Quarta-feira, 02.05.12

Ponto 2 da ordem de trabalhos da Sessão Ordinária de Junho - 2.ª Reunião de 06-07-2011

Apresentação do projecto de intervenção para a Avenida Dr.º Lourenço Peixinho na Assembleia Municipal de Aveiro

(ACTA N.º 39 )

Vogal Paulo Anes (PPD/PSD) - Nos termos do n.º 2 do artigo 43.º do Regimento, requereu a sua transcrição em acta:026

“Gostava de partilhar algumas reflexões sobre o estudo aqui apresentado. Mesmo que divergentes sobre alguns aspectos, considerem-nas como contributo de sentido positivo nesta reflexão colectiva.

Não se trata de um juízo de valor sobre o trabalho até agora feito, porque o considero meritório na generalidade. Não é também uma apreciação técnica exaustiva, até porque não é este o palco e considero que os estudos apresentados ainda se encontram num estádio embrionário, por falta de clarificação de pormenor, e porque os conceitos ainda se encontram abertos, por isso, leva-nos também a uma crítica genérica.

Concordamos todos sobre a necessidade de se proceder à requalificação da Avenida Lourenço Peixinho.

No entanto, considero ser necessário procurar-se o verdadeiro equilíbrio entre o existente e as novas configurações de desenho urbano. A proposta deve ser ainda mais trabalhada e ponderada sobre vários espetos, garantindo-se um perfil e um desenho à escala humana, amigável, onde se garantam as circulações de pessoas e de veículos de forma harmoniosa e proporcional.

Não me parece que os sistemas viários preconizados nos estudos, especialmente nas articulações, nas ligações e desvios à malha viária imediata, parece-me sinuoso e poderá criar entropia mesmo ao nível da superestrutura de mobilidade.

Deve ser garantido o desejável equilíbrio, com circuitos viários, óbvios, e facilmente perceptíveis. Por outro lado parece ter-se preterido demasiado o papel do automóvel.

Toda na estrutura urbana nomeadamente de mobilidade vive umbilicalmente ligada ao grande eixo viário que é a avenida Lourenço Peixinho. Receio bem que qualquer proposta, qualquer estudo que desconsidere demasiado esta realidade e necessidade poderá bem vir a tornar-se uma verdadeira tormenta para os aveirenses.

Diz-me a experiência que, em urbanismo, quando as incisões e alterações são demasiado radicais e violentas ou não são exaustivamente amadurecidas e essencialmente testadas ou poderá causar danos irreversíveis. Digo irreversíveis, porque depois de executadas as obras que geralmente absorvem verbas avultadas dificilmente se podem reparar os danos sem que para tanto se volte a gastar muito dinheiro.

O Sr. Presidente da Câmara referiu e bem a natureza complexa subjacente ao trabalho em mãos. Sendo sempre importante relembrar o necessário investimento na prudência e na cautela.

Conheço vários casos Polis, cujas soluções passaram pela redução do espaço do automóvel. Os problemas e constrangimentos sentidos foram tantos e alguns tão graves que rapidamente tiveram de ser resolvidos, abandonado os estudos feitos de tráfego que lhe havia dado origem e optado antes pelo bom senso — bem se vê, houve a necessidade de devolver o espaço que indubitavelmente o carro tem na nossa vida.

Ouvi sempre com muita atenção o que os grandes mestres da arquitectura e do urbanismo sabiamente advogam. Uma lição que nunca esqueci vem do arquitecto Fernando Távora. Dizia ele por vezes: “quantos mais sinais de sentido proibido colocarem na cidade mais difícil é circular na cidade, mais voltas é preciso dar, mais gasolina temos de meter no carro, mais temos de nos consumir… deixem fluir os canais de circulação.”

Nos estudos urbanos em presença, é obsessivo o repúdio do automóvel!? Quando, de facto, todos precisamos e merecemos o automóvel. Não esqueçamos que quantas mais dificuldades criarmos à circulação do automóvel mais dificuldades estamos a criar a nós próprios, à cidade. Nós portugueses somos sempre exagerados, passamos facilmente do 80 para o 8 ou o inverso.

Criou-se a ideia generalizada de que o carro é um bicho. Como se esta tentativa de o diminuir no espaço urbano de Aveiro tivesse efeitos práticos favoráveis. Pelo contrário – no caso em apreço servirá apenas para inibir as pessoas de chegar à Avenida, logo cria ainda mais constrangimentos à vivência na Lourenço Peixinho.

Se pensarmos bem, Aveiro não tem problemas efectivos de trânsito. A mobilidade e o estacionamento no centro é relativamente fácil. Só quem nunca viveu no Porto, Lisboa ou outras cidades por esse mundo, é que não dá o verdadeiro valor da facilidade que os aveirenses têm de se deslocar do centro para a periferia e o contrario em 5 minutos apenas, mesmo em hora de ponta (se é que poderemos considerar haver horas de ponta em Aveiro).

Será porventura a EN 109 a artéria mais problemática, pela razão de má memória, que todos conhecemos - as portagens colocadas no perímetro urbano!?

A Lourenço Peixinho não pode deixar de ser um eixo franco de entrada e essencialmente de saída, atravessada pelas demais artérias transversais. Já que o mal está feito – o túnel, temos é de usufruir das mais-valias que trouxe. A avenida é por excelência a espinha dorsal de Aveiro e toda a malha urbana vive dessa irrigação quase que naturalmente. Negar ou desconsiderar demasiado esta evidência poderá ter efeitos bastante nefastos. É necessário apenas limar casos pontuais de conflito – alguns difíceis é certo.

Entendo, também, que é necessário reduzir a grande plataforma que hoje está afecta ao automóvel garantindo-se assim passeios com outra amplitude para circular e estar.



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Quinta-feira, 12.04.12

Transparência, pluralidade e democracia participativa!

José Carlos Mota - investigador, docente universitário e membro fundador do movimento cívico ‘Amigosd’Avenida’

josecarlosmota@gmail.com

 

 

A participação dos cidadãos na vida pública é matéria que tem vindo a ganhar uma atenção significativa na literatura, nos media e no discurso político. O diagnóstico recorrente é que os cidadãos mostram uma apatia crescente e não se mobilizam por questões de interesse colectivo.

É por isso compreensível que a actividade regular de um movimento cívico, que se manifeste disponível para responder aos apelos para uma mais activa e qualificada cidadania, seja vista com alguma desconfiança pelo poder político, pois não está habituado e nem sempre preparado para lidar com esta nova realidade.

Importa lembrar que os Amigosd’Avenida surgiram na sequência de um desafio lançado pela Câmara Municipal de Aveiro (CMA) - o início do Processo de Participação Pública do projecto para a Avenida Lourenço Peixinho (Novembro 2008), e, desde essa altura, têm tido como principal objectivo contribuir para que se tomem melhores decisões sobre o futuro da cidade e concelho de Aveiro.

Foi por isso que após um primeiro ano de actividade em que o movimento colaborou activamente com a CMA num programa de animação do espaço público, no âmbito das comemorações dos 250 anos da cidade, de onde saiu, por exemplo, um ‘manifesto pela qualificação e animação do espaço público’, se iniciou um exercício de reflexão crítica sobre alguns projectos que a autarquia tem vindo a promover, e que geraram particular apreensão, nomeadamente: a intervenção na Praça Melo Freitas, o abate das árvores da Avenida, o Parque da Sustentabilidade (PdS), o Projecto para o Alboi e a Ponte pedonal no Canal Central; mas também sobre outros, em particular o Plano Estratégico do Concelho de Aveiro (PECA) e o projecto para a Avenida Lourenço Peixinho (no qual, a título particular, membros do movimento têm dado o seu contributo cívico).

O movimento tem tido um enorme cuidado com a forma como organiza a discussão pública sobre as diferentes matérias, seguindo as orientações que a literatura e o bom senso recomendam. É por isso que em todos os processos tem havido a preocupação de criar espaços de debate, quer nas esferas digitais (mailing-list com mais de 300 cidadãos inscritos e blogue com mais de 100.000 visitas), quer no espaço público, procurando perceber a natureza e a multiplicidade de problemas que as intervenções municipais atrás referidas podem gerar. Com as contribuições dos cidadãos e de técnicos especialistas são produzidos, colaborativamente, documentos fundamentados que são disponibilizados publicamente (*) e enviados à autarquia, com um pedido de atenção às recomendações, um apelo a um maior envolvimento dos cidadãos e uma disponibilidade para aprofundamento do diálogo, num processo de grande transparência.

