ÁRVORES DO MEU JARDIM
Nasci no Bairro do Alboi à 50 anos atrás.
Aquelas árvores já lá estavam.
Quantas vezes lamentei o seu mau trato (anos e anos sem tratamento e devida poda).
Conheci-as a todas, subi a todas elas nos jogos da minha meninice.
No passado sábado visitei o meu bairro, o meu jardim e chorei.
Chorei a morte das minhas árvores, sentindo que haviam cortado um pouco de mim.
Sabendo antecipadamente da intervenção no jardim, temia que previssem retirar algumas delas.
Nunca imaginei que todas fossem arrasadas. E a morte é a morte, irreversível.
Não pude deixar de sentir que uma vingança tinha sido gerada pelo recuo na decisão de cortar o jardim ao meio para invasão do trânsito.
Agora, vim a ler que o corte das árvores teria sido necessário dado o seu estado de degradação e perigo de queda.
Como se alguém se tivesse preocupado com isso. Como se tivesse havido algum respeito por elas...mais velhas e nobres que eles.
"Olha! Esta já tem podridão na sua base! Que sorte! Bora cortar as outras, tomara que mais apareçam assim!"
O crime transformado em virtude.
Todos morrem, árvores e homens, mas só os homens matam.
Morreram as árvores do meu Alboi, do meu jardim.
Morreu um pedaço de mim.
João Fernandes
'Thurloe Square lies like a densely embroidered green mat at the foot of the lofty front of the Victoria and Albert Museum. It is one of hundreds of leafy lesser lungs which contribute to the airiness, convenience and charm of the metropolis. Laid out and developed from 1840 by George Basevi in collaboration with the Alexander family, and named rather tenuously in honour of John Thurloe (d.1668) - ‘little secretary’ to Cromwell’s protectorate'
Convém relembrar que os Amigosd'Avenida deram vários contributos para ajudar a pensar o vazio. Começando no Manifesto pela qualificação e animação do espaço público (http://manifestopelacidade.blogs.sapo.pt/), passando pelas actividades organizadas na praça (http://programadasfestas.blogs.sapo.pt/), e acabando nas várias propostas de arranjo daquele espaço - o jardim vertical (*) foi uma delas (que convém esclarecer se tratava de uma proposta experimental que carecia de aprofundamento).
sobre o jardim vertical...
alguns já devem conhecer os jardins de Patrick Blanc.
http://amigosdobotanico.blogspot.com/2008/09/vertical-is-way-to-go-os-jardins.html
ou até mesmo este outro de Madrid.
http://www.mimoa.eu/images/5211_l.jpg
na minha opinião acho que as flores dão uma vida muito maior ao espaço mas não sei serão o mais adequado pois são muito delicadas... será que se aguentam só com uma rede estrutural?
ana sofia
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