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"Têm fama de espaços perigosos e pouco aconselháveis. As entradas são adornadas com louro, as mesas em madeira velha e o ar cheira a morcela frita e a sardinha. Já perderam o fulgor de outros tempos, mas agora a Câmara de Coimbra quer colocá-las nos roteiros turísticos da cidade. A rota das tabernas de Coimbra, que foi ontem apresentada, integra para já 27 estabelecimentos da Alta e da Baixa da cidade e um dos objectivos é sensibilizar e apoiar os proprietários na requalificação destes espaços.
"É importante preservar um património que faz parte de Coimbra. As tabernas têm vindo a desaparecer e por isso é preciso apoiar aquelas que ainda resistem ao aparecimento dos snacks, dos cafés e de pubs", declara o historiador Paulino da Mota Tavares, da Liga dos Amigos das Tabernas Antigas (LATA), que se associou à iniciativa.
A autarquia começou por fazer um levantamento dos espaços ainda existentes na cidade e as condições em que funcionam mas, em breve, o objectivo é criar um roteiro turístico dedicado apenas às tabernas. O município de Coimbra pretende também criar um regulamento onde se definem os requisitos necessários para que um estabelecimento comercial possa ser designado de taberna, para depois reconhecer estes espaços como "património municipal" ou "locais de interesse turístico".
"Queremos fazer um roteiro de comes e bebes como sugestão às pessoas que visitam a cidade", refere Mário Nunes, acrescentando que o roteiro vai incluir referências sobre as características específicas de cada espaço: o Pinto, na Alta de Coimbra, por exemplo, é conhecido pelas bifanas e pelo traçadinho; a Democrática, fundada em 1870, tem um arroz de polvo cuja receita é "secreta"; a taberna do Romal é das poucas que servem papas laverças com sardinha assada.
Só que, para serem classificadas pelo município, muitas destas tabernas terão de ser alvo de obras de requalificação. Já hoje muitas são inspeccionadas pela ASAE por não respeitarem todas as normas legais dos espaços de restauração. É o caso da taberna do Romal, onde foi apresentada a rota das tabernas. O proprietário, Norberto Lucas, conta que para poder continuar aberto teve que investir "quase cinco mil contos" em obras. "A ASAE não me autorizava a servir refeições", refere.
27 é o número de estabelecimentos que, para já, fazem parte do roteiro turístico das tabernas que a Câmara vai criar em Coimbra"
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