O rigor e a postura nas diversas iniciativas têm gerado uma relevante mobilização e um significativo impacto social (100 cidadãos no abaixo-assinado sobre a Praça Melo Freitas; 400 cidadãos na convocação da Assembleia Municipal para a discussão PdS; 2.500 cidadãos ‘contra o Alboi cortado ao meio’; 3.500 no abaixo-assinado ‘contra a Ponte Pedonal’). Estes sinais mostram que as preocupações que o movimento tem vindo a abraçar são pertinentes, que os cidadãos sentem que sobre determinadas matérias não são convenientemente ouvidos, e as suas preocupações tidas em conta, e que as decisões municipais deviam perceber melhor a pluralidade de interesses e questões em presença.

Contudo, existe alguma evidência que mostra que a autarquia tem dificuldade em entender e lidar com esta postura cívica, pois mostra pouca disponibilidade para partilhar informação sobre os diversos projectos, para criar, atempadamente, espaços de debate sobre as matérias mais polémicas, para responder à argumentação apresentada e para construir propostas alternativas em resposta às dúvidas colocadas.

Importa sublinhar que o que está aqui em causa não é a substituição do poder político, legitimamente eleito, pelo poder dos cidadãos, nem sequer a procura obsessiva do consenso, o que nem sempre é possível ou desejável. O que se defende são posturas de informação atempada aos cidadãos, é a criação de oportunidades de auscultação das suas motivações, interesses e preocupações e a construção de respostas qualificadas aos problemas e desafios que a cidade enfrenta.

Participo nesta dinâmica desde o seu início, num grupo com geometria variável, mas com uma permanente disponibilidade para oferecer o seu contributo para o bem da cidade. O facto do movimento informal Amigosd’Avenida estar a dar origem a outros movimentos – por exemplo o ‘Movimento Cívico Por Aveiro’ (a propósito da Ponte Pedonal) – é um sinal do enorme potencial cívico que a nossa cidade dispõe. Num momento de escassez e de incerteza quanto ao futuro, este será porventura um dos recursos chave para apoiar a construção e implementação de propostas para o futuro da nossa cidade e município. Proponho que seja sobre a construção desse futuro que concentremos a nossa atenção e esforço.

 

(*) http://www.slideshare.net/amigosdavenidaaveiro e http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/





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Segunda-feira, 13.02.12

Ponte NÃO

Desgraçada ponte que nem tem quem a defenda (com credibilidade)

Porque vi anunciado nos jornais, no passado dia 2, quinta-feira, fui até aos Paços do Concelho, para assistir ao debate sobre a construção, ou não, da famigerada ponte sobre o Canal Central da nossa Ria.

 Logo à partida, porque já encontrei a sala cheia quando cheguei, e porque eram pessoas conhecidas a maioria das que estavam presentes, enquanto esperava pelo início dos trabalhos dei comigo a recordar os primeiros tempos da democracia em 1974, quando se enchiam as salas de apaniguados políticos, a fim de se defenderem as costas dos chefes . Foi esta também uma luta que se travou na altura. E isto nem é uma crítica, pois até eu próprio colaborei em actos deste género. Quando havia comícios importantes, lá se faziam alguns telefonemas para uns tantos “caciques”, que se encarregavam de mandar para o local alguns autocarros de “militantes” a quem se entregavam dezenas de bandeiras para animar a encenação. E até tínhamos uma força de segurança, que  percorria o País a fim de dissuadir algumas “almas do outro mundo” que muitas das vezes iam aos comícios procurar amedrontar aqueles que se propunham ser esclarecidos. Não sei porquê, enquanto esperava, vieram-me à memória tantas destas cenas e tantos amigos que durante alguns anos contribuiram para que a democracia viesse a ser uma realidade. E contra alguns que se julgavam donos e senhores das consciências do Povo, muitos de nós conseguimos desmascarar. Tantos desses aprendizes de novos ditadores, que foram ficando desacreditados aos olhos dos portugueses! Ainda hoje por aí andam uns tantos, mas apenas fazem parte do folclore político nacional, e há muito deixaram de assustar quem quer que seja.

Ainda me lembro de partidos políticos que mandavam bêbedos para as salas das reuniões para não deixarem que ninguém falasse. Ainda me lembro de um amigo que passou uma sessão a “enfiar” cigarros após cigarros na boca de um embriagado, para que este se mantivesse um pouco calado.

Nestas coisas há sempre os que vão para agradar aos chefes, há os que vão para fazer grandes discursos para poderem garantir os tachos, e há os que são contra, mas vão tomar posição favorável, não vá o chefe ficar zangado…

E nesses anos já um tanto afastados, muitas vezes ouvíamos, incrédulos, a defesa das ideias mais estapafúrdias.

A Arma do Crime -  Pois a propósito da arma do crime - que é a ponte com que alguns pretendem assassinar o principal canal urbano da Ria - temos ouvido alguns argumentos bem ao estilo do que, de pior  se tem proferido durante estes anos.

Ponte Praia - Então não é que uma pessoa, por quem até tenho muita consideração, na tal reunião do passado dia 2, defendeu a ponte para poder ir apanhar banhos de sol ao Rossio, ela que vive mesmo na outra margem?

Ponte Tripé - E aquele outro argumento de que a ponte será um local privilegiado para os turistas tirarem fotografias de sonho? Acho que seria muito mais barato fazer o que os Berlinenses democráticos fizeram na altura do MURO. Construíram torres ao longo do muro, para que os turistas pudessem ver o que se passava do outro lado, e pudessem tirar as suas fotografias, não fotografias de sonho, mas do autêntico pesadelo a que assistíamos.

O Escorrega - E ainda outro argumento não mais estapafúrdio, de um apoiante da ponte, que diz  ser muito  perigoso ir à Ponte Praça, em que o piso é  muito escorregadio, e pode provocar acidentes . Andam tanto pelas ruas de Aveiro, que ainda não repararam que há anos que foram substituídas as pedras da calçada nas rampas da ponte, por cubos de pedra ásperos e rugosos anti-derrapantes.

Ponte Corte e Costura - E então o argumento de outro político da nossa praça, que ainda não tem uma ideia formada acerca da construção da ponte, mas opina a favor, e diz que depois se verá como fica. Tipo CORTE E COSTURA. Como quando vamos comprar um fato, e mandamos subir as calças ou apertar a cinta do casaco.

E por falar em corte e costura, não é que há quem queira subir o vão das pontes do canal do Fórum, por causa das proas dos barcos moliceiros turísticos? Não é que essa gente, alguns com responsabilidades, mas pelos vistos irresponsáveis, ainda não repararam que o vão dessas pontes é igual ao vão da Ponte Praça? Só falta que se proponham subir também a Ponte Praça! Será que ainda não repararam que os tais que mandaram fazer aquelas pontes todas, também construíram as comportas do canal de S. Roque, que, com as eclusas, permitem  regularizar o nível das águas nos canais urbanos? Será que ainda não repararam que já não temos cheias nas ruas da cidade, pois é possível regularizar as águas, até nas marés vivas? Por que será que não baixam o nível da água nos canais, o suficiente para que as proas dos barcos não sejam destruídas? Será simples e é barato, mas é necessário estar atento às coisas e conhecer os equipamentos que têm à sua disposição, mas que foi comprado por outros que tanto gostam de denegrir.

