma cidade ou de um quarteirão urbano.
Interroguei-me: como é que autarcas, técnicos, projetistas, urbanistas, podem conceber uma intervenção como a prevista sem «temor e tremor», sem um pouco ao menos de vergonha? Por mais que haja quem não queira ver que existem tendências de época (como em todas as épocas, hoje um grau exponencialmente acima talvez) que representam uma ruína do pensamento, é preciso que haja quem afirme e aponte essa ruína (que amigos sugeriram ser também da «alma») para que os seus autores não possam dentro de duas décadas (quando se oficializam os arrependimentos...) dizer «que não sabiam». Felizmente, embora de maneira mais singela, é isso que exprime a revolta dos moradores do Alboi que colaram cartazes nas janelas das suas casas liliputianas mas singelamente atraentes a dizer, embora por outras palavras, que se recusam a ser triturados pela pretensa «modernidade», mesmo «sustentável».
Quem estiver ainda a tempo e puder impedir um disparate desses, que não fique de braços cruzados'.
José Carlos Marques
licenciado em filosofia, ex-professor, escritor,
ex-tradutor numa instituição internacional europeia
post 1
Foi uma tarde de sábado inesquecível!
Realiza-se no próximo sábado, dia 13 de Novembro, a partir das 15horas, no Jardim do Alboi, um Magusto Convívio.
Tragam as vossas castanhas já cortadas para assar e entreguem-nas na Pastelaria Ria Parque, no sábado de manhã até às 12horas.
E, já agora, não esqueçam a jeropiga! Divulguem este convívio entre os amigos.
A Comissão de Moradores do Alboi
[divulgação]
Realiza-se no próximo sábado, dia 13 de Novembro, a partir das 15horas, no Jardim do Alboi, um Magusto Convívio.
Tragam as vossas castanhas já cortadas para assar e entreguem-nas na Pastelaria Ria Parque, no sábado de manhã até às 12horas.
E, já agora, não esqueçam a jeropiga! Divulguem este convívio entre os amigos.
A Comissão de Moradores do Alboi
http://www.facebook.com/Alboicortadoaomeio
[proposta de Paulo Videira]
'Julgo que não bastará protestar. Se este movimento puder congregar propostas, alternativas, soluções, ganharia outro 'peso' perante os ditos responsáveis. Se existirem planos aqui demonstrando que não é necessária a maldita via ao meio do Largo, mais difícil se torna à Autarquia fingir que é inevitável cometer esta atrocidade. Apelemos aos apoiantes da causa que ajudem com ideias'.
>
Envie as suas propostas, ideias e sugestões para o Alboi!
Sugerem-se três tópicos: problemas a resolver; qualidades a potenciar; exemplos inspiradores de outros locais
[artigo de opinião, João Cardielos, arq.º]
Largo do Alboi AVEIRO - "I would prefer not to"
As paisagens são um dos mais poderosos produtos de representação, e são também um dos mais inequívocos reflexos da construção da identidade de qualquer sociedade. De entre todas elas, as paisagens urbanas são aquelas que, incontornavelmente, têm vindo a revelar de modo mais expressivo os avanços e as transformações que o alavancar dos desenvolvimentos modernos e contemporâneos permitiu, nos campos da economia, do desenvolvimento social e da cultura. O cruzamento intencional do conhecimento desses processos de construção continuada, com a voragem de uma mutação permanente e imparável, sublinhou um crescente apego colectivo à, tantas vezes pertinente, figura da classificação patrimonial. Amplamente difundida como instrumento de gestão territorial e, mais recentemente, como instrumento particular de gestão das paisagens, naturais e ou urbanas, ela tem vindo a transformar-se progressivamente num reduto de cristalização de memórias nostálgicas. A identidade nacional paga um preço elevado pela enfatização histórica dessas mesmas memórias, reais ou forjadas, que como instrumentos políticos foram sendo usadas ao longo dos últimos séculos, para perpetuar um sentido de carácter nacional que hoje, com clareza evidente, em grande medida nos abandonou. Só excepcionalmente a excelência nacional aflorou a superfície de um modelo de crescimento que se manteve refém das políticas decorrentes de escalas macro, que nos enquadram, e das quais necessitamos num mercado de rede alargado em que cada vez mais faz sentido participar. O preço desta convergência supra-nacional não tem porém paralelo, quando se interpelam as contribuições inovadoras e o sentido de liderança, que esta sociedade cada vez mais global nos exige como padrão caracterizador de identidade. A nostalgia preenche aqui um lugar indevido e usurpa o espaço da mudança.
