Tesourinhos das Autárquicas. O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) prestou hoje um notável serviço à democracia, oferecendo-nos uma explicação que irá certamente fazer furor nas escolas de ciência política por esse mundo fora. Em declarações à TSF, Fernando Costa Soares desdramatizou a elevada abstenção nas autárquicas atribuindo a responsabilidade à reforma administrativa das freguesias, ao mau tempo e também «à proliferação de candidaturas» pois «às vezes as pessoas hesitam entre tantos candidatos». Referiu também não estar preocupado pois no futuro «dificilmente haverá tal conjugação de factores». Proponho assim que no futuro a CNE limite os actos eleitorais a uma ou duas alternativas, a segunda se for estritamente necessário, a votação seja obrigatoriamente em dia de sol ou céu pouco nublado, em data volante a definir com dez ou quinze dias de antecedência, consoante http://www.accuweather.com/, e por último que se proíba qualquer reforma de círculos eleitorais por algumas gerações, para evitar maçadas e conflitos. Caso a conjugação não resulte, talvez se possa ponderar a necessidade da democracia.
JCM
“Ser Urbano. Nos caminhos de Nuno Portas”
19 de janeiro de 2013, TSF, Encontros com o Património, com Manuel Vilas-Boas
(sábados, às 12h10, com repetição domingo às 01h00)
«A exposição patente no CCB, até 24 de fevereiro, Ser Urbano. Nos caminhos de Nuno Portas, conduz-nos pela História recente portuguesa. Figura incontornável, com uma personalidade múltipla, curiosa e crítica, Nuno Portas contribuiu para uma prática arquitetónica e urbana interdisciplinar e reflexiva, indissociável da investigação, e para uma política da habitação e da cidade. Conhecer os caminhos percorridos por Nuno Portas é também compreender que instrumentos de gestão da cidade e do território foram criados e aplicados, ou como o pensamento arquitectónico e urbano foi evoluindo, no quadro de uma leitura informada e do conhecimento da prática internacional. Refletir sobre a cidade, o território e a paisagem de hoje, são ainda algumas das questões a abordar pelo jornalista Manuel Vilas-Boas que conversa com os arquitetos Nuno Portas, Nuno Grande e com o geógrafo João Ferrão.»
Fernando Alves dizia ontem que nestes momentos conturbados 'é importante que as instituições respeitadas façam perguntas' e 'nos desafiem (a nós, cidadãos) a não desistirmos das perguntas', mas daquelas pertinentes, assertivas e incómodas, das que 'não desistem de resposta' (Sinais, TSF).
Essa arte de saber colocar as perguntas (certas) 'é uma ferramenta (fundamental) para contrariar o esvaziamento da cidadania' mas também para nos conduzir na 'aventura de pensar', de 'construir as nossas dúvidas e de não ter pressa em ter certezas' (Savater, 2013).
Andamos a perder demasiado tempo a discutir respostas (nacionais ou locais) que fogem ou evitam fazer as perguntas certas.
JCM
foto Rui Monteiro | 04 Outubro 2012
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