Ainda não ouvi qualquer argumento válido dos que querem e defendem a famigerada ponte. Até o argumento do técnico da Câmara que foi defender os enormes méritos do projectista, com obras por tudo quanto é sítio e em países mais desenvolvidos do que  o nosso, ainda me deixaram mais preocupado. É que em Aveiro, e para não ocupar todo o jornal, fico-me apenas por dois exemplos, que temos de preservar custe o que custar: primeiro os Ovos Moles de Aveiro. Os Ovos Moles de Aveiro são conhecidos, procurados e até imitados por todo o Portugal. Não consigo perceber porque é que a Câmara de Aveiro não investiu fortemente nos Ovos Moles na eleição das 7 maravilhas gastronómicas portuguesas, como outros fizeram e conseguiram eleger doces muito menos apreciados e conhecidos. E outro sector que a meu ver é intocável, é a nossa Ria. A Ria de Aveiro, que deve ser promovida, valorizada e cada vez mais, alindada: principalmente os canais urbanos da Ria, que verdadeiramente tornam Aveiro numa cidade única. E nos últimos anos muito se fez para  valorizar estes canais. Há uns quinze anos era impensável  termos barcos turísticos a percorrer estes canais e a circularem pelo lago da Fábrica Campos. Há uns quinze anos era impensável que viessem a Aveiro os milhares  e milhares de turistas que permanentemente por aí passam. E para isso muito contribuiu a importância que algumas Câmaras deram aos canais urbanos da  Ria nos últimos anos. Quem ainda não se lembra do cheiro nauseabundo e do aspecto afastativo do lodo à mostra no centro da cidade? Quando se quer criticar o eventual campeão da construção de pontes, deveriam ter a honestidade de reconhecer o avanço enorme que se deu no ar lavado da cidade de hoje, a começar pela Ria.

Imaginem o que seria se alguém começasse a vender Ovos Moles com as hóstias verdes, ou amarelas à Beira Mar. Seria assassinar um dos ex- líbris mais importantes de Aveiro.

Imaginem Aveiro, com o seu principal braço urbano da Ria, conspurcado por uma qualquer ponte. Seria assassinar o principal ex- líbris de que tanto nos orgulhamos. Aquele espelho de água aqui bem no centro da cidade, entre a ponte da Dobadoura e a Ponte Praça, tem de ser intocável. É muito, mas muito mais importante do que qualquer ponte. Aliás, quanto mais imponente possa ser a tal ponte, mais vem secundarizar aquele braço da Ria. Sem menosprezar as gentes de Aveiro, e aqueles que pela vida que viveram, e pelas lutas que travaram,  continuam a ser para todos nós enormes referências e fonte de inspiração, não podemos esquecer que Aveiro deve em muito o seu prestígio à nossa Ria. E aqueles que apenas conhecem a Ria de Aveiro das eclusas para dentro, a grande referência é precisamente este canal da Ria. Tapá-lo, desvalorizá-lo, secundarizá-lo, é um crime que nenhum aveirense perdoará.

 A minha grande esperança, se a famigerada ponte for para a frente, é que já nas próximas eleições sejamos capazes de escolher um presidente que se comprometa a demoli-la, e a devolver este canal aos aveirenses. E não será nada do outro mundo. Também as piscinas do Beira Mar foram construídas com dinheiros públicos, e tiveram a pouca vergonha de as destruir. Por que não destruir a ponte?

Para terminar, a partir do dia em que começarem as obras da construção de tal aberração, não vou descansar em desmascarar os seus autores. Não vou promover ninguém, pois é cedo para conhecer candidatos. Mas conheço aqueles que entendo não continuar a merecer serem autarcas na minha terra.

Aveiro 9 de Fevereiro de 2012

Domingos Cerqueira



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Quarta-feira, 16.11.11
[texto de opinião de Joaquim Pavão, publicado hoje no Diário de Aveiro]
               
                Das razões:
 
Levam-me a escrever considerações várias. Leva-me ao desabafo o deserto que a esperança habita neste momento. A seriedade, os homens sérios, as questões sérias não serão um profundo contributo para a discussão democrática e construção plural. Sabe, Excelentíssimo Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Dr. Élio Maia, eu não gosto muito da palavra sério. Apenas porque é vazia. Pode um homem sério ficar escravo de ideias vazias? Pode. Portanto a seriedade ou a falta dela não constitui por si só o fundamento para criticar a acção do cidadão. Na defesa de decisões politicas que nos afectam a todos, apenas a racionalidade na consciência social/política interessa. Penso que a utilização do gosto como principal aliado, refugiando assim a insensatez num discurso demagógico, leva a duas constatações presentes na entrevista publicada nos media. A irracionalidade e desrespeito pela verdadeira natureza que o cargo de presidente da autarquia acarreta. Esta verdade, raciocínio parece-me insofismável. Nesta altura de crise ideológica, social, económica profunda, enquanto cidadão, estas razões para além da afronta cívica e humana que a entrevista provocou, despoletou a constatação de uma imoralidade e como tal ingredientes catalisadores do meu desabafo.
 
                Da democracia:
 
O Dr. Élio Maia parece confundir, deturpar e ostracizar alguns pontos inerentes a uma honesta postura e defesa do cargo que ocupa. O primeiro ponto gritante e imoral é, com a seriedade que lhe é apanágio, não enquadrar a crítica democrática e muito menos procurar construir com ela. Acredita que as eleições são uma espécie de carta-branca onde o voto confere uma atitude insensível ao votante. O Dr. Élio Maia, meu representante democrático, acha que não sou sério. Eu, o cidadão que tento ajudar, contribuir e pensar a cidade que habito. O Dr. Élio Maia diz que não está disposto a cumprir o mais básico requisito do cargo que lhe pago. Diz que só ouve se existir legitimação institucional. Sabe, Dr. Élio Maia eu votei, pago impostos, sou cidadão Português. Da última vez que tomei conta a democracia ainda estava em vigor. Que mais legitimação preciso? Os Amigos d’Avenida são cidadãos, meu caro Dr. Élio Maia. São legitimados pelo sistema que o nomeou nosso representante. A seriedade com que o afirma apenas aumenta a gravidade das palavras que profere. O Dr. Élio Maia não quer representar ninguém, quer institucionalizar os mecanismos democráticos. Sabe Dr. Élio Maia, neste país há 40 anos era assim. Se não encontra disposição para aceitar os aborrecimentos do cargo, seja sério Dr. Élio Maia. Se não sabe o que responder, como responder, se se sente perdido seja sério Dr. Élio Maia.
 
                Da Ponte:
 
Depois de toda a racionalidade com que um grupo de cidadãos lhe apresentou dúvidas e questões, o Dr. Élio Maia vem apenas reafirmar que a construção de uma ponte é apenas uma questão de gosto. Mas fá-lo com seriedade, pois nada mais se pode esperar de si. O que é sério na barbárie que defende? O facto de estar disposto a excluir a racionalidade com que representa a cidade? Não entregar uma única ideia que possa defender a sua construção? Esbanjar o dinheiro (nosso) em prole do gosto do executivo? Lançar a ideia de 80% de contribuição europeia é uma espécie de dinheiro do vizinho? Caro Dr. Élio Maia é um homem sério que brinca com a nossa economia, hipoteca o nosso futuro e encerra em si qualquer hipótese de diálogo racional, pois com demagogia e “galinhas” não encontra um futuro para os cidadãos. Com seriedade, procura o recreio, um jogo de ignorâncias onde com o nosso dinheiro, o suor do nosso trabalho é utilizado em prole de um deserto de ideias, uma ausência de objectivos, ao sabor do gosto. Mais grave, quando o gosto é do executivo. Nem aí, o cidadão que representa entra. O Dr. Élio Maia, homem sério, responde desviando a atenção do que é importante. Ouve sem escutar, recebe sem de facto receber. Será por isso Dr. Élio Maia que lhe peço racionalidade, em vez de seriedade. Cumpra o mais básico fundamento do cargo que lhe pago enquanto cidadão.
.
Joaquim Pavão
.
[ler outros contributos] 
1.
A PROPÓSITO DA LEGITIMIDADE DOS AMIGOSD'AVENIDA
http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/689353.html
2.
Câmara avança com ponte polémica sobre a ria (Expresso)
http://aeiou.expresso.pt/aveiro-camara-avanca-com-ponte-polemica-sobre-a-ria=f684658
3.
ANDE UM POUCO MAIS A PÉ, POUPE-NOS UM MILHÃO DE EUROS!
http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/688144.html


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Segunda-feira, 15.03.10

[síntese do artigo publicado no Diário de Aveiro 15Março10]

'Em recente intervenção na Assembleia Municipal (AM), debrucei-me sobre as mudanças ocorridas no Teatro Aveirense (TA), em Dezembro do ano passado. 