Contudo a sua pertinência pode justificar-se, se a inconsistência dos resultados mais recentes persiste, convertendo a nostalgia numa faca de dois gumes, quando se acompanham os desenvolvimentos e o sentido próprio das transformações, que vão fixando registos de uma suficiência escassa, ou mesmo de uma mediocridade crescente, que os ciclos determinativos curtos, dos poderes democráticos, naturalmente impuseram, a uma sociedade pouco estruturada culturalmente, que as lideranças políticas, pouco esclarecidas, convertem tão simplesmente em lideranças governativas.
Resumindo, apetece ao colectivo abstracto e impessoal manter, nostalgicamente, o contexto físico pré-existente, para impedir uma delapidação maior que uma transformação natural, possivelmente desqualificada e imprudente, pudesse impulsionar para um estádio de desmotivação e de alheamento colectivo que, tantas e tantas vezes, esta sociedade portuguesa tem vindo recentemente a experimentar. Avisado, este brando costume nacional, protege da desgraça. mas também condena as possibilidades de futuro. Saudade, como disse o poeta, só do futuro!
Mas como lidar hoje com um futuro sequestrado em ciclos de quatro anos, ou pouco mais, que são tão incompatíveis com os outros ciclos, das paisagens do espaço urbano ou do contexto natural, que elas reclamam culturalmente por direito próprio, assente aqui na experiência milenar (mesmo em Aveiro, que recentemente viu cumprir o deu 1050º aniversário?). Como invocar a necessidade de um propósito e de um futuro consensual - de médio ou longo prazo, para um produto que não conhece outros ciclos - quando a vertigem da governância política actual impele a decisão para a sistemática imprudência?
Não é de arquitectura, ou de ordenamento do território, que se faz este debate. Trata-se de esgrimir causas, consensos e futuros, como sempre acontece em paisagens que reflectem como produtos fiéis, as convicções dos seus agentes mais activos e determinados, na perseguição das causas que os estimulam. Se a história nos ensinou o valor da qualidade das lideranças, também nos pode proporcionar hoje a segurança dos bens patrimoniais duráveis já alcançados. A esses, importa e muito preservar, se o futuro reserva mais surpresas do que certezas, ou se uma sociedade mais atenta e crítica não foi ainda capaz de consensualizar objectivos, que possam alimentar uma liderança verdadeiramente democrática!
Será esta a outra "estória" possível de um debate sobre um largo matricial urbano, consistente e acarinhado pelos seus moradores, e pelos mais prudentes cidadãos, no Alboi aveirense. A história particular e rica deste lugar urbano de excelência só poderá bater-se com a hipótese de um futuro renovado, se essa nova página se der a conhecer e puder construir consensos e paixões, suficientemente fortes para acolherem a aclamação daqueles que, agora, se debatem pela persistência das qualidades inequívocas que reconhecem e arriscam perder. Avisados, como sempre, no brando costume de quem usa a história como lição, e esta história recente, da governância local, não é muito inspiradora.
De uma rua que rasga sem propósito, traçando a direito uma cicatriz, pelo jardim nostálgico e central de uma "square" frouxa, mas rara, que poderíamos explorar como matricial em contexto nacional, se o quiséssemos e soubéssemos fazer, não rezará a certamente a história. A menos que os recentes movimentos de cidadãos de Aveiro estejam a escrever, aqui e agora, uma nova e duradoura história, como eu creio que estará a acontecer.
