Sexta-feira, 22.05.09

"A Câmara Municipal de Aveiro aprovou, na Reunião de Câmara última, por unanimidade uma redução de cinquenta por cento (50%) do valor dos licenciamentos das esplanadas que forem solicitados entre o período de 01 de Junho e 15 de Setembro. 

A Câmara Municipal de Aveiro, através do Pelouro do Turismo, tutelado pelo Vereador Gonçalo Caetano Alves, apresentou uma iniciativa que visa a melhorar a oferta turística do Município, como destino de excelência e dar realce às actividades previstas para o Verão no ano de comemoração dos 250 Anos da Elevação de Aveiro a Cidade (nomeadamente as Festas da Ria)".

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Sábado, 02.05.09

(publicado no Jornal de Notícias – Caderno Centro, 25 de Maio de 2004)

 

Elisabete Figueiredo, Socióloga. Professora, Universidade de Aveiro.

 

 

Nestes dias em que a Primavera declaradamente se manifesta, é o tempo em que uma doce preguiça (quase sem culpa) nos invade. Pelo menos me invade a mim. Confesso. E pelo menos trata-se de uma preguiça desculpável pelo sol, pelo cheiro que invade o ar, pela vastidão dos dias e, em Aveiro, por vezes, pelo pressentir do mar. É nestes dias longos, cheios de um contentamento inexplicável que me apetece sentar. Sentar-me quieta. Com um livro nos joelhos. Ou um jornal. Em frente de um café ou uma cerveja fresca. Celebrando apenas a responsabilidade de estar vivo e gostar disso. É nestes dias em que me apetece vegetar mansamente, sem ritmos definidos. Mesmo sem o livro ou o jornal. Deixar-me ficar, ‘esplanando’, contemplando quem passa, ouvindo as conversas alheias, observando as pessoas e tentando adivinhar o que as fará correr, nestes e nos outros dias. Faço um parêntesis, sem parêntesis, para dizer que foi precisamente assim que me tornei socióloga. Alongo o parêntesis para dizer que devo às esplanadas de Lisboa (sobretudo às do Bairro da Graça) a minha profissão.

Em Aveiro é quase impossível celebrar, nestas condições, os gloriosos dias de Primavera, pela circunstância simples de que não existem locais onde uma alma preguiçosa possa ‘esplanar’. Estar. Projectar-se nas vidas dos outros, sejam ou não ficção. Não conheço mais nenhuma cidade com uma tão gritante falta de esplanadas como Aveiro. As pessoas a quem vou dando conta desta perplexidade dizem-me que o vento, em Aveiro, é persistente. Mas independentemente disso parece-me que o problema principal não é o vento. Antes a forma da cidade, antes os hábitos de lazer dos habitantes da cidade.

De facto, Aveiro não tem um centro bem definido. Uma praça central e ampla onde desemboquem as ruas e as pessoas. Isso talvez ajudasse. Aveiro tem pequenas praças, quase sempre vizinhas de serviços públicos onde se vai sempre com pressa de sair. As praças em Aveiro são quase como ruas, onde se passa e raramente se permanece.

Noutras cidades portuguesas, como Coimbra, Guimarães, Viseu, Viana do Castelo, Braga, Évora, Lisboa e Porto (e os seus múltiplos centros), há praças com esplanadas. Ou pelo menos há esplanadas dignas desse nome nos passeios mais largos. Em praticamente todas as localidades espanholas, desde a mais pequena aldeia à maior cidade, existem essas praças aprazíveis, bonitas, em que apetece estar. E nem vou mais longe, geograficamente. Talvez os habitantes daquelas cidades sejam diferentes dos cidadãos de Aveiro. Talvez saiam mais de casa, talvez alguns não tenham o mar tão perto como nós. Mas outros têm-no ali mesmo, ainda mais próximo. Talvez vivam em localidades que lhes ofereçam mais espaços públicos de lazer, mais actividades culturais e de recreio. É que, na verdade, não são apenas as esplanadas que faltam em Aveiro… ainda que existam dois ou três jardins de dimensões generosas, têm escasso aproveitamento lúdico, cultural, recreativo. Em grande parte porque não existem, ao contrário do que acontece noutras cidades portuguesas, iniciativas (da Câmara Municipal, de associações, de grupos de cidadãos) que levem as pessoas a usufruir desses locais. Não apenas os aveirenses, mas também os visitantes. De que iniciativas falo? Bom, basta ver o que acontece quando se comemora o ‘dia europeu sem carros’… por exemplo. Nesse dia as pessoas invadem realmente as ruas, param para ver o que acontece. As ruas animam-se. Porque não levar o mesmo tipo de animação, com mais frequência, às praças da cidade, aos jardins? Com esplanadas, claro. De onde se possa observar o vai-e-vem das pessoas. Onde estas se possam encontrar.