O Conselho de Administração passou a ser presidido pela anterior directora artística e actual Vereadora da Cultura, que escolheu para lhe suceder alguém que nunca teve a experiência de dirigir um teatro ou de ser programador cultural num espaço com características semelhantes. Mas não é um facto negativo em si mesmo, até porque outro tipo de experiências dão lastro a esta aposta.
O projecto cultural do TA não se reduz, ou não se deve reduzir, à sua programação. A amplitude de intervenção de um teatro municipal, que é de uma capital de distrito, deve ser multidisciplinar e interferir directamente com a vida cultural do município.
Ao serviço público de cultura deve estar aliado um serviço educativo consistente e relacional. O trabalho com as escolas e com o movimento associativo reveste-se de importância decisiva na educação de novos públicos, no desenvolvimento da dimensão artística, em especial dos jovens, na potenciação do fenómeno cultural na construção de uma rede concelhia.
No que respeita à programação, ela deverá espelhar, com clareza, a estratégia da sua direcção artística, em articulação com a política cultural defendida pela Câmara. Neste momento, assiste-se a uma programação, diria, mais alternativa, em relação a um passado recente. O próprio formato comunicacional também aponta nesse sentido, dirigindo-se preferencialmente a públicos mais específicos. Os ciclos de cinema, o teatro, a dança, os espectáculos de música, não são sucessos de bilheteira. Provavelmente, o objectivo primeiro nem será esse.
Importava, portanto, conhecer com detalhe qual a estratégia, porque ela afigura-se-me incoerente.
A uma programação mais alternativa está associada, no imediato, uma curta receita de bilheteira. Dito de outro modo, suportar uma política cultural que dê palco a novas tendências, a novos artistas, que não teriam oportunidades num circuito mais comercial, implica um custo significativamente mais elevado. São conhecidas as dificuldades financeiras do TA. A falta de investimento, por exemplo, ao nível do equipamento ilustra bem as dificuldades de gestão diárias com que se depara o teatro.
Ora, com um corte substantivo na subvenção da Câmara, em que pé fica a sua sustentabilidade financeira?
A minha preocupação, ao longo dos últimos anos, foi sempre com a promoção de uma cultura de avaliação do investimento público no sector cultural. A avaliação da eficiência e eficácia da despesa em cultura, que enfrenta, quase por tradição, grandes dificuldades na implementação de critérios baseados em indicadores de desempenho e análises custo-benefício, é fundamental. E diga-se que essas dificuldades são compreensíveis em face da natureza específica dos bens culturais. Mas não devemos esquecer a crescente pressão sobre o orçamento público camarário, que justifica e exige a valorização destas práticas de avaliação objectiva e independente.
A realidade regional onde se insere o TA é agora mais competitiva. Com novos espaços, nomeadamente, em Ílhavo e Estarreja, a estratégia deve virar-se para a cooperação. As redes nacionais onde o TA está inserido são importantes. No entanto, a articulação regional entre programações não só é fundamental do ponto de vista da dimensão da oferta, como também da racionalização dos recursos. Uma lógica concorrencial seria, obviamente, nefasta'.

Nuno Marques Pereira



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Quinta-feira, 08.10.09

comentário # 2

Pela leitura que efectuei aos programas eleitorais dos partidos que se apresentam às eleições por Aveiro, em especial os que mais directamente disputam a liderança dos órgãos autárquicos, penso que o que melhor assevera estrategicamente os desafios que se avizinham, ultrapassando estrangulamentos de uma certa regional/tacanhez,  abrindo a cidade para uma dimensão de futuro construtivo e globalizante é o programa delineado pelo Partido Socialista.
Concordando com a análise de JCM, esta deve, apenas e também, ser interpretada como opinião meramente pessoal, aqui expressada.
João Figueiredo



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Sexta-feira, 17.07.09

(artigo de opinião de Paulo Trincão, Diário de Aveiro 17JUL)

 

Por razões que não são importantes para esta conversa, tive esta semana oportunidade de ter uma longa conversa com elementos da direcção do Mercado Negro. Este espaço faz este ano três anos de existência.

O Diário de Aveiro em 6 de Junho de 2006 noticiava desta forma a sua abertura: “… Vai surgir numa casa antiga, com vista privilegiada sobre o Canal Central. Com uma programação cultural regular e que visa conquistar um público que procure qualidade e algo pouco convencional, Mercado Negro inclui um pequeno auditório com capacidade para 90 pessoas, um café dividido por três salas que também podem servir como galeria de arte, a loja de música dB, a livraria O Navio de Espelhos, a loja Lollipop, a loja de design Miyabi, que promete apostar em peças exclusivas de design mas também apoiar criadores nacionais, uma pequena uma sala de jogos e ainda a galeria de arte Poc de Tot que vai dar espaço e visibilidade aos novos criadores, em áreas tão diferentes como artes plásticas, joalharia, pronto-a-vestir, decoração, entre outras

Passado este tempo as lojas não são as mesmas, mas o espírito ainda lá habita, bem vivo.

Valeu (vale) a pena criar e manter este projecto cultural numa cidade com Aveiro? Foi a pergunta central a que era importante dar resposta.

Como em tantas ocasiões na área da cultura, escapa da boca dos protagonistas algum desapontamento em relação aos resultados expectáveis. Inovar é complicado em todas as áreas. Na cultura, é quase sempre um trabalho solitário, incompreendido, pelos que estão próximos, mas muitas vezes admirado quando visto de longe.

O que existe de novo no Mercado Negro é uma política de total ausência de subsídio-dependência.

É o preço da liberdade.

Não ouvi um comentário ou uma crítica à falta de apoio. Isto não implica que não tenham uma profunda consciência do papel cultural, formativo e inovador que desenvolveram durante estes anos, à margem do vazio da política cultural de uma cidade anestesiada.

É chegada a altura de se inverter o paradigma (digo eu):

não são as associações culturais que precisam de apoio, é a sociedade e os seus dirigentes, que assumiram o poder nas Câmaras e no Estado, que necessitam das associações para poderem cumprir cabalmente o seu papel na criação de uma melhor qualidade de vida das pessoas.

Como é qualquer actividade o futuro sustentado da actividade cultural, amadora, semi-profissional e profissional, passa pela implementação de contratos programa onde haja responsabilização das partes em relação a conjunto de acções mutuamente acordadas. Quem é profissional desenvolve um programa a tempo inteiro, quem não o é (e existe igualmente espaço para eles) apresentam planos compatíveis com as suas vidas.

Voltando ao Mercado, senti necessidade de saber com mais exactidão o que foi feito, e fiquei com uma enorme vergonha pela inércia, pelo cansaço que não fui capaz de evitar em nome da eficácia e de empenhamentos quase patéticos, na minha vida profissional. Lá fora da minha vida, corria um programa musical impressionante, que eu não desdenharia de desenhar, num plano teórico, se por acaso tivesse de falar sobre o que deveriam ser as componentes culturais de uma cidade moderna.

Para quem (como eu) não tenha tido energia para mais, encha-se de coragem e gaste o resto da sua energia a clicar em http://www.lastfm.com.br/venue/8825141. Poderá ouvir alguns dos artistas que passaram no Mercado Negro: Tiago Guillul (12/2/09), Butcher The Bar (22/01/09), The Partizan Seed(11/12/08)ou Kimya Dawson (21/05/09), gostei particularmente desta última artista.

Já clicou?

Pois é, foi mesmo aqui que passou tudo isso, em Aveiro(!) onde nos vamos vivendo auto-amordaçados pelo marasmo cultural dominante que nós aceitamos como se fosse um destino, uma fatalidade, algo que nos foi introduzido na alma durante 48 anos e que, para espanto de Darwin, talvez tenhamos herdado do nosso património genético.

Felizmente que, olhando para gente desta, ficamos com a certeza que o gene da passividade é outra das invenções dos passivos.

 

“A experiência é a cicatriz de todas as coisas”

Maria Velho da Costa (Casas Pardas)

 



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Quarta-feira, 15.07.09

contributo cívico (o que os cidadãos querem para a sua cidade) 


'Sou um cidadão de Aveiro, que reside no Bairro do Liceu e que costuma usar a bicicleta como meio de transporte para ir para o trabalho, que fica na zona Industrial de Aveiro, em Esgueira.