Muito a propósito, esta saga local recorda-me a negação, culta e polémica, de uma notável equipa de arquitectos - Lacaton e Vassal - perante a hipótese de renovação "recusada" de um outro lugar urbano, de rara e delicada excelência, como este. O seu projecto, que Iñaki Abalos mais tarde sublinharia com o título expressivo de um artigo, "I would prefer not to" (eu preferiria não fazer), numa publicação científica da ETH de Lausanne (Natural Metaphor - Architectural Papers III), contempla uma situação em tudo comparável a esta do Alboi, quando os autores limitaram deliberadamente a expressão da sua intervenção requalificadora, da Praça de Léon Aucoc, em Bordéus, no passado ano de 1996, experimentando imediatamente o gáudio dos residentes e fazendo disso uma lição exemplar de gestão e cidadania, e de rara inteligência técnica e disciplinar, suportada na determinada e cúmplice decisão governativa.
João Cardielos
A responsabilidade da gestão do futuro de uma cidade cabe exclusivamente ao executivo municipal, a quem outorgamos, de quatro em quatro anos, o poder para decidir sobre o destino da nossa vida colectiva local.
Quando o fazemos desejamos três coisas.
Esperamos que a gestão seja baseada em critérios de racionalidade técnica, que garantam uma utilização eficaz e eficiente dos recursos disponíveis.
Pretendemos que haja sensibilidade e bom senso para ouvir, perceber e responder aos anseios da comunidade.
E temos a expectativa que as decisões não sejam casuísticas, isto é, desejamos que obedeçam a uma ideia de futuro, construída e legitimada de forma colectiva.
Quando procuro perceber a argumentação que tenta justificar a decisão sobre a via do Alboi, ou mesmo sobre o abate dos Choupos da Avenida, percebo que o executivo municipal se está a basear exclusivamente numa racionalidade técnica, cuja natureza não é inócua ou neutra e muito menos acima de qualquer crítica.
Parece-me delicado e injusto que o ónus e responsabilidade das decisões sobre a racionalidade técnica e sobre quem a produz.
Seria pois importante que os decisores políticos não deixassem de exercer o seu papel de validação social e política das intervenções, para garantir que respondem aos anseios da comunidade e concretizam uma ideia de futuro para a nossa cidade.
Por isso, talvez seja oportuno reflectir sobre as razões que levam os moradores do bairro do Alboi e mais de 1.500 cidadãos (http://www.facebook.com/Alboicortadoaomeio) a contestar de forma tão veemente uma intervenção que deveria contribuir para o seu bem-estar e qualidade de vida.
José Carlos Mota, 3 Novembro
[Crónicas d’Avenida, Terranova]
1.400 cidadãos protestam contra 'Aboi cortado ao meio' (http://www.facebook.com/Alboicortadoaomeio).
Divulgue a iniciativa!
'Thurloe Square lies like a densely embroidered green mat at the foot of the lofty front of the Victoria and Albert Museum. It is one of hundreds of leafy lesser lungs which contribute to the airiness, convenience and charm of the metropolis. Laid out and developed from 1840 by George Basevi in collaboration with the Alexander family, and named rather tenuously in honour of John Thurloe (d.1668) - ‘little secretary’ to Cromwell’s protectorate'
Na Internet e nas ruas, cresce o protesto contra a construção de uma estrada no Alboi. E contra uma “nova” Praça do Peixe no bairro |
O protesto contra a construção da estrada no meio do jardim do bairro do Alboi, em Aveiro, está em curso de várias formas. Da rede social Facebook, onde ultrapassou ontem os mil apoiantes, passou para a rua com a adesão à colocação de cartazes com a inscrição “Alboi cortado ao meio? Não!”, uma acção que pretende “dar ainda mais impacto” a esta iniciativa numa campanha também apoiada pelo movimento cívico Amigos d’Avenida, sugerindo-se a colocação de um cartaz nas janelas as casas e automóveis. Enquanto isso, é sugerido que a foto de cada um no Facebook seja substituída pela frase daquele cartaz numa campanha designada por “Empreste o seu rosto (no Facebook) pelo Alboi!”. Além desta movimentação, a “Comissão de Moradores do Bairro do Alboi” continua “com a mesma fé de que nada disto (a construção da estrada no meio do jardim) se vai realizar e pedem aos aveirenses que se mantenham publicamente críticos perante esta agressão que a Câmara Municipal quer levar a efeito perante este povo e o velhinho bairro do Alboi”. Os moradores estão convencidos “que nenhum organismo vai aprovar um projecto deste tipo em que uma cidade inteira está contra”. (Ler artigo completo na edição em papel) João Peixinho |
'Protesto contra o Bairro do Alboi cortado ao meio' já ultrapassou as 1.000 pessoas
http://www.facebook.com/Alboicortadoaomeio
Mas afinal de que trata esse protesto?
