Quantas árvores terá perdido Aveiro num só dia? Vinte, cinquenta, cem?
Será difícil fazer as contas, mas serão muitas, certamente. Lamentavelmente grande parte delas em locais da nossa fruição diária. Vão-nos fazer muita falta.
Provavelmente serão necessárias décadas para que possamos recuperar o que perdemos num só dia.
Agora é importante um bem pensado ‘plano verde’ para 'decorar' de novo a imagem urbana de Aveiro. Deveria seguir-se uma rápida e intensiva plantação de árvores de porte significativo e espécie cuidadosamente seleccionada.
Deixo a sugestão.
No sábado passado, no Expresso, o Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território (SEAOT), Pedro Afonso de Paulo, escreve um interessante artigo sobre os desafios e as encruzilhadas da aposta na ‘economia verde’(sublinho que se trata da pessoa que, em última instância, poderá vir a ‘decidir’ o licenciamento da ponte pedonal).
O SEAOT refere três questões que me parecem ser relevantes, e que passo a explicitar.
Primeiro, que a ‘adopção de um modelo de crescimento verde pode ter um papel fundamental na dinamização da economia e criação de emprego’, na linha do que são as orientações europeias para o crescimento, que aqui ontem dei conta (*).
Segundo, que para que isso aconteça é fundamental ‘assegurar a coerência nos sinais que o governo transmite’ sendo indispensável ‘reprogramarcritérios de financiamento comunitário para estimular actividades económicas ambientalmente sustentáveis’ e também ‘planear o território para estimular a identidade, a coesão e o crescimento sustentável’.
Terceiro, que ‘os esforços para criar alicerces [exigem tempo] mas resultam, são estruturais e perduram’.
Estas reflexões de Pedro Afonso de Paulo levam-me a concluir duas coisas. Primeiro, que a eventual aposta de Aveiro neste domínio da ‘transição para uma economia verde’ teria da parte do Governo (e da UE) um amplo campo de apoio, pelo se reforça a ideia da oportunidade da ‘reprogramação estratégica do QREN’ no caso da Ponte. Segundo, que o Secretário de Estado tem uma oportunidade de ouro, no caso da ponte pedonal, de dar os sinais correctos, na linha do que ontem o Ministro da Economia defendeu (*), não validando/licenciando um investimento que contraria claramente o que defende.
Aplaudo por isso a pertinência e oportunidade do artigo, quer para o país, quer para o momento que por aqui vivemos.
José Carlos Mota
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