O caminho que percorro diariamente está direccionado para o trafego automovel, havendo poucas ou nenhumas condições para eu, bem como a população de Aveiro e arredores que trabalha na Zona Industrial, se deslocarem para os respectivos locais de trabalho usando como meio de transporte a bicicleta.
Sugiro que se fizesse uma rede de pistas de bicicleta em Aveiro que cubrisse não apenas os pontos turísticos, mas também os locais de habitação, comércio e trabalho, no sentido de incentivar o uso da
bicicleta como meio mais ecológico, mais saudável e alternativo ao automóvel. A rede seria constituída por pistas bem visíveis e diferenciadas das zonas pedonais e tráfego automóvel.   Nas zonas de cruzamento das pistas de bicicleta com o tráfego automóvel, haveria sinalização luminosa ou placas de perigo/prioridade  bem visíveis, bem como, se necessário, lombas de desaceleração para os automóveis para evitar acidentes durante o contacto do trânsito automóvel com as bicicletas. 
Outro ponto que penso que deverá ser corrigido em Aveiro:
Nos últimos anos/última década tem-se vindo a observar uma clara predominância do betão em detrimento dos espaços verdes.
Veja-se o caso da zona perto da igreja da Sé. Antigamente a Avenida 5 de Outubro era arborizada, e ia dar á ponte de pau. O trânsito fluia com facilidade, e se se quizesse ir, por exemplo até ao
mercado de bicicleta, não era preciso de dar as voltas todas que se dão hoje. Isto é, o viaduto e a ponte nesta zona são um complecto desperdicio de dinheiro, um convite aos aceleras (criou-se uma autoestrada no meio da cidade, tendo havido já alguns atropelamentos), e afinal de contas, o transito acabou por ficar mais complicado. Antigamente tinhamos as árvores, o transito a fluir de maneira simples, e umas casas e bairros pacatos, com comércio tradicional (lembro-me da tasca da D. Luz ou da Mercearia que existia na R. do Rato), que foi tudo destruido em detrimento do betão e do automóvel. Antes podia ir brincar para a rua e não havia tantos perigos devido ao tráfego automóvel, porque também haviam menos carros. Agora a tendência é as crianças não poderem brincar na rua, porque é perigoso, podem ser atropeladas...claro, a tendência é "chamar" mais carros para dentro da cidade criando vias mais largas e trânsito mais complicado que obrigue os carros a circular por toda a cidade, em vez de se tirar o trânsito do meio da cidade...não é fazendo "autoestradas" ou parques de estacionamento no centro que se melhora a qualidade de vida. É fazendo parques de estacionamento na periferia das cidades (afinal já temos parques subutilizados no centro, não serão precisos mais), e associar uma rede de transportes públicos eficiente e uma rede de ciclovias que leve as pessoas para o centro. Tem-se é que limitar o estacionamento e a circulação automóvel para o centro da cidade.  
Veja-se aquele prédio em frente à rotunda por trás do CC Oita (que tem o centro de cirurgia plástica)- desumanização total do tecido urbano em detrimento de blocos de cimento com voluemtrias exageradas e feias; o bairro da forca, cada prédio tenta ser mais esquisito que outro, as ruas não estão arborizadas, os prédios literalmente uns em cima dos outros, etc. Ou as Barrocas. Parece que não há um critério urbanístico e arquitectonico. É ver quem consegue ser mais ousado, no pior sentido da palavra. Os acabamentos dos arruamentos e prédios também são muito fracos.
Veja-se o parque de estacionamento em frente à policia de Aveiro: aquilo é um deserto de "betão"!!! Não há sombra, não há árvores, não há verde...e não digam que é impossivel ou dificil, porque, por exemplo no Porto, a praça Carlos Alberto, perto dos Leões, também tem um parque de estacionamento subterrêneo e souberam manter a traça e o jardim. Já vi fotos de como era esta zona, em Aveiro, de antigamente: antes tinha um verdadeiro jardim, agora, tem uns vasitos com umas poucas plantas e "betão" à volta.
O que aconteceu ao empreiteiro/arquitecto/responsável pela destruição da casa que fica no seguimento do Oita, na Avenida Dr. Lourenço Peixinho? E ao que destruiu a garagem Trindade, que era a sede do Beira Mar, por detrás da Capitania (aquele shopping center, se é que se pode chamar isto, é uma vergonha para os urbanistas de Aveiro)?
O que eu sugiro? Melhor, o meu sonho qual seria, visto que isto seria economicamente, politicamente (lobbys do betão, falta de formação e educação civica do povo em geral (basta ver que a Fátima Felgueiras vai ser reeleita), etc.)?
Voltar ao passado, e em vez de construir mais betão desordenado e sem árvores, destruir (demolir) os mamarrachos (prédio frente Oita, edificio por trás capitania, maior parte da forca, viaduto do bairro do liceu, etc para reconstruir o que havia de bonito antes (casas arte nova, bairros com comércio tradidional, árvores) ou construir de forma humanizada, com regras arquitectonicas (x números de andares, não usar determinados materiais, ou volumetrias, espaço entre prédios, arruamentos, etc) e não deixar em qualquer arquitecto, urbanista ou decisor o destino estetico/urbanistico de Aveiro.

Humanizemos a cidade de Aveiro!!! Não aos carros, sim às pessoas e bicicletas; não ao betão desordenado, à falta de gosto e estética (nem parece que temos um campus univeristário tão bonito), sim ao tradicional, à arte nova, ao comércio tradicional!!!'
Tiago


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Quinta-feira, 09.07.09

(artigo de Jorge Silva, Presidente da ACA, publicado no Diário de Aveiro 8JUL)

 

Foi com enorme prazer que no passado dia 26 de Junho, a Associação Comercial de Aveiro – ACA, esteve na Assembleia Municipal de Aveiro, aceitando o convite da Dr.ª Regina Bastos, numa sessão dedicada ao tema “qual o futuro da Avenida do Dr. Lourenço Peixinho”. Este convite serviu para apresentar o nosso contributo materializado no ensaio “A Avenida Vende?”.

Aquele espaço, de excelência da nossa democracia municipal, encheu-se de gente (sinal do interesse que este assunto suscita e também do inovador formato usado na sessão da Assembleia Municipal) com o intuito de acompanhar o desenrolar de trabalhos que foram divididos em dois momentos – um primeiro onde nós, a câmara municipal, o gabinete de arquitectura D’Aveiro - Eng. Estrela Esteves, os Amigos d’Avenida e os representantes da ordem dos arquitectos e dos engenheiros apresentamos as nossas ideias e anseios e uma segunda parte onde vários deputados dos diferentes grupos, por nós eleitos, teceram comentários vários sobre este assunto.

11 de Outubro aproxima-se, momento onde todos nós exercemos o nosso dever de escolher os seus representantes para os diferentes órgãos autárquicos. Para que estas escolhas tenham um fundamento, para lá do clubismo partidário que se criou na nossa sociedade após a queda do Estado Novo, seria de todo interessante que os nossos futuros candidatos se posicionassem com alguma precisão no que pensam, também eles, para a nossa Avenida  – 1 faixa de rodagem? Ou 2? Ou zero faixas? Passeio central? Ou não? Fecho do comércio durante as obras? Ou não? Parque subterrâneo para estacionamento? Ou não? Criação de um grupo de trabalho para pensar a avenida? Ou vamos avançar rapidamente? Devemos salvaguardar o comércio existente na mesma? Ou devemos optar por deixar o comércio à sua mercê? Muitas mais perguntas poderíamos aqui fazer.

A ACA fica muito satisfeita que a nossa Avenida tenha ganho ao longo destes meses estatuto de tão elevada preocupação, pois pensamos que este espaço de Aveiro é a zona âncora da nossa cidade o epicentro da mesma e deve ser devidamente pensado e discutido. 

Neste sentido, a Associação Comercial de Aveiro em co-organização com o Diário de Aveiro formula o convite aos candidatos autárquicos a presidente da Câmara para apresentação do seu ideal para A Avenida à comunidade comercial (e não só) no salão Nobre da ACA no dia 2 de Outubro pelas 21 horas 



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Segunda-feira, 08.06.09

Sobre o tema dos media local há algo que me deixa perplexo - a falta de interesse que a 'agenda local' tem para a maioria dos cronistas de Aveiro. São raríssimos os artigos de opinião que reflectem sobre a cidade. Quantos artigos foram feitos sobre a 'Avenida', o 'Parque Sustentabilidade', o 'Polis', a 'estação do TGV' nos últimos meses? E pelo que sei que esse facto não se deve a nenhum crivo especial dos jornais. Então porque isso acontece?