(texto em desenvolvimento)
5000 panfletos agradecem participação no protesto.
Bairro do Alboi contra projectos do Parque da Sustentabilidade (notícia hoje no Diário de Aveiro).
A informação aqui recolhida integra o espólio de fotografias digitalizado e organizado pelo Prof. Henrique Oliveira.
Alboi, 1870
1912
Alboi, data?
Vista aérea do Alboi
>
Se tiver mais alguma informação sobre a história do Alboi (textos ou imagens) envie-nos para amigosdavenida@gmail.com. Obrigado!
O descontentamento no Alboi "Várias de dezenas de habitantes do Bairro do Alboi, comerciantes e amigos, reuniram ontem, dia 17 de Junho, na Sede da Banda Amizade, preocupados com os problemas que se adivinham com a intervenção urbanística proposta pela Câmara para o Largo Conselheiro Queirós e zona envolvente. As alterações do projecto do Parque da Sustentabilidade irão prejudicar muito a vida neste Bairro. A 14 de Maio foram confrontados com um conjunto de alterações que em nada os beneficia. Não foram ouvidos e não sentem necessidade dessas alterações. Antes pelo contrário. Estragar o Jardim do Bairro permitindo o seu atravessamento viário é um atentado que a todos devia indignar. O Bairro do Alboi é um exemplo urbanístico único em Aveiro que a Câmara pretende destruir com alterações viárias, benefícios aos industriais de restauração com instalação de esplanadas anulando passeios e o incentivo à circulação pedonal nocturna, com início na Praça do Peixe terminando no Parque da Cidade. Será criada uma nova "Rota das Tascas". O movimento nocturno irá aumentar e como o policiamento presencial não existe, crescerão a insegurança e o vandalismo. Foi criada uma Comissão de sete elementos que irá, entre outras coisas, promover um levantamento dos problemas existentes e das alterações a propor. Foram informados das diligências efectuadas pelos Amigos d'Avenida no que respeita à Petição entregue ao Sr.Presidente da Câmara no dia 2 do corrente e da necessidade de se conseguirem pelo menos 250 assinaturas para que a mesma seja levada à Assembleia Municipal. Vão colaborar na recolha do maior número de assinaturas."
Hernani Monteiro
notícia aqui
[Plataforma Cidades] O Parque da Sustentabilidade e os do Alboi – mais uma rejeição, essa sim, sustentada (opinião de Pompílio Souto)
(comentário)
Uma ponte pedonal em si não me parece mal, se bem que, como se disse nos Amigos d´Avenida, devesse incluir a passagem de bicicletas.
O que mais me preocupa é o sítio onde poderá vir a ser construída, como aponta o projecto que está a concurso.
O Canal Central é uma zona nobre, sensível.O Rossio e as suas palmeiras devem ser tratados com pinças.
Trata-se do projecto de Ponte Pedonal entre o Rossio e o Alboi.
Os aveirenses devem ser informados e questionados.
Clara Sacramento
Internacional
Aveiro
Media Aveiro
Cidadania
Actualidade
Cidades
Clube dos Amigos e Inimigos da Dispersão
Cultura e Criatividade
Mobilidade