Os espaços públicos têm, por definição (ou deveriam ter) este tipo de utilidade social. São locais de sociabilidade. De devolução da cidade aos seus habitantes. Locais onde se vai para estar, mas também para se ver e se ser visto. Onde a informação circula. Alguma vaidade também. Onde se interage. Tudo isto são aspectos fundamentais da construção de uma identidade colectiva. Condições quase fundamentais para a solidificação de um sentido de comunidade. De pertença a algum lugar. Como vivo em Aveiro apenas há pouco mais que uma década… em cada Primavera que começa sinto uma espécie de nostalgia das esplanadas, dos jardins, do vento manso nas árvores. Aproveito a nostalgia. A tarde de sol. Vou procurar uma esplanada.



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 Comerciantes recusam pagar esplanadas

 

2009-04-30

JOÃO PAULO COSTA - JN

Proprietários de estabelecimentos com esplanadas de Aveiro não aceitam os valores das novas taxas que, em alguns casos, como no uso de corta-ventos, quadruplicaram. Câmara diz que a publicidade tem de ser paga.

Mário Pinto, proprietário do café "O Barco", em S. Jacinto, pagou em 2008 à Câmara de Aveiro 261 euros de taxas por ter uma esplanada. Este ano, pelo mesmo período (10 meses) e mantendo o número de cadeiras, mesas, chapéus, publicidade e corta-vento, tem de pagar 1073 euros, um aumento superior a 400%, baseado no actual Regulamento Municipal de Taxas e Outras Receitas (RMTOR).

Mário ainda não pagou e, tal como uma dúzia de comerciantes de S. Jacinto - que nos próximos dias vão entregar um abaixo-assinado na Câmara de Aveiro, recusa liquidar as facturas de 2009. "Ou baixam para valores razoáveis ou tiro os corta-ventos", diz ao JN. Os corta-ventos - fundamentais para aguentar clientes numa zona ventosa, como é Aveiro, e a marginal de S. Jacinto em particular - estão na base do substancial aumento das taxas. Dos 1073 euros que Mário tem para pagar, 686 euros são para as duas pequenas estruturas de pouco mais de um metro colocadas no passeio da marginal.

José Santos, responsável do restaurante "O Santos", também localizado na marginal de S. Jacinto, não tem dúvidas: "Estas taxas, somadas a tantas outras que já temos de pagar, vão acabar com muitos comerciantes". Santos pagou, por seis meses, 276 euros pela esplanada em 2008. Este ano já sabe que a "factura" atinge os 850 euros. "É um valor insuportável, especialmente numa época de crise, com reduções na casa dos 20% ao almoço e 90 ao jantar", revela ao JN. José Santos acredita que a Câmara vai rever os valores, se não o fizer está disposto a entregar o caso a um advogado "para que se faça justiça".

A reacção dos comerciantes não é uma novidade para a Câmara. "Em Outubro enviamos uma carta para a autarquia a criticar os aumentos exorbitantes destas taxas, mas até agora não recebemos qualquer resposta", adiantou, ontem, ao JN, o presidente da Associação Comercial de Aveiro, Jorge Silva.

A solução, para já, é não pagar ou, então, fazer como muitos comerciantes de S. Jacinto: abdicaram das esplanadas e da publicidade exterior.

Outros, como José Antunes, da pastelaria "Progresso", retiraram os corta-ventos e reduziram o número de mesas.



publicado por amigosdavenida às 15:52 | link do post | comentar | favorito

Sexta-feira, 10.04.09

 

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