JCM



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(publicado no Diário de Aveiro)

 

Por mais voltas que desse ao saco do Expresso, não O encontrava. Procurei no meio do jornal do golfe, no imobiliário, entre os folhetos da Moviflor, por de trás da catalogo da Fnac, e nada. Ele não estava lá!

Pensei com os meus botões: “é bem feito, quem é que te manda comprar o jornal num local diferente!”.

Aprendida a lição, na semana seguinte voltei ao local do costume e por 5.45€ comprei, como sempre, os semanários.

Voltei a procurá-lo sem sucesso. Desta vez resolvi culpar o Balsemão. Devia ter certamente “ruído a corda” e deixado de distribuir a imprensa regional.

O que é certo é que nunca mais o vi.

Quando li que o semanário “O Aveiro” tinha acabado é que caí na real. Fiquei com muita pena, e decidi falar nesse assunto neste jornal que para bem da comunidade está (bem) vivo.

A morte de um jornal é quase sempre um facto triste. Mesmo para a concorrência, a falta de concorrentes significa a ausência de termos de comparação, de mais incentivos para procurar ser cada vez melhor. A possibilidade de se poder exercer o contraditório faz falta a toda a gente.

Senti-me culpado por não ter integrado a rotina de comprar mais esse jornal todas as semanas como se fosse um auto imposto regional a favor da pluralidade da imprensa.

Não quero analisar a sua qualidade, mas tenho seríssimas dúvidas que o seu fim pudesse ter origem nesse ponto. Será que é Aveiro que não tem dimensão para ter um semanário, ou exactamente por ser semanário, as notícias não têm que ser tão frescas e atractivas como “fulana foi violada por um ancião”, ou qualquer outro tipo de notícia cujo o prazo de validade se esgota no segundo em que é lida. O espaço de reflexão não é exclusivo dos semanários, (basta olhar com atenção para este jornal para poder constatar isso), mas esse tipo de jornais tem o seu espaço natural.

Existem em Portugal situações onde são os poderes públicos a chamar a si a responsabilidade da publicação de jornais, reconhecendo o seu valor informativo e cultural. A grande maioria dos municípios publicam jornais (na Madeira até há um diário… mas suspeito que não é um bom exemplo para esta conversa), que poderiam constituir esse espaço, mas rapidamente se transformam em meros boletins informativas da gestão autárquica. Em abono da verdade é preciso dizer que a Câmara de Aveiro quando decidiu lançar a revista  “Pontes e vírgulas” procurou dar um contributo positivo nesta área.

Porque acabou essa experiência? Falta de qualidade? falta de leitores? falta de dinheiro? ou simplesmente o jornalzinho municipal tipo é politicamente mais eficaz?

O que é verdade é que este espaço, o do semanário está outra vez vazio, o que, numa visão positiva da vida que cada vez é mais necessária ter, talvez seja um espaço de oportunidade.

Para mim Aveiro sem “O Aveiro” ficou mais pobre”.

 

 

 O Alfredo atirou o jornal ao chão, irritadíssimo, e virou-se para mim:

- Estes jornalistas! Passam a vida a inventar coisas, é o que te digo. Então não afirmam que, no Sardoal, foi encontrado um frango com três pernas! Vê lá tu! É preciso ter descaramento.

Ajeitou-se melhor no sofá e, realmente indignado, coçou a tromba com a pata do meio.”

 

EXAGEROS

Mário Henrique Leiria



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Sexta-feira, 22.05.09

(artigo de Paulo Trincão publicado no Diário de Aveiro 22MAI)

 

Realizou-se no Teatro Aveirense no último sábado uma magnífica sessão comemorativa dos 40 anos do II Congresso Republicano.

Foi um momento muito alto de cidadania (somente entristecido pela doença de Candal) por um conjunto de factores que vale pena ressaltar:

-Bem organizado, os oradores por muito eloquentes que fossem (e alguns eram) pouparam o público com intervenções demasiado longas e/ou barrocas.

-Com uma afluência de público que não envergonha, tornando a sala bastante composta.

-Com as intervenções dos representantes da cidade e da região a apresentaram uma qualidade bastante alta, em nada contrastante com a dos convidados.

- Artur Santos Silva enquadrou estas comemorações dentro do grande movimento cívico e cultural que se vai procurar construir para o próximo ano, no centenário da República.

- Terminando com a intervenção do ministro Rui Pereira, mais formal e menos viva, embora igualmente interessante.

Tudo isto decorado com uma pérola que foi a intervenção de Mário Soares!.

Só há pouco tempo conheci pessoalmente Mário Soares. Durante anos mantive por ele uma admiração crítica, que só, quando a vida momentaneamente nos aproximou, se transformou em profundo respeito.

Quando da sua última candidatura à Presidência da República, ele passou a representar outro paradigma na minha vida: o da possibilidade de, apesar da passagem dos anos, viver toda a vida com inteligência, força, alegria e dignidade.

Mais do que qualquer promessa de estabilidade económica, muito mais do que um qualquer novo caminho para sair da crise, o que ele nos ensina é a termos orgulho em nós próprios, a cultivar a autoestima, a acreditar que a mudança depende de cada um de nós. Mostra-nos que, como nós, tem emoções e opiniões e vontade de as partilhar.

Como ele, nós poderemos ser o quisermos em qualquer altura da nossa vida.

É um exemplo da força que existe dentro de cada português e que muitas vezes não sabemos encontrar.

Com as vitórias e com as derrotas, é tudo isto que ele teima em ensinar.

Ouvir as histórias que contou da sua participação no II Congresso Republicano que encheram a sala de vida e de cor, mostrando um pouco do ambiente que se deve ter vivido naquela mesma sala, há 40 anos, foi um privilégio para quem teve a sorte de as ouvir.

Partilhou connosco algumas das suas reflexões nos primeiros dias da revolução do 25 de Abril, dizendo-nos que se esta revolução durasse o mesmo que a da primeira república (16 anos) já não seria mau!

Apesar de tudo, durou mais, e foi por isso que esta sessão se realizou.

Parabéns aos organizadores deste evento!

 

Acendei a fornalha enorme — a Inspiração.

Dai-lhe lenha — A Verdade, a Justiça, o Direito

E harmonia e pureza, e febre, e indignação;

E p'ra que a labareda irrompa, abri o peito

E atirai ao braseiro, ardendo, o coração!

 

Guerra Junqueiro, in 'Poesias Dispersas' 



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Terça-feira, 05.05.09

(publicado no Diário de Aveiro de 5MAI09)

Para o ano a República Portuguesa fará 100 anos, ou que não é novidade para a maioria das pessoas. O Programa das Comemorações para o Centenário da República integra um quadro de cerimónias comemorativas, um vastíssimo conjunto de realizações agrupáveis em programas temáticos, completados por uma presença significativa na internet, nomeadamente através de um portal, e um plano editorial diversificado.( http://www.centenariorepublica.pt/).

O programa comemorativo procura mobilizar um vasto leque de instituições e de actores, instâncias centrais e locais da administração, centros de investigação e escolas, entidades empresariais, fundações, associações, etc. Com a realização das diversas iniciativas previstas, espera-se conseguir uma valorização da cultura histórica e da consciência patrimonial; conferir uma especial atenção ao papel da escola enquanto vector da igualdade de oportunidades e espaço formativo prioritário; dar um contributo para o revigoramento das práticas cívicas e da aproximação entre a política e os cidadãos; identificar materiais e questões que possam vir a constituir um Museu da República; e promover o reforço da identidade nacional. Às iniciativas assumidas directamente pela Comissão Nacional acrescentar-se-ão, para efeitos de programa geral, um elenco de realizações que a Comissão apoiará e ou aos quais se associará.”

Entretanto o programa das comemorações vai sendo apresentado publicamente. Na semana passada fui realizada no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, uma sessão pública de apresentação do programa Jogos do Centenário, eixo temático dedicado ao desporto da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

O eixo programático Jogos do Centenário compreende várias manifestações de natureza desportiva, lúdica e cultural. Pretende-se sublinhar o desenvolvimento que o desporto conheceu em Portugal com a emergência e evolução da República, celebrar os seus valores mais nobres e estimular a participação nas Comemorações da população em geral e dos jovens em particular. O programa desportivo decorrerá ao longo do ano de 2010 e compreende um evento principal e de maior significado em cada mês, bem como outras manifestações desportivas a organizar a partir dos calendários federativos que se associarão às Comemorações do Centenário”. Estas iniciativas permitirão envolver todos os segmentos da população, desde os jovens à população sénior e aos grupos com necessidades especiais. De especial interesse para as Comemorações é o envolvimento do desporto.”

2010 era a data sonhada para abertura do Museu da República Arlindo Vicente, que colocaria Aveiro num lugar de destaque no panorama nacional destas comemorações. A decisão de acabar com esta instituição deve ser explicada aos aveirenses e ao país, porque estar a ter claras consequências na diminuição clara da afirmação de Aveiro ao nível nacional. Resta-nos um empenhamento dos cidadãos na vivência do ideal e dos princípios republicanos, procurando encontrar formas de participação activa nesta grande festa do centenário da República.

Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre, só a ti submissa.

Por ti é que a poeira movediça
De astros e sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.

Por ti, na arena trágica, as nações
Buscam a liberdade, entre os clarões;
E os que olham o futuro e cismam, mudos,

Por ti, podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos, que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos

Hino à Razão

Antero de Quental


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Sábado, 28.03.09

(publicado Diário de Aveiro)

 

Hoje em dia quando se começa a discutir o funcionamento e a organização das actividades culturais, não é preciso esperar 5 minutos para se falar em redes. Pelo sim pelo não, fui ver ao dicionário o que era isso de “rede”?

Obtive as seguintes respostas, que me apetece comentar.


a) “Tecido de malhas de variável largura para apanhar peixes, etc.”

Ficamos então a saber que rede é um tecido de malhas variáveis em largura. Essa dimensão das malhas está dependente da dimensão do peixe que queremos apanhar. Parece-me uma douta definição que na cultura dará muito jeito. Antes de falarmos em construir redes, vamos caracterizar as dimensões do peixe que queremos apanhar, para poder definir as dimensões da malha. Se for muito larga foge o peixe miúdo todo, está bom de ver…

 

b) “Tecido de arame (para vedações, etc. )”

 

Esta definição merece-nos todo o cuidado! Será que quando uns falam em rede para apanhar peixe, os outros agentes estão a pensar em tecido de arame para encerrar ideias mais ousadas ou espíritos mais rebeldes?

c) “Leito balouçante feito de malha e que se suspende de dois ganchos nas extremidades”

Não tenho dúvidas que em muitas reuniões, daquelas bem chatas, a bendita palavra “rede” nos transporte, não para a apanha de peixe, muito menos para qualquer galinheiro, mas sim para um leito balouçante feito de malha. È talvez o significado da palavra que reúne mais adeptos…

 

d) “Totalidade dos circuitos e dispositivos de comutação que permitem a ligação entre os equipamentos terminais de dados”


Nestas reuniões da cultura começa a ser normal (felizmente) a participação de pessoas da tecnologia que, ao ouvirem falar em rede, vibram com a ideia de os circuitos e dispositivos de comutação permitirem a ligação entre os equipamentos e os terminais de dados. Seria pois fundamental que no espaço da cultura assim fosse.



e) “Conjunto de linhas-férreas, telegráficas, telefónicas, etc.”

Estou convencido que só uma pequena minoria ainda sabe as linhas de caminho de ferro em Portugal. A rede telefónica já não é o que era e que o diga o Bill Gates!

 

 

f) “Cilada

 

Agora é que a coisa começa a complicar! Quando alguém quer simplesmente pescar, ou repousar num leito balouçante, outros podem interpretar a mesma palavra como cilada. Começo a perceber porque é tão difícil os portugueses entenderem-se.

g) “Compilação de coisas tecida pela intriga”

 

Julgo que não podia terminar melhor. Uma rede poder ser, não uma forma superior de colaboração e entendimento, mas sim uma compilação de coisas tecidas pela intriga., Justifica cientificamente porque é que existe uma incompatibilidade lusitana, vertida na língua que nos une, de trabalharmos em conjunto.
É por isso que qualquer que seja a definição de rede ela depende de nós, e os “nós”, depende de quem os saiba e queira dar, ou seja de Nós.

Só nos resta ir tentando dar esses nós, aqui e ali, onde houver pontas de imaginação e de criatividade soltas. Quanto mais de Nós atarem essas pontas de cidadania, mais malhas da rede se vão fazendo, e talvez um dia, quase sem dar-nos por ela, a rede ampare a nossa queda nos dias em que não nos sentirmos felizes.

A semana passada, ao sair de casa perto da meia noite, para ir ver Galerias senti-me apanhado por essa rede, e gostei!

 

 

Este homem que pensou

Com uma pedra na mão

Transformá-la num pão

Transformá-la num beijo

 

Este homem que parou

No meio da sua vida

E se sentiu mais leve

Que a sua própria sombra

 

António Ramos Rosa



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Segunda-feira, 23.03.09

(publicado no Diário de Aveiro 20MAR09)

Desde há muito que defendo que se passam nas nossas escolas muitas coisas positivas que nos devem encher de orgulho. Se na escola existir o mais pequeno problema, ele é notícia, e muitas vezes até abre telejornais. É nesta altura que é muito fácil começar a dizer mal dos jornalistas, dos jornais, da televisão, e quase de imediato, do Governo, da oposição, da Europa, da América, e qualquer dia, dos chineses e dos indianos. Enfim, fica lançado o mote para realizar aquela catarse tão portuguesa de dizer mal de tudo e de todos.

É por isso que todos os que sabemos que existem professores dedicados, alunos motivados, políticas exigentes, mas certas, temos obrigação de as tornar públicas, remando assim contra o “tsunami” da contestação pela contestação.

A história que eu vou contar, é da participação no concurso “Na senda de Darwin”. Para comemorar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e os 150 da publicação do seu livro «A Origem das Espécies» que têm lugar em 2009, o jornal Ciência Hoje lançou, com o apoio do Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica -,  um concurso dirigido aos estudantes que em Setembro de 2008 estejam no 10º, 11º e 12º anos das escolas de todo o País.

Como todas as histórias tem protagonistas, que passo a apresentar:

 

Escola Secundária c/ 3ºciclo Dr. Jaime Magalhães Lima

Nome da Equipa: Bivalves; Elementos; Pedro José Santos Grilo Diogo, Ricardo Jorge Santos Barros, Frederico Alberto Abreu Carpinteiro. Professora: Maria Conceição Andrade.

 

Escola Secundária de José Estêvão.

Nome da Equipa: Selecção Racional; Elementos: Mafalda Saraiva Santos, Maria Beatriz Ferreira, Teresa Queirós C Amaral. Professora: Ana Paula Pereira Morgado Lino.

 

Nome da Equipa: Inaptas; Elementos: Inês Santana de Oliveira; Mariana Costa Cruz Santos; Sara Margarida Leonardo de Oliveira. Professor(a): Ana Paula Pereira Morgado Lino.

 

Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes

Ílhavo; Nome da Equipa: Especialistas; Elementos: Inês Isabel Silva Pinheiro, Daniel Almeida Matos, João Henrique Picado,  Madalena Santos. Professora: Alcina Maria Parracho Mendes.

 

Escola Secundária Homem Cristo

Aveiro; Nome da Equipa: Fantásticas; Elementos: Marta Crisitina Neves Aguiar,Ana Bárbara Santos Pereira, Maria Gillies Mota: Professora: Graziela Ferreira.

 

Nome da Equipa: Pimkies. Elementos: Inês Rosa Flores,Tatiana Xavier de Oliveira, Joana de Vasconcelos Vieira. Professora: Rosa Maria Geraldo Braga Correia Dias.

Mas que chato, pensarão alguns, mas porque é que temos que saber o nome de toda esta gente? Isto nunca seria notícia em lado nenhum!

A resposta é simples. Porque estes professores e alunos encontram tempo, energia e motivação para se apresentarem voluntariamente às seguintes 6 provas (apresentadas em seguida) e isso é uma grande notícia:

Prova 1: «Sabe quem foi Charles Darwin?» (Vídeo)
Prova 2: «O que Darwin viu nas Galápagos» (Texto)
Prova 3: «Um dia a bordo do Beagle» (Vídeo)
Prova 4: «Chegada de Darwin a Londres» (Audio)
Prova 5: «Explica-me A Origem das Espécies como se eu fosse muito burro» (Texto)
Prova 6: «Julgamento» de Darwin (Vídeo)

Que eu saiba, nem os professores progrediram na carreira, nem os alunos por este trabalho adicional tiveram melhores notas. Houve certamente muitos outros sectores nas suas vidas onde todos progrediram; no gosto de trabalhar em grupo, na sua formação cultural, na capacidade de encarar um problema e construir um proposta de solução, na alegria de construir uma escola atractiva, etc…

A prova final realizou-se no sábado passado, com pompa e circunstância no Casino da Figueira da Foz, e não é que a nossa região esteve representada na final pela Equipa das “Inaptas” (ele há nomes que enganam muito) da Escola Secundária de José Estêvão. Não ficaram em primeiro lugar mas para mim foi como se tivessem ganho! Ganhou a Escola Viriato de Viseu. Os meus parabéns!

Como se adivinhasse, o presidente da Câmara de Viseu esteve presente, e ganhou.

Quem apoia a cultura e educação ganha sempre.

 

 

“Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre, só a ti submissa”.

 

Antero de Quental



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Terça-feira, 24.02.09

"O pessimismo da tese da luta das civilizações, que tenta ser inspiradora de uma defesa da frágil organização mundial em vigor, não encontra resposta satisfatória neste utopismo que espera uma iluminação criativa de uma nova democracia, nascida das carências absolutas, e desesperos. O que a experiência documenta é que se o reformismo, com autenticidade e poder legitimamente conferido, não assume a mudança, a violência escreve a narrativa da passagem para uma nova ordem. Pelas cidades europeias vão explodindo anúncios de que o tempo avisa no sentido de os poderes vigentes assumirem a urgência de reformularem procedimentos, objectivos, e éticas de comportamentos".

Adriano Moreira, Diário de Notícias 24FEV09


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Segunda-feira, 16.02.09

Ciência, Cultura, Cidadania  

Cap. 19: 2009; Odisseia na nossa terra (1)

artigo de opinião de Paulo Trincão, publicado no Diário de Aveiro de 14FEV

 

"Há anos onde nada se passa, e outros que parecem ter um estranho magnetismo, atraíndo todo um potencial de mudança. Não sei se foi nas cartas, ou nos búzios, ou nas estrelas (sempre é um pouco mais científico) que li que dois mil e nove ia ser um ano assim.

Este é o ano onde vale a pena repensar as cidades em que vivemos. Não quero dizer que esta preocupação não deva ser constante, mas neste ano vamos ter que escolher quem vai dirigir os destinos do nosso país, das nossas cidades e  até das  universidades (a Europa deixo-a de lado…)

A maioria dos cidadãos têm a sensação que não vai escolher nada, porque para escolher, é preciso conhecer, e pouco são os que realmente conhecem. Esse conhecimento pouca vezes vai para além das afirmações “parece-me boa pesso; é um bom Homem”. Raramente queremos saber o que é que esses bons homens e essas boas mulheres nos têm a propor. Nunca queremos saber nada, e muito menos participar em nada, e de preferência não expressar opinião sobre nenhum assunto, e se for possível, não ter mesmo sequer opinião. Ainda vivemos com o património genético de 48 anos onde ter opinião era crime. Tenho até medo que Lamarck  tenha razão, e esse comportamento de sobrevivência na selva do fascismo tenho sido adquirido pelos mais aptos da altura. Alguns ainda sobrevivem, e pior, essa cultura do medo de ter opinião está bem viva seus descendente.

Quando nos dizem quem se propõem para dirigir a nossa cidade?

Quem vai ser capaz de dizer que se apresenta com um programa, com uma equipa, com vontade de fazer mais e melhor (muito melhor…)?

Vamos decidir pelo tamanho dos cartazes ou pelos interesses instalados? Teremos só candidatos de partidos?

Terão os ditos partidos a coragem de se apresentar sozinhos para lutar pelas suas ideias, ou coligados para lutar pelos seus lugares?

Mas se houver programas eleitorais existem alguém que tenha interesse em conhece-los?

É realmente mas fácil não fazer nada, deixar que tudo corra como uma corrente exterior a nós mesmos, porque desta forma podemos sempre dizer mal dos “políticos”, porque nós até nem votamos neles.

Os que acham que as coisas não estão bem na nossa cidade têm o dever de este ano ajudarem como puderem a melhorar o que acham que está mal. Ter opiniões já não é crime (embora ainda esteja muito longe de ser uma atitude valorizada).

Quem não acredita na sua capacidade de intervenção, pequena ou grande, passará a vida a ser governado por “bons homens” na sociedade e muito pior na sua própria cabeça. Se se mantiver calado e obediente, um dia passará ele mesmo a ser um “bom homem” e talvez até venha a governar a sua freguesia".

 

“Há homens que lutam um dia, e são bons

Há outros que lutam um ano, e são os melhores

Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons

Porém, há os que lutam toda a vida

Estes são os imprescindíveis"

 

Berthol Bretcht



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Sexta-feira, 16.01.09

Um comentário de Miguel Araújo (Diário de Aveiro, 15JAN)

Sais Minerais

Os amigos!

 

Não se trata dos “Amigos de Peniche”, mas tão somente dos Amigos de…

Hoje, vão proliferando um inúmero conjunto de círculos criados na maioria dos casos de forma espontânea, em torno de objectivos comuns mas de horizontes limitados.

Surgem as plataformas, associações de âmbito restrito e, por exemplo no caso de Aveiro, os “Amigos do Parque” ou mais recentemente os “Amigos da Avenida”.

Não está em causa a legitimidade dos objectivos e princípios que regem os movimentos e as sinergias criadas. Aliás, elas são, por norma, um exemplo claro do direito que assiste a cada cidadão de exercer a sua cidadania.

Mas o que pode preocupar é a forma individualizada, repartida e desarticulada com que se “jogam” esforços que poderiam e deveriam ser mais abrangentes e mais articulados.

Para além disso, poderá ser legítimo questionar até que ponto é que este tipo de “associação” permitirá uma democraticidade desejável.

Por outro lado, Aveiro comemora, neste ano, os seus 250 anos.

São muitos anos de história, de “estórias”, de processos de desenvolvimento e crescimento urbano e concelhio que merecem uma especial atenção e que merecem, também, um reforçar e renovar de esforços colectivos no sentido de melhorar, reabilitar e reavivar Aveiro.

Já no princípio deste ano, a Câmara Municipal de Aveiro viu aprovada a candidatura do projecto de regeneração urbana "Parque da Sustentabilidade".

Este é um projecto de requalificação de uma considerável e importante área urbana da Freguesia da Glória, pela sua envolvente, pelos sectores culturais, ambientais urbanos, sociais e económicos (área de serviços) que a sustentam (e por consequência, a própria cidade), que vai desde a zona do Alboi até Santiago, através da Baixa de Santo António, do Parque D. Pedro e zonas envolventes (Teatro Aveirense, Hospital e Universidade, Governo Civil, Tribunal e futuro Campus da Justiça, Museu, Sé, antigo estádio, etc.), sem esquecer a envolvência da zona da ria e de marinhas.

Para além disso, este tecido urbano (vasta área residencial) tem um valor inegável do ponto de vista da sua centralidade ou, se quisermos, de mais uma centralidade citadina, como pólo atractivo (zona residencial e zona de diversas actividades: culturais, sociais e económicas).

É pois possível repensar o seu urbanismo com a requalificação ambiental dos dois espaços verdes e da zona lagunar, da recuperação do património arquitectónico (caso do Convento de Santo António, já tantas vezes alertado pela ADERAV, por exemplo) e a tão pretendida, pelo Presidente da Junta de Freguesia, construção da nova sede.

Se a esta realidade adicionarmos a reflexão sobre a recuperação e reabilitação urbana da Avenida (ponto nevrálgico do urbanismo aveirense) e as potencialidades do espaço urbano da Forca-Vouga (zona nascente da Estação) teremos uma intervenção na Cidade como um todo.

Com uma cidade desenvolvida de forma sustentada, com qualidade de vida que fixe pessoas, potencie a cultura e a economia, todo o Concelho lucrará e Aveiro define a sua centralidade regional.

Para isso, não basta a responsabilidade política. Há que promover a participação de todos.

Desta forma, seria muito mais eficaz e positivo que as sinergias aveirenses se transpusessem para os “Amigos de Aveiro”. Pela cidade como um todo.

 

Ao sabor da pena… 

 


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publicado por JCM às 13:30 | link do post | comentar | favorito


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